Fábrica da Ford no ABC paulista é comprada por construtora
Empresa do setor imobiliário pagou R$ 550 milhões pela propriedade, onde planeja instalar um centro de logística
Empresa do setor imobiliário pagou R$ 550 milhões pela propriedade, onde planeja instalar um centro de logística
A fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), desativada em outubro do ano passado, enfim tem um novo dono. A construtora paulista São José desembolsou R$ 550 milhões pela propriedade, formada por terreno de 1 milhão de m² e edificações que totalizam cerca de 500 mil m² de área construída.
VEJA TAMBÉM:
Segundo informações divulgadas pelo portal Info Money, a São José planeja instalar um centro de logística no local. Porém, a construtora atua historicamente com imóveis residenciais e comerciais de alto padrão, o que indica que a empresa poderá re-edificar parcelas do terreno a longo prazo.
A construtora São José teria disputado a compra da propriedade com outras três empresas, todas do ramo imobiliário. Isso confirma que já não havia interesse das multinacionais do setor automotivo em utilizar a antiga fábrica da Ford para fins industriais.
Há, entretanto, um alento para os que lamentam o fim das atividades na planta: a nova proprietária estaria avaliando alugar ou vender parte do terreno para outra fabricante de veículos. Não há, porém, informações sobre essa possível empresa parceira. À Info Money, a Ford declarou que não tem nada mais a anunciar no momento.
Ainda em 2019, o Grupo Caoa passou muito perto de adquirir a enorme propriedade em São Bernardo do Campo. Contudo, após várias negociações, a empresa acabou declinando da compra. Seria ela a fabricante interessada em utilizar parte da área para a produção de veículos?
Para muitos, o fim das atividades na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo é vista com tristeza. Afinal, a unidade industrial era das mais tradicionais do país. A planta foi inaugurada pela Willys Overland na década de 1950 e permaneceu em operação por mais de 60 anos.
Os primeiros modelos produzidos por lá foram Jeep, Rural e Aero Willys, respectivamente. Desde 1967, quando a Ford assumiu o controle da Willys, a fábrica forneceu aluns dos mais lembrados automóveis da marca no Brasil, entre os quais Galaxie, Corcel, Maverick, Escort e as primeiras gerações de Ka e Fiesta.
Até alguns veículos da Volkwsagen, como Apollo, Logus e Pointer, saíram da planta do ABC paulista. Isso ocorreu entre 1987 e 1996, período no qual as duas empresas foram associadas e formaram a Auto Latina. Nos últimos anos, a fábrica produzia, de maneira alternada, a safra final do Fiesta e os caminhões da Ford.
Além da relevância história, a unidade tinha grande importância econômica. Afinal, até fevereiro de 2019, nada menos que 2.700 pessoas trabalhavam diretamente na planta. O fechamento resultou na perda de aproximadamente 3.000 empregos, incluindo os indiretos.
Foto Ford | Divulgação
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Alguns fabricantes tem um ciclo de vida mais longo, outros, mais curto. Uma coisa é certa: sendo fabricados aqui, podem existir problemas de suprimentos. Se não forem fabricados, deita e espera, porque sentado vai cansar. Ainda mais tendo que vir da Xina. É fria.
Todos os automóveis da linha Galaxie desde o seu lançamento em 1967 até seu término em 1983, foram na sua totalidade montados na planta da Ford no Ipiranga.