Carros que saíram de linha em 2021 – e os que ainda vão sair
Veja os modelos - alguns em produção há muito tempo - que deram adeus neste ano e os que também não deixarão sucessores em nosso mercado
Veja os modelos - alguns em produção há muito tempo - que deram adeus neste ano e os que também não deixarão sucessores em nosso mercado
O mercado automotivo está em constante transformação. Não só de tecnologias, mas de produtos. Muitos modelos se perpetuam com o mesmo nome por gerações e mais gerações. Outros, porém, perdem a razão de viver e ficam sem futuro. Confira os carros que sairão e aqueles que saíram de linha neste ano.
O conturbado 2021 testemunhou muitas despedidas – de modelos que prometiam muito, alguns já com muitos tempo de vida e outros com arquiteturas defasadas. E esses derradeiros meses do ano ainda reservam a morte de outros.
VEJA TAMBÉM:
A Volks até surpreendeu ao fazer uma linha 2021 para o subcompacto no apagar das luzes do ano passado. Mas, com apenas uma versão de acabamento e com homologação para quatro passageiros – para se enquadrar na legislação que obriga cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes -, ficou claro que o Up! daria adeus este ano.
O último exemplar foi fabricado em abril, sete anos após o lançamento oficial. Apesar da mecânica e dinâmica elogiáveis, e dos motores bem dispostos e eficientes, o carro sempre foi mal posicionado. Chegou a custar mais que o Gol, que era mais espaçoso, e que outros modelos de uma categoria acima, a de compactos. Foram mais de 225 mil unidades vendidas do carrinho no Brasil.
A dupla deixou de ser produzida em janeiro, logo após a Ford anunciar que não fabricaria mais nada no Brasil. Encerrava-se, assim, a produção de duas linhas de automóveis emblemáticas e que marcaram época e vendas.
A terceira geração do Ka figurou alguns anos como o terceiro carro de passeio mais vendido do país. Só no ano passado, marcado pela pandemia, o hatch emplacou mais de 67 mil unidades e ficou no top 5. O sedã comercializou outras 27 mil no acumulado de 2020.
Já o Eco dispensa maiores apresentações. Lançado em 2003, transformou a categoria de utilitários esportivos ao assumir a proposta de ser um crossover genuinamente para a cidade – décadas depois, as marcas buscam o mesmo caminho. Ganhou uma segunda geração em 2013, mas perdeu fôlego após a chegada de vários rivais a partir de 2015.
Mesmo assim, o SUV compacto figura entre os carros mais vendidos da história automobilística brasileira. Mais de 1,2 milhão de unidades do EcoSport deixaram a linha de montagem em Camaçari (BA) em 17 anos.
Justiça seja feita, o Etios nunca teve vida fácil e, assim mesmo, vendia tudo que era produzido em Sorocaba (SP). O modelo foi lançado em 2013 nas variantes hatch e sedã e logo despertou críticas quanto ao acabamento pobre, às soluções simplistas e ao desenho controverso ao extremo.
Porém, o emblema da Toyota na grade, a reputação mecânica da marca japonesa e o bom aproveitamento do espaço interno salvaram a pele (a lata) do Etios. Só no primeiro ano, foram 65 mil unidades. Ao todo, a linha emplacou mais de 650 mil carros até abril de 2021, quando deixou de ser fabricado.
O Etios perdeu fôlego depois de 2018, com a chegada do Yaris, mais harmonioso, espaçoso e equipado. Apesar de mais barato, a linha mais antiga não vendeu nem metade do irmão no acumulado de 2020.
Verdade que o nome da picape vai ser mantido, só que a sucessora da Montana será uma médio-compacta, bem diferente do modelo pequeno que viveu uma história para lá de controversa.
A primeira Montana surgiu em 2003 sobre a base do Corsa de segunda geração. Sete anos depois, porém, a picape passou a ser baseada no Agile, com um desenho bastante esquisito e plataforma do Corsa de 1994! Ou seja, a arquitetura da picape regrediu…
A GM, contudo, desistiu de medir forças em um segmento onde a Fiat Strada tem quase 80% de participação. A picape deixou de ser produzida esse ano e a futura Montana será maior, mais espaçosa e usará a plataforma do Tracker para mirar na Toro.
O Versa antigo lançado aqui em 2013 mudou de nome em agosto do ano passado, pouco antes da chegada da segunda geração do sedã, que passou a ser importada do México – em outubro de 2020. Porém, o modelo, que tornou-se o carro da marca mais barato à venda no país, durou pouco.
O V-Drive deixou de ser produzido em Resende (RJ) em setembro deste ano. A despeito do bom espaço interno e custo de revisão mais baixo da categoria, o modelo ficou defasado rapidamente. Mesmo como carro de entrada da Nissan no país, era o que menos vendia – foram pouco mais de 9 mil unidades em 2020, e menos de 5 mil nos sete primeiros meses de 2021.
O último da lista dos carros que saíram de linha acabou de de deixar o mercado. Isso em setembro, apesar de a Volks ter jurado nos últimos meses que o carro continuaria em produção. Fato é que o Fox viveu bastante para contar história. Em 18 anos, mais de 1,8 milhão de unidades foram produzidas em São José dos Pinhais (PR), com direito à exportação para a Europa.
A história do Fox começou em 2003. O hatch aproveitava uma variante simplificada da plataforma do Polo da época, e seu projeto chegou a ser contestado pela matriz da Volkswagen. Ainda bem que a filial brasileira peitou, pois o modelo inaugurou o sub segmento de hatches altinhos e perdurou esse tempo todo sobre a mesma arquitetura e com um custo/benefício agressivo.
O compacto segue o roteiro típico de quem sobe no telhado. A linha foi enxugada nos últimos anos em termos de motorizações e o carro recentemente passou a ser vendido em apenas uma solitária versão.
Esta segunda geração quadradinha do Uno foi lançada em 2010 e fez bastante sucesso no início, principalmente pelo custo/benefício e pela imagem de carro descolado. Só que ele ficou meio perdido na linha Fiat no Brasil, ainda mais depois da estreia do Mobi (2016) – que, por sinal, usa sua plataforma.
As vendas também desidrataram. Na soma de 2020, foram cerca de 23 mil unidades. No acumulado dos nove meses deste ano, chega perto dos 19 mil emplacamentos. Pouco convincente para ver o sol raiar em 2022.
Um carro que deixará muitos órfãos é o Fit. O monovolume vai deixar de ser produzido até o fim do ano para abrir passagem para o City hatch. Pois é, o novo Fit, lançado já em outros mercados, não será produzido por aqui – dizem que ficaria mais caro do que já é… Então, a solução foi trazer um projeto para os tais mercados emergentes.
Em três gerações, o Fit contabiliza mais de 600 mil unidades desde a estreia no Brasil, em 2003. Porém, as vendas do monovolume compacto minguaram com a predileção do mercado pelos SUVs. De janeiro a setembro deste ano, soma pouco mais de 5.800 unidades. O Fit deve voltar em sua quarta geração ao Brasil apenas importado e em variante elétrica, lá para o fim de 2022.
O ano de 2021 tem sido impiedoso com os carros nacionais. O Honda Civic, que é fabricado no país desde 1997, vai sair de linha até o fim deste ano. Por enquanto, a subsidiária brasileira da Honda não se manifestou sobre essa informação.
Porém, na Argentina, o fabricante emitiu um comunicado, que repercutiu em uma publicação local, confirmando que o Civic vai sair de linha no país vizinho. Por aqui, o site Autos Segredos antecipou que a produção do sedã será encerrada em novembro próximo.
O modelo ganhou uma nova geração lá fora, que poderá vir importada.
Lançado em 2010, o ix35 é a segunda geração global do Tucson e começou a ser produzido pelo Grupo Caoa em Anápolis (GO) a partir de 2013 – detalhe, simultaneamente com seu antecessor. Fez bastante sucesso na primeira metade da década de 2010, contudo o SUV médio ficou defasado após a chegada de rivais mais modernos – o próprio New Tucson, feito na mesma fábrica goiana com motor turbo e mais equipado.
O ix35 é presença certeza na lista dos carros que saíram de linha. O modelo hoje é vendido em configuração única com motor 2.0 16V de até 167 cv. No ano passado, foram apenas 3 mil unidades entregues. E nos nove meses de 2021, não chega a 1.700 carros.
O veterano sedã compacto deve ser um dos carros que sairão de linha até dezembro de 2021. Depois de um hiato de uma década do mercado, o Voyage voltou nesta geração em 2008, juntamente com o novo Gol, mas sobrevive mais de vendas diretas. A chegada de sedãs mais espaçosos e pelo mesmo preço acabam por ofuscar o Volks.
Mesmo assim, é o quarto sedã mais vendido do país, com 17 mil unidades. Só que esse volume é quase o mesmo que o do Virtus, um modelo mais moderno e que representa mais valor agregado para os bolsos da Volks.
O Voyage será o próximo da plataforma do Fox a dar adeus ao mercado. Na sequência a Saveiro deve se despedir e, por fim, o Gol – tudo isso até 2023/24. A gama dará lugar a uma nova linha compacta de… SUVs.
A multivan namora a morte há bastante tempo. Sobrevive nos últimos quatro anos, comenta-se, à base de encomendas de frotistas e locadoras. Mas as novas regras de emissões do Proconve 7 – que entram em vigor em janeiro de 2022 – e o pouco apelo no varejo serão a pá de cal no Dobò até o fim deste ano.
No acumulado de janeiro a setembro de 2021, o Doblò comercializou pouco mais de 5 mil unidades. Lançada em 2001 sobre a plataforma do primeiro Palio (1996) e reestilizada em 2009, o mini furgão é o carro mais longevo em produção no Brasil sobre a mesma plataforma, atualmente.
Lançado em 2010, o ASX se mantém, hoje, à base de uma solitária versão. Passou por duas reestilizações desde a estreia no Brasil, mas a mecânica com o motor 2.0 jamais sofreu qualquer alteração – de relevante mesmo, câmbio CVT e a tecnologia flex.
Para piorar seu destino, essa base do ASX – que data de 2005 – deu origem ao Outlander Sport, SUV com estilo que sugere mais modernidade e que também é fabricado em Catalão (GO) pelo grupo HPE Motors. O ASX vende tão pouco que não emplacou nem 600 carros nos nove primeiros meses de 2021.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Tenho um Civic LXR 2014, excelente veículo, considerando que é 2.0, com uma resposta excelente de aceleração, nem consome tanto.
Onde Civic é vice-líder de mercado? Em outro planeta, não é? Corolla vende 3 vezes mais que o Honda.
Nos casos do Civic e Cruze, as montadoras estão pisando na bola com os consumidores fiéis. Tive os dois, ainda tenho um Civic G10. Não dá pra entender que excelentes carros como os citados despareçam do mercado pelo “modismo” dos caixotes apelidados de SUVs. O primeiro, ainda em fabricação nacional, só perde para o Corolla em vendas, mas no meu entender, nada fica devendo. Um excelente carro, muitíssimo confortável, desempenho satisfatório que entrega muito prazer ao dirigi-lo. Pena.
Ford ranger forever
Essas montadoras tudo pilantra, tira carros muito bons se linha
Ka,Civic,etios, up, vai sair agora Fox e cruze , elas fazem isso porque os brasileiros são trouxas e não tem uma legislação brasileira pra ter um tempo mínimo pra ter um carro em linha
Pois é, nosso transito vai ficar estranho.. um monte de compacto altinho enfeitado cheio de plástico… todos apertados… sem porta malas pra viajar… motor mosquito turbo que bebe igual a 1.6 e anda igual a 1.4… Vish!
Ford nunca mais!
Respeito sua opinião, mas, meu primeiro carro foi um Ford Ka e adorava meu kazinho ( é um carro valente como falava um amigo meu )…
Legal, Ana. Kazinho de saudades…
A Fiat deveria trazer o panda para o Brasil.
Concordo, precisamos de um carro como o panda por aqui!
O caso do Civic é a parte, pois o mesmo vai continuar a ser ofertado como importado… então.. diferente dos outros, os fãs não irão ficar órfãos do vice-líder de mercado, somente pagar mais caro… o que para alguns pode ser uma vantagem em termos de qualidade dependendo da origem da importação. Bem , isso foi o que li por aí. Espero que a Honda não pise mais fundo na jaca.