Imposto de Renda 2025: veja como veículos podem ajudar a reduzir o imposto
Motoristas de app, produtores rurais, vendedores e “azarados" podem usar veículos para reduzir o IR 2025; entenda como declarar corretamente
Motoristas de app, produtores rurais, vendedores e “azarados" podem usar veículos para reduzir o IR 2025; entenda como declarar corretamente
Cerca de 40 milhões de brasileiros têm até o dia 30 de maio para apresentar a declaração do imposto de renda à Receita Federal. O procedimento vale para quem recebeu pelo menos R$ 33.888 ao longo do ano passado nos chamados rendimentos tributáveis (salários, aposentadorias, pensões, aluguéis etc), além de incluir quem tem bens que somam mais de R$ 800 mil ou recebeu mais de R$ 200 mil em herança ou indenizações, por exemplo.
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A Receita não esconde que está investindo em tecnologia e mais servidores para melhorar o recolhimento do imposto que já é previsto em Lei, permitindo ao Governo Federal aumentar a arrecadação sem recorrer a novos tributos. Por outro lado, a entidade oferece diferentes modos de abater o valor a ser dado ao Estado, incluindo uso de carros em diferentes modos.
A lista de possibilidades é complexa, e muitos contribuintes acabam aderindo à declaração automática e esquecendo de aproveitar condições que permitem boa economia. Para facilitar sua vida, o Autopapo separou pontos de atenção no IRPF caso você seja dono de veículos. Caso você se enquadre em alguns dos casos abaixo e precise de ajuda, procure um contador.
Um dos pontos mais importantes declaração do imposto de renda diz respeito a quem utiliza o veículo para trabalhar, como os motorista de aplicativo, por exemplo.
Pensando em tributar mais o lucro do que gastos de manutenção, o Governo permite que os motoristas de app declarem só 60% do que foi ganho em 2024; os outros 40% corresponderiam ao que foi gasto com combustível, manutenção e afins.
A escolha dos 40% é para simplificar o processo, que, ainda assim, não é automático: se um motorista de aplicativos ganhou R$ 50.000 no ano passado, por exemplo, ele precisa declarar só R$ 30.000; entretanto, há quem não faça esse desconto ao preencher o formulário por medo de cair na malha fina.
Também é preciso considerar o valor de 60% na hora de pagar o Carne-Leão, que é o recolhimento mensal obrigatório para quem vive das corridas particulares de carro e moto. Quem declara o valor cheio por excesso de zelo, paga mais imposto do que o devido. É um montante que volta através da restituição, mas, até lá, são meses em que o dinheiro do contribuinte fica bloqueado.
A Receita Federal oferece algumas possibilidades de desconto no imposto de quem exerce atividades rurais. Isso é importante, por exemplo, para quem depende de boas safras e pode ver os gastos com a atividade consumirem boa parte do faturamento (e até gerar prejuízo).
Segundo o Perguntão — manual prática da Receita para a declaração —, gastos com a manutenção de veículos usados no trabalho podem ser deduzidos do cálculo. Para isso, é necessário juntar despesas como aluguel de carros, abastecimentos, idas à oficina e salário dos motoristas.
Quem comprou caminhonetes ou utilitários, pode listá-los como investimentos, servindo para abater o valor final. Tratores e implementos também se aplicam à regra, e é importante que todos os automóveis deduzidos tenham uso “direto e exclusivo na exploração da atividade rural.”
A própria Receita Federal alerta que a declaração semi-automática do imposto de renda é só uma ferramenta de auxílio ao contribuinte. Assim, de todo modo é preciso conferir o documento pré-preenchido e fazer eventuais alterações.
Isso acontece porque os sistemas automatizados que alimentam a ficha pré-pronta podem conter erros (humanos ou computacionais) e estar incompletos. Nesse caso, o cidadão pode ajustar a conta manualmente e aproveitar melhor as isenções.
Isso vale, por exemplo, para quem recebeu indenização de uma seguradora, pois teve o carro roubado ou envolvido em acidente com perda total: em uma venda, esse dinheiro poderia render imposto, e pode ser que o dinheiro da seguradora esteja ausente ou caracterizado de forma errada no sistema.
Essa correção é útil, principalmente, para donos de carros de alto luxo, de Porsche para cima: é comuns que veículos altamente exclusivos apresentem aumento no preço de tabela, e esse “lucro” não rende imposto. O preenchimento caprichoso também reduz o risco de que o contribuinte seja convidado para prestar mais detalhes à Receita, que combate, por exemplo, fraudes envolvendo acidentes de hipercarros.
Muitos profissionais da saúde, por exemplo, viajam para diferentes convenções e congressos da área. Quem gosta de pegar a estrada, tem a opção de ir de carro para esses eventos e, nesse caso, e usar o valor gasto com combustível para dedução.
É o que diz o Parecer Normativo CST 60/1978: “as despesas (..) se necessárias ao desempenho da função desenvolvida pelo contribuinte (…) podem ser deduzidas, tais como os valores de transporte”. Mas é necessário guardar as notas de pagamento do posto e os certificados de presença nos eventos.
Certos tipos de vendedores podem trabalhar para os clientes no regime chamado de representante comercial autônomo. É algo comum, por exemplo, para quem intermedia negócios entre os supermercados e as grandes empresas de alimentos, ou quem distribui ou uma nova cerveja nos bares.
Se as condições atenderem à lei 4.886/65, esse representante comercial autônomo poderá deduzir “despesas com transporte, locomoção, combustível, estacionamento e manutenção” do carro. Nesse caso, sequer é necessário que o veículo seja usado só no trabalho: o desconto vale mesmo para veículo próprio, que também o utilizado fora do trabalho.
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