Estes cinco carros completarão 30 anos de lançamento em 2026, passando a poder receber essa almejada certificação se estiverem originais
A placa preta nasceu como um “tombamento histórico” dos carros com 30 anos ou mais. Para ter isso é preciso estar com índice alto de originalidade, atestado por um clube. Em 2026 os carros feitos em 1996 poderão receber essa certificação.
Para muitos ainda é estranho ver os carros dos anos 90 com a placa preta. Nessa época os carros nacionais evoluíram muito, começamos a receber os importados e fábricas novas se instalaram no Brasil.
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Em 1996 ocorreram dois lançamentos icônicos vindos das marcas tradicionais: o Fiat Palio e o Chevrolet Vectra. Foram modelos globais que causaram impacto em seus respectivos segmentos. Eles e mais outros modelos agora podem receber a placa preta, confira:

O primeiro carro da Fiat no Brasil foi o compacto 147, lançado em 1976. A marca demorou a engrenar no mercado, ela se tornou um sucesso após a chegada do Uno, em 1984.
Ele chegou apenas um ano após o lançamento global, marcou pelas linhas modernas assinadas por Giorgetto Giugiaro e pelo espaço interno. Mas nos anos 90 a concorrência já estava modernizada: a Chevrolet tinha o Corsa e a Volkswagen já estava com a segunda geração do Gol.
A Fiat sucedeu o Uno com o Punto na Europa, em 1993, mas para a América Latina e África ela criou um modelo dedicado e mais robusto: o Palio. Seu projeto teve o Brasil como um dos principais focos e a plataforma era a mesma do Punto.
O lançamento global do Fiat Palio foi em abril de 1996, na cidade histórica de Ouro Preto (MG) — mesmo palco do lançamento do 147. O Palio chegou já com uma gama ampla, com motores 1.0, 1.5. 1.6 8v e 1.6 16v, todos com injeção eletrônica. As carrocerias eram de duas ou quatro portas, enquanto o rival Gol só tinha o primeiro tipo.
O Fiat Palio pode ser considerado o primeiro concorrente a altura para o Chevrolet Corsa nos anos 90, já que contava também com plataforma moderna. O Gol usava uma evolução da arquitetura da primeira geração, de 1980 e com motor longitudinal.
A Fiat oferecia uma gama ampla de opcionais e acessórios para o Palio. Uma combinação rara, mas que já foi encontrada, é a da carroceria de 2 portas, com o motor 1.6 16v e o teto solar de fábrica. Ele também tinha uma paleta de cores bem chamativas.
Mas por ser um carro robusto e popular, é difícil encontrar um Palio de primeira geração em bom estado de conservação. Quem tiver um pode se preparar para a placa preta.

O segmento de sedãs médios como conhecemos hoje, com o Toyota Corolla liderando com folga, nasceu no Brasil com o Chevrolet Monza. Ele chegou em 1983 e foi um sucesso, ao ponto de ser o carro mais vendido do país por três anos.
Assim como o Fiat Uno que citamos anteriormente, o Monza ficou datado rapidamente nos anos 90 com a chegada de concorrentes mais modernos. Ele foi vendido no Brasil junto de seu sucessor, o Vectra, que veio como importado e depois foi montado aqui no regime CKD.
O primeiro Vectra não foi um sucesso ao ponto de aposentar o Monza, mas a Chevrolet planejava lançar a segunda geração para reafirmar sua liderança nesse segmento. Ela chegou em 1996, apenas alguns meses depois de sua apresentação na Europa e já com produção nacional.
O Vectra de segunda geração é um carro bonito até hoje, ele foi o primeiro nacional com airbags duplos e com suspensão traseira multilink. Sob o capô estava o conhecido motor 2.0 Família II, em versões de 8 ou 16 válvulas.
Ele chegou alinhado com modelos importados e mostrou o quanto que os rivais nacionais, Fiat Tempra, Volkswagen Santana e Ford Versailles, eram defasados. Em alguns aspectos ele envelhecia até o irmão maior Omega, que era um projeto dos anos 80 e devia alguns equipamentos como os airbags e o controle de tração.
As primeiras safras do Vectra são consideradas como as melhores pelos fãs, por ter alguns equipamentos que foram cortados nos anos seguintes e pelo 2.0 16v render 141 cv. Ele foi amansado para 136 cv nos anos seguintes e mais tarde deu lugar a um 2.2.

A Ford parece ter ficado esquecida quando o assunto é carro popular. Ela tinha o Escort Hobby, que estava uma geração atrás do resto da linha e ainda usava motor carburado, enquanto Corsa, Palio, Uno e Gol estavam uma geração à frente e já com injeção eletrônica.
Ela se atualizou com o Fiesta nacional, lançado em 1996, um ano após o europeu. Ele tinha projeto tão moderno quanto o do Palio e o do Corsa, mas sob o capô estava o antiquado motor Endura-E, derivado de um propulsor de 1959 e com comando no bloco.
A única versão com uma usina de força moderna era a topo de linha CLX 1.4 16v, com o Zetec SE. Como as versões de volume eram abaixo da média, o Fiesta não se destacou nessa nova fase dos compactos nacionais.
Apesar de todos esses pesares, o Fiesta 1.4 16v era um carro bom de dirigir e bem acabado. Quem colocar placa preta em um irá se destacar nos encontros.

Outro grande lançamento de 1996 na Ford foi a última geração do Escort. Com a nacionalização do Fiesta, o seu irmão maior passou a ser feito na Argentina.
O Ford Escort de sexta geração ainda tinha muito em comum com a anterior, mas o desenho era mais arredondado. Os motores AP e CHT foram aposentados, no lugar veio o moderno 1.8 16v Zetec, importado da Inglaterra e feito em alumínio.
Esse conjunto o colocou em situação melhor para disputar o segmento de carros médios. Os maiores elogios vinham para o desempenho, os 115 cv o Zetec empurravam com vigor o hatch de 1.180 kg.
O Escort Zetec não tinha versões esportivas em 1996, apenas a GL e a GLX. No lançamento as carrocerias eram sempre hatch, de duas ou quatro portas, mais tarde viria o sedã e a perua.

Dos carros importados que foram lançados no Brasil em 1996, o que mais chamou a nossa atenção foi o BMW Série 5 E39. Essa é a quarta geração do sedã intermediário de luxo e para muitos é considerado como o mais bonito já feito pela marca bávara.
Essa geração foi lançada na Alemanha em 1995 e chegou ao Brasil no ano seguinte em duas versões: 528i e 540i. A primeira tinha motor 2.8 de seis cilindros em linha com 193 cv, o câmbio podia ser manual ou automático. Já a segunda tinha o V8 4.4 de 286 cv e câmbio automático.
O BMW E39 foi o primeiro série 5 com direção por pinhão e cremalheira, apenas nos modelos de seis cilindros, e usava mais alumínio em sua construção. Para um carro de luxo usado, ele não é dos mais complicados de se manter, já que é anterior a profusão de recursos eletrônicos que vieram na geração seguinte.
O “problema” é que está cada vez mais difícil achar um que não foi modificado por preços mais baixo ou que não seja blindado. Se encontrar, vale a pena o gasto pois terá um carro bonito, bom de dirigir e com placa preta.
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