Carro elétrico: 10 fatos importantes para você entender
Apesar de o carro elétrico não ser novidade, o automóvel livre de emissões ainda é cercado de dúvidas e questionamentos
Apesar de o carro elétrico não ser novidade, o automóvel livre de emissões ainda é cercado de dúvidas e questionamentos
Dá choque? Mas qual a potência? Carrega em qualquer lugar? A bateria vicia? Esses são só alguns dos balõezinhos de dúvidas que pairam sobre qualquer carro elétrico.
Ainda incipientes no nosso mercado, os veículos zero combustão são carregados – além de nas tomadas, com o perdão do trocadilho infame – de questões. Agora, nós vamos te ajudar a entender algumas delas com 10 fatos para você entender o carro elétrico.
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As baterias dos carros elétricos são feitas geralmente de íon de lítio e têm capacidades informadas em quilowatts-hora (kWh). A unidade de medida serve para aferir o consumo de energia: tecnicamente, 1 kWh é a quantidade de energia necessária para operar um dispositivo que requer 1.000 watts por uma hora.
Via de regra, quanto maior a capacidade da bateria em kWh, maior é a autonomia e mais rápida a recarga da peça.
O motor ou os motores elétricos dos carros zero combustão geralmente têm sua potência informada em kW (quilowatt). Cada kW equivale a 1,36 cv (cavalos-vapor), a medida mais comum usada no mercado brasileiro. O recém-lançado Renault Kwid E-Tech, por exemplo, gera 48 kW, o que significaria 65 cv de potência.
Um conjunto de combustão convencional demanda diferentes componentes para seu funcionamento. São engrenagens e mecanismos em movimento, além de uma geração significativa de calor para fazer com que o carro ganhe força gradativamente para se movimentar.
A aceleração de um EV necessita basicamente de uma corrente elétrica. Esta cria um campo magnético e faz com que o rotor do motor gire e tracione as rodas. Ou seja, é um processo muito mais simples e ágil que faz com que você pise no pedal da direita e o torque já esteja em sua plenitude a 1 rpm, com respostas imediatas de aceleração.
Aí vale a chamada e salvadora regra de três para fazer o cálculo, tendo como base a capacidade da bateria e a autonomia e usando o padrão mundial de eficiência em cima de 100 km rodados. Voltemos ao Kwid E-Tech, que tem 26,8 kWh e alcance de 265 km no ciclo misto.
O cálculo é o seguinte: 26,8 kWh (capacidade da bateria) está para “x” e 265 km (autonomia) está para 100. A capacidade da bateria é multiplicada por 100, o que dá em 2.680, divididos por 265. O resultado fica em 10,1 kWh gastos a cada 100 km rodados. Mal e porcamente comparando, seria o mesmo que rodar entre 50 e 60 km/l com um litro de gasolina.
Ao rodar com toda a carga da bateria, significa que o dono de um Kwid elétrico gastará 26,7 kWh de energia com o carro, já que ela vai se “esvaziar” após 265 km. Como em maio o preço do kWh pela CPFL ficou, em média, R$ 1,04 para a tarifa residencial, o custo para cada carregamento completo do modelo da Renault foi de R$ 27,76.
Para efeito de comparação, um Kwid Zen 1.0 flex, segundo dados do Inmetro, faz 10,8 km/l de etanol na cidade. São 24,5 litros para percorrer os 265 km do E-Tech. Com o preço médio do litro do álcool combustível no estado de São Paulo a R$ 4,765 (levantamento da ANP na semana de 29/5 a 4/6), o custo para rodar a mesma distância fica em R$ 116,70.
Como dito, um veículo 100% elétrico tem bem menos componentes e partes móveis que precisam ser trocadas. Além disso, dispensa óleo lubrificante e peças como filtros e bomba de óleo e de combustível, por exemplo.
Por ter menos peças, o custo de manutenção de um carro elétrico costuma ser até 50% mais barato que o de um veículo a combustão. A própria Renault promete revisões com preço fixo do Kwid E-Tech pela metade do preço das do subcompacto a combustão. Desta forma, as três primeiras revisões do pequeno EV não chegarão a R$ 680, enquanto as do 1.0 flex totalizam perto de R$ 1.350.
Via de regra, são três os tipos de carregamento possíveis. Os modelos elétricos vêm com cabos que podem ser plugados em tomadas de 20 ampères, aterradas e de 110V ou 220V.
Nessas tomadas comuns, o tempo de recarga é bem mais lento e pode chegar a mais de 20 horas para uma carga completa, conforme o modelo do veículo e o tipo de bateria. No caso do Kwid E-Tech, são necessárias 9 horas para carregar de 15% a 80%.
Já no carregador residencial (do tipo Wallbox), que muitas montadoras oferecem ou comercializam juntamente com o carro elétrico, o tempo de recarga chega a ser três vezes mais veloz. Porém, demanda instalação adequada por empresas homologadas pela fabricante do veículo. O Kwid zero combustão necessita de 3 horas para fazer 15% a 80% neste aparelho.
Os DCs, ou carregadores super-rápidos, são os mais usuais em eletropostos. Em geral, permitem carregar até 80% da bateria em menos de uma hora. Para a bateria do Kwid atingir esse nível, por exemplo, bastam 40 minutos.
Aqui vale a calculadora também. O dono de um carro elétrico tem de saber o quanto roda por dia. Se ele percorre 60 km diariamente, não precisa carregá-lo todos os dias. Peguemos o caso do Kwid. Se ele tem autonomia de 265 km, basta plugá-lo na tomada a cada três dias.
Uma das grandes baboseiras que os espalhadores de fake news adoram inventar é que carro elétrico dá choque e não pode ser carregado na chuva. Idiotice pura. O conjunto de baterias é totalmente vedado e selado, e à prova de qualquer entrada de água, Inclusive, os EVs têm um sistema de segurança que corta a corrente em caso de acidentes ou se detectar a mínima infiltração de água.
A esmagadora maioria dos carros elétricos funciona com câmbio automático de apenas uma marcha – além da ré (exceção para o Porsche Taycan, que tem uma primeira “reduzida” para melhorar as arrancadas). Isso porque enquanto a transmissão de um veículo a combustão tem diversas engrenagens, o motor elétrico é ligado diretamente ao diferencial. Então, é a carga no pedal acelerador que vai ditar o ritmo e a velocidade do automóvel.
Você já deve ter reparado que geralmente as fábricas dão garantia de oito anos para as baterias dos carros elétricos. É a cobertura de que até esse tempo a peça vai entregar toda sua capacidade.
Mesmo assim, estudos mostram que as baterias de EVs naturalmente perdem de 2% a 4% de suas propriedades originais a cada ano. Ou seja, após oito anos, a peça pode estar com 30% a menos de sua capacidade, o que impacta na autonomia e no tempo de recarga.
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Fiz um comentário noutro post, e não sabia que não usava nada (ou quase nada de fluidos). Vocês podiam interagir lá nos comentários da eletrificação da tropa europeia respondendo aos bons questionamentos do Rodrigo.
Acho que tem que ter pelo menos o fluido de freio e o do ar condicionado. A qual post vc se refere?