Andamos no primeiro caminhão 8×4 por controle remoto
Modelo desenvolvido com a Scania, Hexagon e Fidens serve para trabalhar em operações de grande risco como descomissionamento de barragens
Modelo desenvolvido com a Scania, Hexagon e Fidens serve para trabalhar em operações de grande risco como descomissionamento de barragens
Se pensamos em um caminhão sem motorista, logo vem à mente a questão dos modelos autônomos sem ninguém no comando. No entanto, existem algumas alternativas para isso acontecer de forma que seja possível controlar o veículo. É o caso do sistema “teleoperado”, em que o motorista conduz o caminhão a distância, e em alguns casos a literalmente quilômetros de distância.
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Para atender uma demanda por modelos teleoperador com maior velocidade média e maior capacidade de carga, a Scania juntamente com a Hexagon e a Fidens apresentou o primeiro modelo do tipo no Brasil com a configuração 8×4 e capacidade líquida de carga de até 45 toneladas.
O primeiro modelo se trata de um Scania G500 XT 8×4 HT ou Heavy Tipper, configuração da Scania já bem usada no setor de mineração e no qual já é bem consolidada no mercado. O modelo tem suspensão dianteira com capacidade de caga de 22 toneladas e a suspensão traseira com 38 toneladas de capacidades de carga. O motor, de 500 cavalos, têm torque de 2.500Nm e é equipado com a caixa de Opticruise GRSO935R com freio auxiliar hidráulico Retarder de 4.100 Nm. Para melhor entendimento, o retarder é um freio na caixa, com isso o caminhão consegue reduzir a velocidade sem usar os freios convencionais.
O caminhão teleoperado não necessita necessariamente de transformações gigantes, já que graças a tecnologia da Hexagon, a adaptação é sem complicações. O modelo recebe câmeras no alto da cabine, como nas laterais e na traseira. As câmeras contam um sistema que projetam na tela marcas de posição, que ajudam a orientar as distâncias no entorno do veículo. A linha a frente do caminhão é uma marca de 5 metros já nas laterais é de 1,5 metro, com isso o operador tem uma margem de segurança e referência para manobrar.
Além das câmeras, que também é instalada dentro da cabine, o modelo recebe um novo motor elétrico na direção, para que ela fique com comandos mais rápidos e o que faz o volante girar em uma velocidade maior, entretanto isso não impossibilita que um motorista possa dirigir o caminhão de dentro da cabine. Por fim, o modelo ainda recebe todo um sistema de telemetria para o operador saber das principais informações em tempo real que se passa com o modelo.
A limitação da distância do sistema depende apenas do investimento da infraestrutura, e geralmente é feita por fibra óptica, no qual garante maior velocidade e menor atraso (input lag) nos envios de comandos. Há casos em que o operador está a até 30 quilômetros de distância do caminhão em operação.
Algo que muitos podem pensar, é que a tecnologia, assim como a autônoma, poderia tirar empregos de motoristas, entretanto não é uma verdade. Os operadores são motoristas com conhecimento e experiência com caminhões de mineração, assim eles sabem como o modelo se comporta carregado. Outro ponto é que um operador passa por treinamento de até 6 meses antes de trabalhar com um teleoperador, o que garante uma maior segurança.
O caminhão teleoperado serve para aplicações de alto risco, mas o que é isso na prática? Desde os últimos dois acidentes com barragens de mineração no estado de Minas Gerais, as mineradoras devem fazer o descomissionamento das barragens, ou seja, pegar todo esse rejeito e colocar em uma nova barragem com uma construção diferente e não o modo alteamento a montante como era tradicionalmente feito. Com isso os caminhões trabalham em cima de um solo instável e, por legislação, esses caminhões devem ser teleoperados a fim de evitar expor os motoristas a um risco maior. Outra aplicação que os caminhões teleoperados também podem ser usados é na mineração subterrânea, essa que tem risco de desabamento e em consequência o soterramento dos trabalhadores.
Além da diminuição do risco, o operador trabalha no mesmo regime e segue as mesmas leis e direitos trabalhistas, tendo sua hora de almoço e pequenos intervalos na jornada.
De acordo com a Scania, o modelo deve ter o preço de 15 a 20% a mais que um modelo tradicional, entretanto ela ainda não definiu um valor. Vale lembrar que nesse caso a Scania oferta o caminhão e a Hexagon toda a tecnologia como o cockpit. Já a Fidens, prestadora de serviços de mineração, foi a pioneira no desenvolvimento e operação do veículo. A Casa Scania Itaipu é a concessionária responsável pela venda e garantirá todo o apoio no trabalho com o completo pacote de soluções de serviços que dispõe em sua competente estrutura de cobertura nos estados de Minas Gerais e Pará.
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