Douglas Mendonça 5.0 e os melhores carros importados dos anos 2010
Em seus 50 anos de cobertura do setor automotivo, Douglas Mendonça selecionou carros que marcaram sua carreira, entre eles dois alemães e um americano
Em seus 50 anos de cobertura do setor automotivo, Douglas Mendonça selecionou carros que marcaram sua carreira, entre eles dois alemães e um americano
Foram mais de 1.300 carros diferentes avaliados em minha carreira como jornalista automotivo ao longo de cinco décadas. Muita coisa, incluindo um monte de tipos de carroceria, diferentes portes e dimensões, movido por inúmeras motorizações (gasolina, etanol, diesel, e gás, GNV, eletricidade), pelos quatro cantos do mundo. Claro, tiveram carros totalmente insossos, mas outros foram inesquecíveis, tamanho o acerto mecânico ou as suas qualidades.
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O som de um motor (ou a falta dele), respostas ao comando do volante e pedal de freio, reações do acelerador, a rapidez ou bom casamento entre motor e transmissão, ou até mesmo o quão confortável, silencioso, seguro, espaçoso, ou modular um modelo é, tudo conta. Um carro bom não é necessariamente rápido, enquanto outro divertido pode ser mais lento do que se imagina. Há qualidades e qualidades.
Para facilitar essa lista com os importados, os separei por décadas (1990, 2000 e 2010), escolhi o carro mais legal e marcante daquele período, seu coadjuvante (aquele que chegou perto de ser o melhor), além do modelo com um conceito moderno ou inovador. Vamos lá:
Os anos 2010 já estão mais próximos do nosso mundo atual. Internet, smartphones, conectividade e, por consequência, um uso bem mais amplo da tecnologia nos automóveis. Foi a época do “boom” das centrais multimídias e telas digitais, da popularização dos sistemas de injeção direta de combustível e da chegada dos famigerados assistentes de condução (piloto automático adaptativo, alerta de colisão, frenagem autônoma e por aí vai). E, claro, da gigantesca onda de SUVs compactos que inundou o mercado brasileiro, alguns importados e outros nacionais. Tempos bem mais recentes do que parecem no meio automotivo.
Por ser um ícone da indústria automotiva mundial, não poderia deixar de colocar como principal nessa lista o Mustang, um dos raros exemplos de carro que ganhou “vida própria” e quase se separou da fabricante Ford. O muscle car norte-americano já vinha em importações independentes desde os anos 1960, mas seu lançamento oficial pela Ford brasileira ocorreu em 2018. Meu escolhido é o Black Shadow, linha 2020, o qual acelerei, já sem enxergar, na pista da Base Aérea de Santos, até os 238 km/h. Me cativava a sinfonia do consagrado motor Coyote de 5.0 litros, na época com 466 cv de potência. Um V8 que virava 7.000 rpm!
O Mustang, inclusive, completa seus 60 anos de história e produção contínua, um feito histórico para poucos carros no mundo inteiro. Por aqui, já temos a geração seguinte do esportivo, mantendo o Coyote, que já se aproxima dos 500 cv. Emblemático!
Como coadjuvante, outro esportivo que me deu uma boa dose de diversão ao volante: Audi RS5, vindo da Alemanha, que a marca lançou por aqui no final de 2010. Cheguei a vê-lo na ocasião do lançamento e depois avaliei a fera para a revista onde trabalhava. Um coupé bem bonito, musculoso, com tração integral e o motor V8 4.2, o mesmo do R8 que listei na matéria da semana passada. No RS5 eram 450 cv de potência, com uma força de sobra distribuída para as quatro rodas.
Na época, fiquei impressionado com sua capacidade de contornar curvas e frear, coisa de carro de corridas, enquanto a tecnologia do aerofólio retrátil ajudava na aerodinâmica. Fora que, nas acelerações, o V8 era uma delícia de ser ouvido, levando o esportivo da Audi a altas velocidades em curto espaço de tempo.
Agora, na categoria de melhor conceito ou projeto, não há nenhum bólido rápido, nem esportivo, mas sim uma caminhonete turbodiesel cabine dupla: falo da argentina VW Amarok. Primeira desse segmento na história da Volks brasileira, a picape agradou pelo seu conceito desde o primeiro contato com ela, em 2010, antes mesmo do lançamento oficial.
Enquanto as caminhonetes da concorrência eram barulhentas, desajeitadas e com suspensões duras para aguentar peso, o que significava bastante pula-pula dos ocupantes, a Amarok apostava no conforto dos carros de passeio. Sem contar que também se comportava melhor ao volante por isso.
Seu motor era pequeno, um 2.0 turbodiesel, mas surpreendia as prontas respostas da picape aos comandos do acelerador, também graças aos dois turbocompressores: um para baixas e outro para altas rotações. Para a época, me agradou muito, tanto é que eu considerava essa VW a melhor do segmento para os idos de 2010.
Só faltava, na ocasião, uma transmissão automática, que ela foi receber algum tempo depois. Ah, e claro, devemos lembrar que a Amarok 2025, encontrada como novidade nas concessionárias VW, é basicamente igual a essa 2010 (mudam parachoques, faróis, lanternas, painel, volante e outros detalhes).
Na próxima semana, não perca alguns dos piores carros que já guiei em meus 50 anos de carreira como jornalista automotivo!
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