Audiência do AutoPapo escolheu qual é a melhor transmissão para o carro: manual ou automática, confira qual foi a vencedora
Entre as inúmeras polêmicas dualistas que permeiam nosso cotidiano, estão direta ou esquerda, biscoito vs bolacha, Ruth ou Raquel, gema mole ou gema dura, assim como transmissão automática ou manual. E como falamos de carros, fomos consultar a opinião popular para saber qual é a caixa de marchas preferida do brasileiro. É carro automático ou manual?
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Fizemos uma enquete em nosso canal no YouTube. Tivemos nada menos que 20 mil votos (auditados pelo print abaixo). Em nossa eleição colocamos a caixa automática, a manual e de lambuja adicionamos a polêmica transmissão de dupla embreagem.
O resultado foi equilibrado, a transmissão automática venceu com 50% dos votos, sem direito a segundo turno. A caixa manual ficou com 45% das escolhas e a dupla embreagem fechou o certame com 5% dos apontamentos.
A caixa manual utiliza o mesmo conceito há cerca de 130 anos. Seu princípio de funcionamento consiste em pressionar o pedal da embreagem para desacoplar a caixa do volante do motor. Nesse momento, se faz a troca da marcha, em que o movimento do trambulador desloca a luva que posiciona a engrenagem de marcha adiante (ou de recuo). O que foi aperfeiçoado ao longo dos anos foi o aumento de velocidades (engrenagens), assim com adoção de anel de sincronização que tornou a troca mais suave. De resto é basicamente o mesmo princípio.
Já a transmissão automática, com conversor de torque, completa um século de existência este ano. Ela foi patenteada pelo alemão Hermann Rieseler, em junho de 1925. De lá para cá, o sistema foi aperfeiçoado e também ramificado em novos conceitos de engenharia, como a caixa hidramática (da GM), o CVT, dupla embreagem, dentre outros.
No entanto, no Brasil, o crescimento da transmissão automática no mercado engrenou nos últimos 25 anos. No passado, as caixas eram complexas e davam muito defeito. Além disso, faltava mão de obra especializada e os reparos eram caríssimos. Se não bastasse, as antigas caixas automáticas ainda elevavam demais o consumo.
Assim, no início dos anos 1970 a transmissão automática já estava condenada em terras tupiniquins. Por outro lado, a caixa manual ficou em linha porque era o que restava. Raros eram os modelos que apostaram na transmissão automática nos anos 1980.
No entanto, com a abertura das importações, os carros vindos de fora, em sua grande maioria, tinham caixas automáticas. Além disso, novos conceitos começaram a aparecer por aqui, como o CVT, que é a caixa de relação continuamente variável.
Nos anos 2000 surgiram as transmissões automatizadas, com uma ou duas embreagens. As caixas robotizadas de embreagem simples não foram bem aceitas, devido ao funcionamento pouco preciso, trancos e desgaste prematuro do disco.
Ainda na primeira década do milênio, os modelos mais sofisticados, com transmissões com conversor de torque, também pecavam pelo consumo elevado e baixo desempenho. Isso porque boa parte dos modelos utilizavam caixas com quatro velocidades, o que deixava o carro estrangulado, girando muito alto em velocidades elevadas. A consequência era o consumo nas alturas.
Mas a partir dos anos 2010 as coisas começaram a mudar, justamente no período em que as transmissões automáticas ganharam protagonismo no mercado. Modelos mais sofisticados, com seis, sete, oito, nove e até 10 marchas, permitiram melhor desempenho.
As caixas do tipo CVT, passaram a contar com emulações que criam posições de relação como numa caixa com múltiplas engrenagens. Mas nem tudo eram flores.
Nessa mesma época, a moderna transmissão de dupla embreagem sofreu um revés. O grande vilão foi a caixa PowerShift da Ford. Com acoplamento a seco, e uma falha de projeto, essa caixa apresentava muitos problemas.
Hoje, a dupla embreagem voltou a ser oferecida. A Renault utiliza esse conceito no Kardian. Em seu lançamento, a marca fez questão de frisar que ela tinha acoplamento banhado a óleo.
Fato é que a transmissão automática correspondeu a 62,3% dos emplacamentos em 2024. A tendência é aumentar, uma vez que o maior volume gera economia de escala, barateando o custo de produção.
Além disso, as caixas automáticas se tornaram aliadas para os automóveis atingirem metas de emissões, já que são programadas para atuar nas faixas de maior eficiência do motor.
Ainda demora para a transmissão manual desaparecer do mercado. Ela ainda será opção em modelos de entrada, já que seu preço é significativamente mais barato que uma caixa automática.
No entanto, a tendência é que a caixa manual se torne uma artigo de luxo. A Ford, por exemplo, lançou uma série limitada em 200 unidades do Mustang, com transmissão manual de seis velocidades. A Porsche também oferece uma opção com embreagem do 911. E por fim, a BMW estuda trazer novamente um lote do M2 com trocas manuais.
E aí, qual transmissão você prefere?
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