10 carros que não saíram do papel, assim como o Apple Car
Depois de uma novela de 10 anos, Apple Car foi cancelado, mas não é o primeiro modelo de automóvel a ficar só na promessa
Depois de uma novela de 10 anos, Apple Car foi cancelado, mas não é o primeiro modelo de automóvel a ficar só na promessa
Recentemente, os adoradores de qualquer coisa que a empresa do falecido Steve Jobs faz foram pegos de surpresa. O Apple Car subiu no telhado – e caiu ao custo de US$ 10 bilhões de desenvolvimento. Mas está longe de ser a primeira vez que um automóvel não vinga. No Brasil o que não faltam são casos de carros que não saíram do papel. Relembre 10 deles.
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A única carroceria que não seguiu a geração do Gol Bolinha foi a sedã. Isso significou 15 anos de mercado entregues de bandeja pela Volks à GM e Fiat nesta categoria. Pior que a marca alemã tinha o produto pronto. Sim, o Voyage Bolinha existiu e chegou a ser apresentado na matriz da montadora.
Há dois anos, Luiz Veiga, chefe de Design da marca no Brasil nos anos 1990, revelou nas redes sociais imagens da apresentação do Gol Bolinha na Alemanha. Nelas é possível detectar a variante sedã, com duas portas e formas arredondadas.
Só que esse Voyage foi um dos carros que não saíram do papel. No seu lugar, algum gato mestre da VW achou melhor lançar por aqui o Polo Classic feito na Argentina. O Voyage só conheceu sua segunda geração em 2008.
A marca coreana tem a Santa Cruz feita nos EUA, mas bem antes disso surgiu uma proposta muito bacana de rival para a Fiat Toro, que infelizmente está entre os carros que não saíram do papel. Trata-se da Creta Sport Truck Concept (STC), picape-conceito que foi apresentada no Salão de São Paulo de 2016.
A ideia era a mesma da Toro. A STC usava a plataforma e base monobloco do SUV Creta. Já tinha um jeitão de cupê, hoje muito buscado pelos projetistas, e porte avantajado, com 27 cm de vão livre do solo e 850 litros de volume na caçamba – capacidades que provavelmente seriam revistas no modelo de produção.
Durante a Autolatina, entre o fim dos anos 1980 e início dos 1990, a Ford começou a desenvolver um compacto a partir da plataforma do Gol. A ideia era lançar o hatch de entrada em 1996. O modelo em clay revelado pelo designer Luiz Veiga mostrou que o carro seria até mais refinado em desenho que o compacto da VW.
A Ford só esqueceu de uma coisa: no contrato da holding, não estava previsto usar a plataforma do Gol para fazer um compacto na mesma categoria. Dizem, inclusive, que isso teria sido o estopim para o fim da Autolatina, decretado em 1994 e formalizado em 1996.
À marca estadunidense, coube trazer às pressas o Fiesta da Espanha para ter um modelo de entrada, uma vez que o Escort daqueles tempos já estava em outro patamar.
Pode-se até dizer que o esportivo brasileiro foi um carro que saiu do papel, mas só para exibição. Apenas uma unidade foi mostrada no Salão de São Paulo de 2008. Com carroceria de fibra de vidro, dois lugares e motor central-traseiro VW 1.8 AP com turbina Garret, gerava 147 cv e prometia 0 a 100 km/h em 6,5 segundos.
O projeto era de autoria de Vito Simone, ex-Ford e proprietário da Personal Parts, fabricante de peças aerodinâmicas. Tinha desenho inspirado no Porsche Spyder, mas só ficou mesmo no sonho – e na realidade de um único carro.
O Ford EcoSport custou a ter rival, mas em meados dos anos 2000 a realidade poderia ter sido diferente. No Salão de SP de 2006 a General Motors mostrou o conceito Prisma Y, um crossover derivado da plataforma do Celta e do Prisma feitos em Gravataí (RS). Com design arrojado, teria até sido bem aceito em clínicas de mercado e obtido retorno positivo dos visitantes do autoshow.
Porém, é um dos carros que nunca saíram do papel. Corre nos bastidores que a GM não levou muita fé pelo fato de o veículo usar uma plataforma velha – do Corsa de 1994 – e o Celta ter imagem de carro simples. Fato é que a Chevrolet só foi ter um rival para o Eco na segunda metade dos anos 2010, com a segunda geração do Tracker.
Um Smart para quatro pessoas? Sim, isso ficou perto de existir, inclusive com previsão de produção na fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora (MG) – que fazia o primeiro Classe A – e exportação para os EUA. O desenvolvimento começou em 2002, mas a Daimler suspendeu o projeto devido aos altos custos.
Ok, dá para dizer que o Gpix saiu do papel na forma do Agile. Mas vamos combinar que o resultado ficou bem aquém do esperado em relação ao conceito apresentado no Salão de São Paulo de 2008. O design do projeto era bem mais harmônico e arrojado, e o modelo tinha até porte mais alto, de crossover.
No ano seguinte, contudo, a Chevrolet apresentou o Agile com um estilo controverso, em especial na dianteira. Feito sobre a plataforma do primeiro Corsa (1994), o hatch de produção ainda pecava no acabamento e nos motores. Recebeu o apelido de Fragile e durou apenas cinco anos no mercado.
Outro projeto de SUV que virou um dos carros que não saíram do papel. No Salão de 2012, a Volkswagen exibiu um jipinho derivado do Up!. Chamado Taigun, ele tinha chances de inaugurar um segmento de crossovers de entrada, inclusive abaixo do líder supremo EcoSport.
Detalhe: com 3,83 metros de comprimento, o Taigun era um daqueles carros-conceito prontos e já tinha preço estipulado para o mercado europeu, onde seria lançado em 2016 – e, na sequência, aqui. O motor era o 1.0 TSI turbo de até 105 cv que equipava as versões turbinadas do Up! hatch.
Pesou contra o fato de a maior parte dos componentes do Taigun não serem os mesmos do subcompacto, o que encareceu o projeto. O nome, ao menos, foi aproveitado na versão indiana do T-Cross.
A segunda geração do Uno foi pensada para o Brasil e lançada em 2010 com um desenho quadradinho bastante descolado. No Salão de São Paulo daquele ano, a Fiat mostrou uma derivação ainda mais legal do seu hatch, o Uno conversível.
O modelo chegou a ser apresentado a um grupo de jornalistas, que puderam dirigi-lo. O motor era o T-Jet de 152 cv e o conceito recebeu reforços estruturais, acerto mais rígido da suspensão e discos de freios maiores. Apesar do test drive, foi mais um carro que nunca saiu do papel. Hoje o conceito descansa em paz no acervo da marca em Betim (MG).
Com mistura de cores extravagantes (verde e laranja), o subcompacto foi uma eterna promessa no mercado brasileiro. Vários protótipos foram feitos, a empresa chegou a falar em produção na Baixada Fluminense, mas é óbvio que tornou-se mais um dos carros que jamais saíram do papel.
Releitura do Dacon 828, o Óbvio foi criado nos anos 2000 com design assinado por Anisio Campos. Usava motor central da Volks e tinha três lugares, mas o projeto ficou à espera de investidores nos anos 2000. Em 2010 foi redesenhado, renomeado como 828e e ganhou motor flex híbrido, mas continuou só no papel.
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