Chevrolet Spin de 7 lugares: versão Activ vale a pena?
Monovolume tem dirigibilidade e interior adequados à proposta familiar; falta de equipamentos de segurança é ponto fraco
Monovolume tem dirigibilidade e interior adequados à proposta familiar; falta de equipamentos de segurança é ponto fraco
O maior apelo do Chevrolet Spin sempre foi oferecer acomodações para sete ocupantes por um preço relativamente acessível. Atualmente, além dela, apenas uma versão do Fiat Doblò disponibiliza essa opção por valor inferior a R$ 100 mil. Tanto que o fabricante aproveitou a reestilização aplicada em meados deste ano – que deixou o design do monovolume mais harmonioso, sem a cara de capivara – para multiplicar a oferta de Spin de 7 lugares: antes restrito à versão LTZ, o terceiro banco, capaz de acomodar os dois passageiros extras, agora vem também na configuração Activ7.
O Spin Activ 7 é versão de 7 lugares com apelo aventureiro da linha, que traz pneus de uso misto, mas sem elevação da altura em relação ao solo, comparativamente ao restante da linha. Isso sem falar na indumentária off-road, que inclui os tradicionais apliques plásticos nos paralamas e nas portas.
Assista ao vídeo que o AutoPapo gravou com o Chevrolet Spin de 7 lugares:
Anteriormente, ela comportava apenas cinco pessoas, por questão de segurança: podia ocorrer intrusão estepe, que vinha preso à tampa traseira, no habitáculo caso ocorresse uma colisão ali (vale lembrar que conjuntos de pneu-roda são indeformáveis). A partir da linha 2019, ele passou a ser fixado sob o assoalho do porta-malas, como sempre ocorreu nas demais configurações do Chevrolet Spin.
No interior, também há uma novidade bem-vinda: os bancos centrais corrediços. Esse recurso permite movimentá-los em até 5 cm para frente ou até 6 cm para trás. Isso otimiza o espaço, aumentando o vão para as pernas dos ocupantes da segunda ou da terceira fileira de assentos do Spin de 7 lugares, dependendo da necessidade. Ali, o assoalho é quase plano, outro fator que proporciona comodidade. Além do mais, os bancos dianteiros ganharam encostos mais finos, também no intuito de aproveitar melhor o habitáculo.
Na prática, contudo, a turma do fundão sempre tem menor área útil que os demais ocupantes. Na poltrona extra, apenas duas crianças ou dois adultos de estatura muito baixa conseguem se sentar de modo realmente confortável. Ademais, não há saídas de ar-condicionado adicionais para os os outros bancos do Spin de 7 lugares.
Na linha 2019, o Chevrolet Spin finalmente passou a oferecer cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes. Anteriormente, esses itens de segurança importantíssimos não estavam presentes no centro da segunda fileira de bancos. Há também ganchos Isofix com top tether para fixação de cadeirinhas infantis.
No mais, não há mudanças no interior. A posição de dirigir permanece a mesma: elevada, com bom acesso aos comandos e visibilidade razoável. Os pontos fracos são o ajuste de altura do banco do motorista, que movimenta o assento mas não o encosto, e o volante regulável apenas em altura, mas não em profundidade. Ao menos esse componente proporciona boa pegada.
O porta-malas do Spin de 7 lugares é enorme. Com a terceira de assentos fileira recolhida e a segunda na posição normal, o compartimento tem 553 litros. Se for preciso ampliar ainda mais espaço para bagagem, é possível retirar o banco extra e atingir volume de até 756 litros. Todavia, com todos os bancos armados, a capacidade cai para 162 litros, suficientes apenas para sacolas e mochilas pequenas. A bordo, há quantidade razoável de nichos para abrigar pequenos objetos.
A linha 2019 traz ainda alguns componentes redesenhados no painel e, principalmente, um novo cluster com instrumentos analógicos. Antes ele trazia velocímetro e marcador de combustível digitais. Na prática, não há melhora nem piora na leitura. O fabricante poderia ter aproveitado a mudança para incluir um termômetro do fluido de arrefecimento do motor, inexistente no Chevrolet Spin.
O acabamento também continua essencialmente o mesmo. A Chevrolet introduziu molduras cromados nos difusores de ar laterais e em torno da central multimídia, que transmitem ideia de sofisticação, além de novos revestimentos aos bancos, mas é só. O painel segue confeccionado em plástico, assim como as forrações das portas, que conjugam esse material a enxertos acolchoados. A montagem é correta. O padrão da cabine não chega a ser luxuoso, mas é coerente com a proposta da Spin Activ.
O entretenimento para todos os ocupantes fica por conta do sistema multimídia MyLink. O equipamento traz tela sensível ao toque de 7 polegadas, integração com smartphones por meio de Android Auto e Apple CarPlay, tecnologia Bluetooth, além de rádio. Há entrada auxiliar, mas apenas uma porta USB: muito pouco para um veículo de sete lugares. A conectividade inclui ainda o sistema OnStar, uma concierge conectada via telefone, cujo serviço é gratuito no primeiro ano.
Também na parte mecânica as novidades são pontuais e superficiais. Apenas a suspensão da versão aventureira Spin de 7 lugares foi recalibrada, em parte para compensar a grande massa suspensa na traseira que o estepe externo proporcionava. A arquitetura não mudou, com conjuntos McPherson da dianteira e de eixo de torção na traseira.
A suspensão tem comportamento condizente com a proposta do veículo. É um tanto firme, permitindo que algumas imperfeições do piso sejam sentidas a bordo, mas não chega a causar grande desconforto. Por outro lado, dá ao Chevrolet Spin uma estabilidade razoável, até boa para um modelo de carroceria elevada. A dirigibilidade é beneficiada também pela direção, que tem assistência elétrica bastante progressiva. Ela poderia apenas transmitir maior feeling ao motorista.
O motor não mudou. Trata-se do velho 1.8 da chamada Família I da Chevrolet. Após a última atualização, aplicada em 2016, ele ganhou bielas, pistões, anéis e comando de válvulas mais leves e menos atritantes, além de um módulo eletrônico de gerenciamento mais moderno e de bobinas individuais para cada um dos quatro cilindros.
Tais alterações permitiram aumentar a taxa de compressão de 10,5:1 para 12,3:1, o que resultou em potência de 111 cv com etanol e de 106 cv com gasolina. São números baixos, mas o torque é condizente com a cilindrada: 17,7 kgfm com o combustível vegetal e 16,8 com o derivado do petróleo.
O motor 1.8 mantém a concepção um tanto datada, com cabeçote de oito válvulas, acionadas por correia dentada, e injeção indireta. O bloco é confeccionado em ferro fundido, e o cabeçote, em alumínio. Mas o que salta aos olhos é o sistema de partida a frio com o arcaico tanquinho de gasolina. Passou de hora de adotar a prática solução dos bicos aquecidos, Chevrolet!
Apesar desses poréns, o motor consegue proporcionar desempenho condizente ao Chevrolet Spin. Nada brilhante, mas na medida para um veículo familiar. Vale lembrar que, para seu porte, o modelo é relativamente leve: a versão avaliada pesa 1.275 kg. Na cidade, a grande oferta de torque em baixas rotações permite agilidade. Na estrada as sobras são menores, mas o modelo consegue manter bom ritmo.
Nas duas situações, o câmbio automático de seis marchas, único oferecido para a Spin Activ, ajuda bastante. Ele é bem escalonado e opera de maneira suave. O motorista pode trocá-las sequencialmente, mas apenas com toques na alavanca, pois não há aletas no volante. Porém, esticá-las resulta em elevado nível de ruído a bordo. Sinal de que o isolamento acústico poderia ser mais caprichado.
Os freios também estão na média. O sistema, que utiliza discos na dianteira e tambores na traseira, consegue imobilizar o veículo em espaços adequados. Todavia, o pedal poderia entregar modularidade um pouco maior.
Nas aferições de consumo realizadas pelo AutoPapo, o Chevrolet Spin cravou 8,8 km/l no ciclo urbano e 12,2 km/l no rodoviário, com gasolina. O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro, indica 10,3 km/l e 12 km/l com o mesmo combustível, nas respectivas situações. O programa ainda aponta, com etanol, médias de 7 km/l na cidade e 8,3 km/l na estrada com etanol.
A versão Activ do Chevrolet Spin de sete lugares custa R$ 84.390. A garantia é de três anos, com revisões a cada 10 mil quilômetros, cujos preços são tabelados até os 100 mil quilômetros. O único opcional é a pintura metálica, por R$ 1.300.
A lista de equipamentos de série traz ar-condicionado manual, câmera e sensores de ré, vidros, travas e retrovisores elétricos, rodas de alumínio de 16 polegadas, volante multifuncional, cruise-control e sensor de chuva.
O conjunto óptico inclui faróis e lanternas de neblina. Os faróis principais têm acendimento automático, mas são monoparabólicos. A Chevrolet poderia ter aproveitado a reestilização para adotar um conjunto com fachos alto e baixo separados, mas não o fez. Eles trazem um filete de LED, que atua como luz de posição; não se trata de luz de rodagem diurna.
Os itens de segurança vão pouco além dos obrigatórios por lei airbags frontais e freios ABS. Há ainda um sistema de alerta de esquecimento de crianças no banco traseiro. Porém, bolsas de ar laterais e controles de estabilidade e tração simplesmente não são disponibilizados. A ausência de tais recursos, que podem salvar vidas, é falha grave em um carro com preço superior a R$ 80 mil. Trata-se do maior defeito do Chevrolet Spin Activ, que, no mais, mostra-se coerente com sua proposta.
Confira a galeria de fotos do Chevrolet Spin Activ:
Ficha técnica | Chevrolet Spin Activ |
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Motor | Dianteiro, transversal, flex, 1.796 cm³, com quatro cilindros e oito válvulas |
Potência | 106 cv (gasolina) e 111 cv (etanol) a 5.200 rpm |
Torque | 16,8 kgfm (gasolina) 17,7 kgfm (etanol) a 2.600 rpm |
Transmissão | automática de seis velocidades, tração dianteira |
Suspensão | McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
Rodas e pneus | rodas de alumínio de 6,5 x 16 polegadas, pneus 205/60 R16 |
Freios | disco ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS |
Direção | assistida eletricamente |
Dimensões | 4,415 m de comprimento, 1,764 m de largura, 1,689 de altura e 2,620 m de distância entre-eixos |
Peso | 1.275 kg |
Carga útil | 423 kg |
Tanque de combustível | 53 litros |
Porta-malas | 553 litros em posição normal; de 162 litros a 756 litros dependendo da posição dos bancos |
Fotos Alexandre Carneiro
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Muito boa a matéria, foi a única que indicou a possibilidade de retirada do 3 º banco. Não achei em nenhum lugar com fazer isso, onde posso encontrar uma maneira de fazer?
Obrigada!
Gostei da matéria da spin, pois estou pensando em trocar de veículo e com certeza este veículo está nós meus planos!
ola parabens pela materia da spin mas se fose possivel gostaria de uma materia sobre o ford focus hatch com com cambio manual ja que o sedan so tem com pawerchift qual e a melhor versao do hatch custo beneficio na sua opiniao boris sou seguidor de suas materias abraços