As 10 peças mais importantes do motor: você sabe quais são?
As partes essenciais do conjunto propulsor que fazem a gente poder acelerar e se divertir ao volante - e que estão com os dias contados
As partes essenciais do conjunto propulsor que fazem a gente poder acelerar e se divertir ao volante - e que estão com os dias contados
O motor a combustão interna é uma verdadeira obra de arte e transformou o conceito de mobilidade da sociedade moderna. Passados mais de 160 anos desde sua invenção, os propulsores evoluíram e ainda equipam a esmagadora maioria daquela outra invenção que amamos: o automóvel.
Hoje, os motores estão bastante modernos, mas continuam como o coração do carro e com seus componentes básicos e essenciais. Vamos aproveitar e lembrar quais são as peças do motor mais importantes? E rápido porque daqui a pouco eles serão peças… de museu!
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É a parte mais fundamental, que sustenta todos os demais componentes que fazem parte do conjunto propulsor. Os blocos podem ser de ferro fundido (especialmente em veículos pesados), mas a maior parte dos automóveis de passeio e comerciais leves já usam blocos de alumínio.
Os blocos determinam o número de cilindros – atualmente, entre os carros de passeio, os mais populares são os de três, quatro e seis cilindros, enquanto marcas premium e de luxo usam unidades com 8, 10, 12 e até 16 (no caso da Bugatti) cilindros. O bloco também configura a disposição de tais cilindros: se em linha, em “V”, boxer ou mesmo rotativo.
No interior do motor, há orifícios cilíndricos. Geralmente, essas perfurações formam uma peça única com o bloco, sendo moldadas diretamente no processo industrial de fusão.
A maioria dos carros vendidos no Brasil atualmente tem motores de três ou de quatro cilindros. Porém, ao longo da história da indústria automobilística, já existiram modelos com um apenas ou dois, além de outros com cinco, seis, oito, 10, 12 ou até 16 cilindros.
Sob a forma de um copo de formato cilíndrico, o pistão é a peça que se move dentro dos cilindros impulsionado pelos gases queimados. Ele trabalha em um sobe e desce: lá embaixo, abre espaço para a mistura ar-combustível agir no motor e na sequência sobe, exercendo pressão sobre essa mistura.
Desta forma, o movimento faz com que as velas de ignição produzam uma faísca e provoquem a explosão da mistura. Depois, o pistão é empurrado novamente para baixo e exerce força sobre todas as outras peças do motor, fazendo com que as mesmas se movam.
A biela é a haste que, pela parte superior – também conhecida como “pé” – conecta-se ao pistão e faz a ligação do mesmo com o virabrequim através de sua parte inferior (ou “cabeça”). Ela tem a função de transformar o que seria um movimento retilíneo em movimento rotativo contínuo.
Na prática, a biela pode girar em qualquer uma das extremidades de uma forma que seu ângulo se adeque aos movimentos do pistão, rodando o eixo.
Tal peça atua justamente como elo, ligando o pistão ao virabrequim. Por isso, a parte de baixo movimenta-se lateralmente, enquanto a de cima move-se verticalmente. As bielas estão entre os componentes mais solicitados do motor. Assim sendo, precisam ter altíssima resistência: geralmente são confeccionadas em aço forjado ou fundidas em ferro-gusa.
Os anéis do pistão têm a função de fazer a vedação “deslizante” entre a borda externa do pistão e a borda interna do cilindro. Desta forma, esse componente do motor impede o vazamento do óleo lubrificante para a câmara de combustão.
Ao mesmo tempo, os anéis do pistão evitam que a mistura ar-combustível escape da câmara de combustão e vaze para o cárter durante a compressão.
Nos motores de ciclo Otto – como a maioria dos flex, por exemplo -, há três desses componentes: o anel de compressão, o anel raspador e o anel de óleo. O primeiro elimina a folga entre a cabeça do pistão e o bloco, de modo a fazer com que a câmara de combustão fique estanque no momento da explosão co combustível. O segundo retira o excesso de óleo lubrificante da parede do cilindro. Por fim, o terceiro direciona esse lubrificante para baixo, até o cárter.
Outra função dos anéis de segmento é absorver o calor resultante da combustão da cabeça do pistão e transmiti-lo para o bloco, que é resfriado pelas galerias do sistema de arrefecimento.
Trata-se de uma peça giratória formada por várias articulações que fica posicionada na parte inferior do bloco do motor. O virabrequim tem a função de transformar aquele sobe-e-desce dos pistões em movimento de rotação e mandar essa energia para a transmissão, para que, então, tracione as rodas.
No popular, o cabeçote seria a tampa do bloco, que cobre a área onde estão posicionados cilindros e pistões, e que forma a câmara de combustão. Feito de liga metálica e altamente resistente, o cabeçote tem a missão de vedar esse sistema para que a queima do combustível concentre ao máximo essa energia, que será direcionada para movimentar os pistões.
As válvulas são os componentes que controlam a entrada e saída do ar e do combustível dentro dos cilindros. Cada cilindro do motor tem, no mínimo, duas válvulas: na admissão, por onde os gases entram, e no escape, por onde os gases saem após ocorrer a combustão.
Os motores mais modernos já adotam sistemas de comando de válvulas avançados em prol de maior eficiência. Os duplos no cabeçote se valem de duas árvores de comando para controlar as válvulas: uma responsável pelas de admissão e outra, pelas de escape.
Já o comando variável de válvulas altera o tempo de abertura das peças, de forma que se adapte ao ciclo de queima do combustível, o que reduz o consumo e pode melhorar o desempenho do motor.
A vela de ignição se encaixa na cabeça do cilindro e é a responsável por gerar a centelha que provoca a explosão da mistura ar-combustível, a consequente movimentação do pistão e o funcionamento do conjunto propulsor.
Existe uma infinidade de tipos de velas de ignição, específicos para motores de diferentes características. Cada qual é feito para trabalhar em temperaturas distintas. Há modelos com diferentes quantidades eletrodos, que podem ser feitos de cobre, platina ou irídio. Geralmente, os veículos possuem uma vela para cada cilindro, mas alguns dispõem de duas.
Trata-se de um componente cujos eletrodos desgastam-se naturalmente por efeito da centelha. Por isso, as velas precisam ser trocadas com periodicidade indicada pelo manual do veículo.
Com corpo metálico e em formato pontiagudo, o bico injetor tem um gerenciamento eletrônico para pulverizar o combustível que será queimado no motor. A quantidade de combustível que será injetada varia conforme a demanda do conjunto.
A injeção pode se dar de duas formas. Na indireta, o combustível passa primeiro pelos dutos de admissão, Já na direta, como o próprio nome sugere, a gasolina, o etanol ou o diesel vão imediatamente para a câmara de combustão, sem “atravessadores”.
O cárter é o local onde fica armazenado o lubrificante do motor. Quando o motor está em funcionamento, a bomba de óleo distribui o produto pelas partes móveis metálicas do propulsor para que elas trabalhem sem atrito e na temperatura correta. Assim que o propulsor é desligado, o lubrificante retorna naturalmente para o cárter por meio da ação da gravidade.
Nos motores de quatro tempos, o cárter está localizado na parte inferior, encaixando-se hermeticamente à base do bloco. Essa posição faz com que ele seja o mais vulnerável do conjunto a impactos contra o solo. Caso ocorra um dano capaz de provocar um vazamento de óleo, o propulsor poderá fundir por falta de lubrificação.
Por isso, alguns modelos de cárter possuem uma camada protetora. Geralmente, os veículos que não dispõem desse sistema podem ser equipados com o chamado “peito de aço”. Vale destacar que o cárter pode ser substituído sem que seja preciso manusear os demais componentes do motor.
Alguns modelos específicos de motores, como os aplicados em competições, têm o chamado “cárter seco”. Nesse caso, ele não tem a função de armazenar o lubrificante, mas apenas de recolhê-lo. De lá, o óleo é bombeado para um reservatório em posição mais elevada.
Motor sem retífica? Boris Feldman explica:
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odiei esse site
Faltou falar de um.componente importante que mantem todis os outros funcionando. O coração do motor. A bomba de oleo.
Excelente artigo.
Aqui vai um desafio para o pessoal do site.
Que tal “desmontar” um motor do primeiro Benz e do Ford T?
Desenhos e vídeos que simulam o funcionamento serão bem-vindos.
As camisas são cilindros removíveis e estão, nos motores mais recentes, em desuso, é tudo fundido numa só peça, embora elas facilitem o reparo, mas é possível encamisar um motor a ser retificado. Os motores Willys têm diferenças técnicas que merecem uma matéria à parte, comparando eles com os motores modernos.
Desconheço detalhes dos novos motores.
Pergunto se estes novos motores são como aqueles antigos motores utilizados pela Willys, no Gordini, Dauphine, 1093, Teimoso e Interlagos.
Neles, quando chegava a hora de retífica dos cilindros, trocava-se uma tal de “camisa do cilindro” que se encaixava nos blocos.