Ladrão que roubou veículo morreu após capotagem; motorista de app tenta vaquinha para quitar parcelas e compra novo veículo
Não tem sido um ano fácil para o motorista de aplicativo Júlio Cesar Talarico, morador de Rio Claro (SP). O homem de 34 anos viveu uma sequência de perdas envolvendo o mesmo carro, seu Fiat Cronos. Em apenas seis meses, seu automóvel foi atingido por um avião no começo do ano, e agora foi roubado por um ladrão que morreu após capotar o carro.
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O caso chama atenção pela série de acontecimentos desastrosos e pelos reflexos sociais, econômicos e emocionais que tudo causou ao motorista. Seu veículo era seu único meio de trabalho e sustento.
Em janeiro deste ano, Júlio trabalhava Ubatuba, no litoral paulista, quando um avião particular ultrapassou a pista do aeroporto e explodiu na Praia do Cruzeiro. O acidente foi amplamente noticiado na época, no entanto, uma das asas atingiu seu carro, que chegou a ser envolvido pelas chamas.
Ainda assim, Talarico e seu passageiro conseguiram sair ilesos. Na época, ele relatou em entrevistas: “Pensei: Aqui eu morri. Vi a bola de fogo entrando no carro.”
No entanto, apesar do susto e da gravidade do acidente, ele não recebeu nenhuma indenização. O avião estava com o prefixo cassado. Além disso, a seguradora não cobriu os custos e a família do piloto também não assumiu responsabilidade. Por fim, o conserto final ficou em torno de R$ 17 mil.
Em 5 de julho, Júlio passou por outra situação angustiante após aceitar uma corrida de aplicativo em Rio Claro, muncípio próximo a Limeira e Piracicaba. O passageiro revelou a arma e o assalto assim que entrou no veículo, obrigando Júlio a deixar o carro com carteira e celular.
O assaltante prometeu abandonar o carro e orientou Júlio a registrar um B.O. após uma hora. Logo depois, já na delegacia, o motorista de aplicativo foi informado que o ladrão, identificado como Michael Balog Jancu, de 53 anos, havia morrido ao capotar o carro em uma tentativa de ultrapassagem.
Posteriormente, Júlio reconheceu o ladrão e o carro destruído na Rodovia Washington Luís. Dessa forma, seu carro teve perda total e, infelizmente, ainda não estava segurado.
Júlio relata a gratidão por ter sobrevivido, mas também o abalo emocional que os ocorridos deixaram nele.
Mas Deus deu sinal pra mim e me livrou […] Estou meio abalado, porque era o único jeito de trazer sustento pra casa.”
Ele iniciou uma vaquinha online para arrecadar R$ 50 mil, valor necessário para quitar as 40 parcelas restantes do veículo e tentar comprar outro carro para trabalhar. Ele ainda reforçou a dificuldade de sustentar a família nessa situação: não pode alugar um carro por falta de crédito e não pôde trabalhar sem carro.
O caso evidencia a realidade e vulnerabilidade de motoristas por aplicativo, além da importância de cobertura adequada de seguros e de maior proteção para trabalhadores informais.
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