Compra de carro recém-lançado: mais vale um gosto que seis vinténs?

Fique por dentro sobre quais os pontos positivos e negativos de se comprar um carro que acabou de ser lançado no mercado

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Por Boris Feldman
Publicado em 04/03/2018 às 11h27
Atualizado em 19/02/2020 às 20h49

O mercado brasileiro de automóveis está em efervescência e as fábricas se atropelam para apresentar novidades. O lançamento de um novo modelo assanha o setor e motiva especulações, conjeturas e hipóteses com estimativas de preço, estilo, mecânica, competitividade, comportamento, qualidade. A imprensa corre para dar o “furo”, publica as primeiras fotos e especificações do carro. Começam a pingar consultas nas concessionárias.

A fábrica faz de conta que dribla os veículos de comunicação, mas se esbalda diante do volume de publicidade gratuita com as matérias focando seu novo modelo.

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Clientes em potencial possuem perfis distintos. O mais afoito, que age por impulso, identifica sua paixão e corre na concessionária para reservar o seu. O mais racional e equilibrado aguarda a poeira baixar e o modelo marcar posição no mercado.

Vale a pena comprar um carro recém-lançado?

Ou ainda, como num recente exemplo, dar um sinal na concessionária para garantir a entrega de um carro que não tinha sequer dado as caras no showroom nem apresentando pela fábrica?

Vale a pena comprar um carro recém-lançado?

Há pontos negativos e positivos a serem considerados e a decisão envolve até o perfil psicológico do cliente. Há quem pague o que for (até ágio…) para ter a primazia de sair com um modelo que mal chegou ao mercado. Correndo até o risco de levá-lo pintado numa daquelas cores chamativas de lançamento. Já perceberam? As primeiras unidades de um carro recém-lançado são vistosamente pintadas de laranja, roxo, azul anil, verde hippie… tudo que o fabricante quer é que se destaquem mesmo na multidão.

E, com fila de candidatos na porta, o comprador não tem condições nem de sonhar com um desconto, ou uma vantagem qualquer na troca por um usado. Aliás, basta espiar os anúncios da fabrica nas semanas seguintes ao lançamento: nenhuma hipótese de financiamento com juro zero, promoções de venda, troca com troco, nada disso. A máxima cortesia é agendar um horário para um (rápido) test-drive. E insinuar um cheque com o sinal para garantir a entrega num prazo razoável.

Outro problema do carro recém-lançado, vale para qualquer marca do mundo, é da eventualidade de um recall ou de um desajuste de projeto ou montagem. Os protótipos e pré-serie são testados milhões de quilômetros nas estradas da pior qualidade e centenas de milhares de horas nas simulações de laboratórios e computadores.

Mas só depois de lançado, com milhares de unidades nas ruas, a fábrica descobre que a mangueira de combustível esbarra na argola do ar-condicionado com o impensável risco de incêndio. E tome recall para o reparo na concessionária, que leva não mais de 30 minutos, mas faz o dono perder a manhã ou a tarde inteira com a operação.

Paciência pode fazer bem

O menos afoito, ao contrário, esperou alguns meses para comprar o carro. Passeou à vontade pela internet até montar exatamente o automóvel que desejava. No caso de um modelo mais sofisticado, nem foi à concessionária. Bastou um telefonema para ela mandar um vendedor à sua casa ou escritório para o test-drive.

Que já aproveitou para fazer uma avaliação do usado que entraria no negócio e telefonou mais tarde confirmando uma superavaliação e redução da diferença a ser paga. Ahh… e acabava – diz o vendedor – de entrar na tela do fabricante uma oferta de financiamento sem juros. Mas “só vale até o final do mês, viu doutor?”.

Levou o carro com chances menores de um recall. Foi atendido na cor, equipamentos, acessórios e opcionais de sua preferência. E recebeu o carro emplacado em 48 horas. Quem fez melhor negócio?

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2 Comentários
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Franco Vieira 5 de março de 2018

Quem compra recém-lançado é uma verdadeira cobaia do fabricante.

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Marcelo 5 de março de 2018

Alguma novidade quanto ao Suzuki Jimny 4 geração. Por que a Suzuki não se posiciona?

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