Um só carro vira dois: 10 modelos que são ‘gourmetizações’ de outros
Desde meados do século passado até hoje, fabricantes apresentam versões de veículos já existentes como produtos inéditos
Desde meados do século passado até hoje, fabricantes apresentam versões de veículos já existentes como produtos inéditos
Os setores de marketing dos fabricantes de automóveis são capazes de fazer praticamente qualquer jogada para atrair consumidores. Vale tudo, inclusive criar novos carros que, na verdade, não passam de versões de modelos já existentes. Basta reestilizar a dianteira e a traseira, modificar um pouco o interior e pronto: a linha de produtos cresceu rapidamente, sem grandes investimentos.
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Essa prática é bem comum, tanto que o AutoPapo conseguiu fazer um listão com 10 desses carros completamente baseados em outros modelos. A relação inclui veículos de vários fabricantes, lançados em diferentes períodos; todos, vale destacar, são nacionais. Confira!
Pois é, o primeiro veículo do listão não foi lançado ainda, mas já se enquadra nesse gênero. É o novo SUV compacto da Fiat, apresentado durante o reality show Big Brother Brasil. Ele nem foi batizado: o nome será escolhido pelo público, em uma campanha no Twitter. Porém, já se sabe que a novidade não passa de uma variação do Argo, com suspensão elevada, capota pintada de preto e dianteira e traseira com estilo próprio.
Aliás, vale destacar que a Fiat fez um bom trabalho de design para distinguir os dois modelos, ao menos a julgar pelas poucas fotos relevadas até o momento. Porém, a carroceria é a mesma do Argo, incluindo as quatro portas, para-brisa e teto. Consequentemente, o espaço interno também é igual em ambos os carros. A marca italiana sequer prolongou a traseira do modelo, como a Volkswagen fez com o Nivus em relação ao Polo.
O novo SUV não é o primeiro dos carros da Fiat a passar por esse processo de ‘gourmetização’. Bem antes dele, em 1982, a Fiat lançava o Spazio, que nada mais era senão um banho de loja do já conhecido compacto 147. Embora fossem apenas duas versões do mesmo veículo, o fabricante tratava-os como modelos distintos.
Inicialmente, as diferenças do Spazio ficavam por conta dos para-choques envolventes, da frente com grade e piscas exclusivos e, principalmente, das lanternas traseiras em formato mais retangular. Por dentro, banco e painel eram exclusivos, mas a maior novidade era o câmbio de 5 marchas. Com o tempo, vários desses aperfeiçoamentos chegaram ao 147.
A Fiat, contudo, não será a primeira a criar um SUV a partir de um compacto. O pioneirismo nesse tipo de ação é da Honda, com o WR-V. A receita é a mesma: a empresa nipônica elevou a suspensão do Fit e alterou grade, faróis, para-choque e tampa traseira. Poderia ao menos ter redesenhado o painel, que é idêntico em ambos.
Mecanicamente, também não há diferenças significativas entre Fit e WR-V: eles compartilham o motor 1.5 de até 116 cv de potência e 15,3 kgfm de torque, além do câmbio automático CVT. Para não dizer que tudo é rigorosamente igual, ao menos o dito SUV tem eixo traseiro herdado do HR-V (que, inclusive, é baseado na mesma plataforma).
A rigor, criar uma nova geração de um carro significa reprojetá-lo por completo. A Peugeot até fez isso para desenvolver o 207… Mas só na Europa. Por aqui, a empresa criou um modelo homônimo apenas remodelando o 206. A fórmula é a de sempre: manter as seções de lataria e alterar para-choques, grade, faróis, lanternas e painel.
Curiosamente, o projeto brasileiro chegou á Europa: entretanto, por lá ele foi batizado de 206+ e vendido como opção mais em conta em relação ao 207 local (que, vale lembrar, era novo de verdade). Isso só veio a evidenciar estratégia comercial no mínimo controversa que a Peugeot utilizou no Brasil.
Pode conferir no site comercial da Renault: Sandero e Stepway são, ao menos para o fabricante, dois modelos distintos, mas o caso é que os dois carros, na verdade, são um só. O segundo tem suspensão elevada, para-choques mais pronunciados e motor 1.6, além de lista de equipamentos mais generosa. Já o primeiro, mais acessível, dispensa a roupagem ao estilo off-road e oferece mecânica 1.0.
O Stepway surgiu como uma versão aventureira do Sandero e, inicialmente, não escondia isso de ninguém. Mas, com o tempo, a Renault acabou separando os dois produtos. Em vão: é fácil notar que eles compartilham praticamente tudo, desde a carroceria até o interior. E olha que esse caso não é único dentro da linha, pois o fabricante também classifica a versão esportiva RS como produto à parte.
Relativamente jovem no mercado brasileiro, a Chery já está adotando as estratégias comerciais da concorrência. Em 2015, antes mesmo de integrar o Grupo Caoa, a fabricante de origem chinesa lançou seu primeiro automóvel nacional: o Celer, montado em Jacareí (SP). Em 2018, esse modelo deu lugar ao Tiggo 2, que é outro pseudo-SUV.
Na prática, o Tiggo 2 é um Celer Hatch com maior altura do solo, dianteira e traseira redesenhadas e interior um pouco mais sofisticado. O motor 1.5 de até 115 cv e 14,9 kgfm é o mesmo em ambos, mas o modelo mais “novo” tem opção de câmbio automático (de quatro marchas, o que denuncia a idade do projeto). Agora, em 2021, ele sofrerá mais uma reestilização e passará a se chamar Tiggo 3X: ao menos, além da maquiagem, ele ganhará um novo motor turbo.
Outro fabricante que deu uma repaginada em um produto já existente e o lançou como novidade foi a Mitsubishi. A marca japonesa apresenta ASX e Outlander Sport como carros diferentes, mas, grosso modo, os dois modelos são um só: o segundo, criado no ano passado, é apenas uma reestilização do primeiro.
De frente e de traseira, os dois veículos até se distinguem no visual, graças a modificações em grade, faróis, lanternas e para-choques. Porém, basta vê-los lateralmente para comprovar que se trata do mesmo projeto. Por dentro, eles também são idênticos, com direito ao emprego do mesmo painel. A mecânica, claro, é igualmente compartilhada, com o motor 2.0 de até 170 cv de potência e 23 kgfm de torque e câmbio automático CVT.
Eis aqui um exemplo de que esse golpe publicitário é bem antigo. A Ford sempre classificou Landau e Galaxie como modelos distintos quando, na realidade, um é apenas a versão mais luxuosa do outro: assim como em todos os demais carros do listão, eles se diferenciavam por alguns itens de acabamento externo e interno, além dos equipamentos.
Essa grande e luxuosa gama sempre utilizou motores V8. O Galaxie chegou ao mercado com um 4.5 conhecido como Y-Block: quando o Landau, por sua vez, apareceu em 1971, essa unidade já havia crescido para 4.8. Em 1976, veio, junto com uma reestilização, um novo propulsor V8 5.0 da família Windsor. O câmbio podia ser manual ou automático, mas sempre com 3 marchas.
A linha Del Rey é derivada direta do Corcel II. No caso do sedã, pelo menos havia uma carroceria específica, que se distinguia do modelo original a partir da coluna B. Entretanto, com as peruas da gama nem isso ocorria: a Scala, lançada em 1983, era exatamente como a Belina, salvo por detalhes como grade frontal, piscas e lanternas.
No interior, a Scala exibia um painel distinto e acabamento mais caprichado, provenientes do Del Rey. O caso é que isso era pouco para diferenciar os dois modelos: isso ficou evidente em 1986, quando o Corcel saiu de linha, mas a Ford manteve apenas o nome Belina para classificar a perua.
Entre os carros da Chevrolet, também há modelos tratados distintamente, mas que eram carros baseados em um só projeto. Em 1976, chega o Comodoro e, em 1980, o Diplomata: ambos eram versões mais luxuosas da gama Opala, mas tinham status de produtos à parte. Diferenças de acabamento, tanto no interior quanto no exterior, definiam as personalidades dos três.
Diplomata e Comodoro não traziam logomarcas de identificação com o nome Opala e, normalmente, apareciam separadamente em peças publicitárias. O próprio mercado acabou não fazendo muito bem essa distinção, mas o fabricante bem que tentou, principalmente no início. A mesma lógica aplicava-se à perua Caravan. Os famosos motores 2.5 de quatro cilindros e 4.1, de seis, podiam equipar toda a gama.
Opala é clássico problemático? Assista ao vídeo com Boris Feldman!
Fotos: Divulgação
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Qual a diferença entre SUV x Crossover x Trekking? Sempre entendi que o SUV não tem freio de mão, e sim no pé. Porte mais robusto e maior em tamanho. Crossover seriam projetos de “suv” em cima de carroceria de carros pequenos, como o Ecosport que é na carroceria do Fiesta. Trekking uma invenção cheia de apetrechos pra deixar mais alto e mais sport. Estou correta? Se estiver, esse carro da Fiat não é SUV, é crossover!
Faltou Duster e Captur.
O Ecosport também usava o “chassi” do Fiesta, deveriam ter incluído nessa lista.
” Novo SUV da Fiat aproveita a carroceria do Argo.”
Está errado! Carroceria é a parte externa, a “casca”. O correto seria “monobloco”, a estrutura. Ou, como dizem erroneamente, o chassi, que na verdade, não é.
Na realidade vale tudo pra vender, é a tendência (SUV); aqui no Brasil qualquer carroça
é considerado um SUV.
É patético como a indústria classifica esses hatchs “altinho”
SUV de verdade é Escalade …
O Nivus é um Hatch. O Suv da Fiat é sim um SUV, pequeno porém SUV. Se vcs olharem, lerem o projeto da Fiat vão ver que é bem diferente. Já estive na fábrica da Fiat da Itália e os funcionários todos elegiam demais os projetos brasileiros. Precisamos valorizar as marcas que investem de fato no nosso país.
O Boris esqueceu de citar que no caso do Progetto 363, haverá estréia do novo motor GSE T3 de 132 CV, câmbio CVT. painel e interior exclusivos para o modelo, tecnologias de segurança e entretenimento que não equipam o Argo; tudo visando distanciá-lo ao máximo da sua origem. Nada a ver com o seu concorrente direto, que é o VW Nivus, e que não passa de um Polo anabolizado.
Não entendi. O Fiat é muito mais bonito que o Argo e parece bem mais alto. Como pode ser o msm carro ? Acho q alguém precisa de óculos aí rsrsrs
Querida Vanessa, é isso que o fabricante quer, que você ache estar comprando um carro melhor e pague mais por isso, a base, a estrutura de diversos carros nacionais são compartilhados entre si, o VW Polo é base para Tcross, Nivus, Virtus, etc. cada um com um “porte” e preço diferente.
Pois eh Boris, eh a velha estrategia de vendas… Se colar… Colou! Viva a nossas carrocas enfeitadas de plastico! E custando a preco de ouro…
SUV significa Sport Urban Vehicle, são carros com proposta pra cidade e não pra fora de estrada. O suv da Fiat é mto maior e alto que o Argo, além de apresentar design bonito e certamente virá com mais acessórios
Não significa isso não … Para de inventar .
Sim, a sigla S. U. V. vem de “Sport Utility Veichle”.Ele “inventou” mesmo! Mas podpoderíamos “apelidar” para: “Sou Uma Variante”
São carros diferentes menino, é só olhar as fotos gente. A Fiat arrasa nos seus modelos, lindos, econômicos e super descolados agradando todos os públicos. O suv deles é lindo, vi no Big Brother, já fui na concessionária e deixei um pedido pro vendedor quando estiver disponível a venda !
A casca é diferente nas fotos, afinal tem de ser assim pra convencer os leigos a pagar mais caro. Expanda sua visão do mundo dos carros, alias acho meio difícil afinal você assiste big brother.
Estupenda matéria, deveras nformativa e com fotos para podermos ver as semelhanças dos modelos citados. Já tive alguns carros desta lista como o Opala, Mitsubishi etc. Estava pensando em adquirir este belo SUV da Fiat, mas talvez pegue um Argo.
Seria melhor esperar a nova motorização.
Nao que fosse comprar esse treko, mas achei que seria um crossover do porte do compass so que com a frente da toro e traseira de suv… Mas que decepcao… Eh apenas um argo treking2… Lamentavel…
Tenho uma Toro opening edition 2017, ela é fex 1.8.
Bom é o melhor carro que tive, para viajar é ótimo. Muitos dizem q é gastona, mas na minha opinião quem anda 700 km com um tanque não é.
Pode comprar esse carro q fica satisfeito e sair outro mas novo eu acredito q seja melhor.
Tive gol, tempra, Santana quanto, uno, apolo, s10, mas nada se compara. Passei muita raiva com carro e esse nunca me deixou na mão.
Podem criticar mas só quem empurrou carro sabe que passei.
Compartilho da sua opinião Toro 1.8 JA ANDA MUITO BEM e economica na medida. TORO É SENSACIONAL COM SUSPENSÃO MULTILINK faz mais curva que carros normais e muito macio
SUV NÃO TEM QUE SER 4X4 PRA PODER TER O NOME DE SUV?
No Brasil não!