Caminhões a gás: opção para driblar preço do diesel? Scania já os vende
Montadora já comercializou 600 unidades movidas a GNV e também passou a oferecer modelos a GNL (Gás Natural Liquefeito)
Montadora já comercializou 600 unidades movidas a GNV e também passou a oferecer modelos a GNL (Gás Natural Liquefeito)
Com o preço do óleo diesel nas alturas, o gás poderia ser uma alternativa para os caminhões? Para a Scania, a resposta parece ser sim: a empresa é única, até o momento, a fabricar e comercializar modelos a GNV no Brasil. A montadora, inclusive, anunciou que passou da marca de 600 unidades vendidas desde 2020. Desse total, 70 exemplares foram emplacados logo no ano de estreia.
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A montadora apresentou a novidade ainda em 2019, na Fenatran (Feira Nacional do Transporte, maior evento do gênero na América Latina): a primeira venda ocorreu já durante o evento, para a RN Logística. Em maio de 2020, a montadora anunciou a entrega das primeiras unidades, que foram para a mesma empresa.
Logo depois, a Scania anunciou a venda de 18 unidades para a PepsiCo: era a maior venda até o momento, mas, em 2021, a montadora comunicou mais duas importantes negociações, sendo uma 50 unidades para a TransMaroni e, a outra, de 124 unidades para a Reiter Log.
Essas transportadoras estão juntas a outros grandes embarcadores que apostam na tecnologia do gás como uma transição antes da eletrificação total. Entre essas empresas estão a já citada PepsiCo, além de Gerdau, Nespresso, L’Oréal, Mercado Livre, Unilever, Carrefour e Americanas, por exemplo.
Ao contrário do que muitos podem pensar, os motores a gás ofertados pela Scania não são motores a diesel convertidos, mas sim projetos desenvolvidos especialmente para rodar com o GNV. Assim sendo, os motores são de ciclo Otto e, curiosamente, todos atendem à Euro 6, norma que emissão de poluentes que só entra em vigor no Brasil em 2023.
A montadora oferta atualmente dois tipos de motores a gás: de 9 litros e 13 litros. O primeiro é oferecido nas potências de 280 cv e de 340 cv.
O motor de 280 cv tem torque máximo de 1.350 Nm entre 1.000 a 1.400 rpm, enquanto o de 340 cv desenvolve 1.600 Nm entre 1.100 e 1.400 rpm.
Já o motor de 13 litros é oferecido apenas com a potência de 410 cv e consegue entregar um torque máximo de 2.000 Nm entre 1.100 a 1.400 rpm.
Na parte dos cilindros, a montadora oferta diferentes opções, de modo a se enquadrar na necessidade do cliente. Assim, há opções de tanques/cilindros de 760 litros, 852 l ou 944 l. No cilindro de 944 litros, consegue-se colocar entre 200 m³ e 230 m³ de gás. Mas isso depende da temperatura e da pressão.
Quanto à autonomia, de acordo com a montadora, um caminhão a gás equipado com cilindro de 944 litros consegue rodar até 500 km com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de 53 toneladas.
Quando as primeiras notícias sobre os caminhões a GNV da Scania começaram a aparecer, muitos comentavam que eles seriam bombas sobre rodas, já que acidentes com carros ainda acontecem. A montadora garante que o caminhão a GNV é ainda mais seguro que o modelo a diesel.
De acordo com a Scania, “só há explosão se o gás se expandir muito rapidamente dentro de um confinamento. Para que isso não ocorra, todos os cilindros são equipados com válvulas de segurança para detectar anomalias na vazão, temperatura e pressão, e nesse caso liberar o gás e evitar explosão.”
Ainda segundo a montadora, “no caso de colisão e possível rompimento do cilindro (o que é realmente muito difícil de ocorrer), o gás será liberado e não haverá explosão. Se fosse um caminhão a diesel, o combustível escorreria e ficaria no chão, podendo se incendiar, o que nunca ocorrerá com o gás. Em muitos anos de experiência na Europa não há relatos de explosões por conta do sistema de gás. Resumindo, o caminhão a gás é pelo menos tão seguro quanto o diesel, senão até mais.” comenta a montadora.
Além do GNV, a Scania também iniciou a produção e venda de modelos a GNL: gás natural liquefeito a -163 graus. A maior diferença em relação a um modelo a GNV está no tanque de armazenamento, que é, basicamente, uma espécie de garrafa térmica gigante. A vantagem é autonomia, que passa a 1.200 km quando ofertado com tanques de 1.100 litros.
A primeira empresa a investir em modelos a GNL foi a Morada Logística, que fez a compra de 5 caminhões. O negócio foi realizado depois de longos testes, que a Morada realizou com modelo a GNL. Os 5 veículos são do modelo R 410 6×2 e vão trabalhar em uma rota no interior do Estado de São Paulo. O abastecimento fica a cargo de uma parceria que a empresa tem com um fornecedor, já que, no Brasil, ainda não existem postos com GNL.
A Scania ainda destaca que todas as vendas dos caminhões a gás são feitas junto a um PMS, um Programa de manutenção Scania. Com isso, os veículos têm total suporte da rede de concessionárias. Além do mais, a rede de concessionárias foi especialmente equipada para a manutenção dos caminhões a gás, já que requer equipamentos específicos, além de toda uma rede de segurança.
Os modelos a gás estão disponíveis para as séries P, G e R. Os modelos Off-Road já estão em testes e, em breve, também devem estar disponíveis para venda.
Pressão no abastecimento de GNV não pode passar de 220 bar, senão há risco de explosão: Boris Feldman explica em vídeo!
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Cuidado. Quando surgem ótimas alternativas, o governo se apressa a encarecer e até inviabilizar a alternativa. Foi assim com o álcool que surgiu como barato e limpo e já está sendo com o GNV
A Scania fez o que as montadoras de carros deveriam ter feito a muito tempo ! Motor já para uso no GNV de fábrica. Eu compraria um carro a gás assim. Agora essa gambiarra que fazem nos carros só louco para fazer !
Concordo gustavo, mas o trem anda em outra direção nos veículos menores que a eletrificação completa, híbridos, e células, algo nos brutos iria encarecer demasiadamente para a autonomia oferecida.