9 comerciais de carros machistas (para não errarmos novamente)
Filmetes publicitários de mau gosto retratam mulheres em papéis que variam do ridículo ao objeto sexual não fazem mais sentido nos dias de hoje
Filmetes publicitários de mau gosto retratam mulheres em papéis que variam do ridículo ao objeto sexual não fazem mais sentido nos dias de hoje
A publicidade brasileira tem fama de machista. Porém, quando o lance é propaganda de carro, o resquício de bom senso se esvai mais rápido que o etanol no tanque reserva de um Opala seis cilindros a álcool. O que não falta na história dos comerciais de carros são exemplos de peças machistas.
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Só não pense que tal prática é coisa do tempo dos nossos avós. Nesta lista com 9 comerciais de carros machistas, tem campanhas recentes, de cinco anos atrás. São exemplos de propagandas que retratam a mulher sob vários estereótipos: de mero objeto sexual a uma barbeira que não sabe dirigir direito.
Para se ter ideia, um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) publicado em 2018 traz um recorte recente curioso. Intitulado “O Papel da Mulher nas Propagandas Automobilísticas entre os Anos 2012 e 2016”, o trabalho acadêmico fez um levantamento e sobre como a mulher foi retratada nas campanhas automotivas do período.
Dos 30 filmes publicitários de automóveis em 2016, apenas 20% traziam a mulher como personagem principal. Em outros 20%, a figura feminina era retratada de forma objetificada e em 35%, tinha papel secundário. Nos 25% restantes, sequer aparecia na campanha.
O mesmo estudo fez um questionário online com 254 mulheres integrantes de grupos de redes sociais de defesa de diversidade. A esmagadora maioria, 97% das entrevistadas, disseram não se sentir representadas nos comerciais de carros.
No Dia Internacional da Mulher, vamos chamar à reflexão os 9 comerciais de carros machistas. Reflita e deixe seus comentários. E lembre-se que as mulheres respondem por mais da metade das tomadas de decisões de compra de um veículo.
Um dos comerciais de carros mais machistas e lembrados da história é um da Volkswagen dos anos 1960. A peça veiculada em mídia impressa traz um Fusca com farol e para-lamas avariados em decorrência de um acidente. No texto, a presunção de que mulher é barbeira.
“Mais cedo ou mais tarde sua esposa vai dirigir. Esta é uma das razões para você possuir um Volkswagen”, dizia o reclame em letras maiores. A “ideia” era associar a fama de robustez e manutenção barata dos carros da marca alemã.
Início do novo milênio e a Fiat faz do Stilo o seu modelo para passar uma imagem de sofisticação. Mas derrapou bonito em um dos comerciais de carros machistas da campanha que tinha como slogan “Stilo: ou você tem, ou você não tem”.
Em um dos filmes publicitários para a TV da campanha de lançamento do hatch médio, um homem está ao volante do carro em um dia de chuva. Ao avistar a mulher para quem ele dará carona na calçada, com um vestido de alças finas, ele imediatamente diminui a temperatura do ar dual zone direcionada ao banco do passageiro.
A mulher, então, entra e, obviamente, logo sente frio. O candidato a Don Juan chega a passar a mão nos ombros da moça com um sorriso cafajeste. Nada estiloso.
Outro exemplo recente entre os comerciais de carros machistas. Em 2021, a Citroën tirou do ar uma propaganda para a televisão do Egito em que um homem tira uma foto de uma pedestre sem consentimento. O caso ganhou ainda mais repercussão porque a estrela da campanha publicitária em questão era Amr Diab, um famoso cantor do Oriente Médio.
No filme, o homem usa a câmera que vem de série no modelo da Citroën para fotografar uma mulher que está atravessando a rua. Ela inicialmente fica indignada, mas depois se “rende aos galanteios do motorista”.
Em um comunicado no seu perfil oficial no Instagram, a Citroën se desculpou pela publicidade. E disse ter compreendido o que chamou de “interpretação negativa” do equipamento (a câmera a bordo). Já o cantor famoso, mesmo com a propaganda retirada do ar, não viu nada de mal no comercial…
Em 2017, um comercial da Audi para TV e redes sociais para divulgar seu programa de carros usados certificados também derrapou feio no cunho machista. No vídeo, uma mãe interrompe o casamento do filho e passa a ficar examinando a futura nora no altar. Ela puxa orelha, nariz, abre a boca da noiva em movimentos bruscos e exagerados.
Na sequência, corte para um modelo da Audi e as frases que comparavam mulheres a carros usados. “Uma decisão importante deve ser feita com muito cuidado. Apenas com certificado oficial você pode ter certeza”.
Para piorar, o filme termina com a mãe dando uma última olhada para o casal no altar com um sinal de “ok”. Logo depois de os noivos soltarem uma expressão de alívio pelo consentimento da mãe, a mulher então fixa os olhos sugerindo que os seios da jovem não teriam sido aprovados…
Na Austrália, a Toyota errou feio em um comercial com o Yaris no país. O filme para redes sociais mostrava um jovem que foi buscar a namorada e tem um rápido diálogo com o pai dela. Num jogo de trocadilhos, o rapaz diz coisas do tipo “tirar a virgindade” e “tê-la deitada de costas”.
A menina ainda se despede no fim do vídeo com a frase “I’m ready to blow”, uma referência a sexo oral. Detalhe: o hatch compacto da marca japonesa tinha o público feminino como principal consumidor no país.
O comercial foi feito em 2008 após a Toyota promover uma competição no Facebook em parceria com uma agência publicitária australiana. Mas pegou tão mal que a montadora o retirou das redes sociais.
Outra de antigamente que enxerga a figura feminina como uma motorista ruim. Esta é do Touring Club do Brasil para promover a adesão ao plano que oferecia reboque e assistência 24 horas. Na peça publicitária, um caminhão guincho e os dizeres: “Dê um segundo carro para a sua espôsa”, com direito à regra ortográfica da época.
Essa também é recente, de 2017. A Hyundai lançou a versão Spicy do HB20 sob a campanha “A escolha mais fácil da sua vida’’. A propaganda começa com uma imagem de uma mulher “perfeita” em uma visão masculina e a compara com o hatch. A frase infeliz finaliza o comercial de carro machista: “Nada pode ser tão fácil quanto a escolha pelo HB20 Spicy”.
Para evidenciar a capacidade de passageiros de sua linha de vans, a Daihatsu mandou muito mal em um comercial nos anos 1990. A propaganda impressa mostra um cara ao volante da van abarrotada de mulheres.
Acima, em letras garrafais: “Picks up five times more women than a Lamborghini”. Algo como “pega cinco vezes mais mulheres que uma Lamborghini”. Lamentável.
Mais uma do Fusca e mais uma das antigas. Um comercial de revista e jornal mostrava o besouro e, encostado no carro, um homem de terno, gravata e pasta executiva. Abaixo “Êle: de manhã vai ao trabalho e volta à noite”.
Um pouco distante, a mulher com duas crianças evidenciada como apenas aquela pessoa apta para as prendas “do lar”. Abaixo do “Ela”, o texto do comercial traz um sem fim de tarefas domésticas e funções como ir às compras e levar as crianças para a escola…
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Nossa, que artigo lixo!
MUITO CHATO
Não quero nem comentar, o mundo ficou chato demais com muita gente mimizenta!!!!