A ‘Era de Ouro’ dos carros acabou?
Carros cada vez mais potentes e tecnológicos, mas que não empolgam... Qual é o futuro para os entusiastas dos automóveis?
Carros cada vez mais potentes e tecnológicos, mas que não empolgam... Qual é o futuro para os entusiastas dos automóveis?
Estava conversando com alguns amigos entusiastas sobre o que está acontecendo com o mundo dos automóveis. Não sei se chegamos naquela fase em passamos a repetir a exaustão “na minha época” era melhor, mas… Mas na minha época, não sei se eram melhores, mas os carros eram mais apaixonantes.
O que motivou o debate foi a sequência de apresentações de carros elétricos dos mais variados fabricantes chineses. Todos com muita tecnologia: rodam sobre o próprio eixo, telas de entretenimento enormes, portas que se abrem automaticamente. Mas além disso, houve uma “banalização” da potência: modelos com mais de 1.000 cv de potência não causam mais espanto.
“Meu Deus do céu… Que cara chato! Reclamando que os carros estão com mais de 1.000 cv de potência”, esbraveja um dos três leitores desta coluna.
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Eu não reclamei! Eu falei que banalizou! E engraçado que essa escalada começou há uns 5 anos ou menos. Até pouco tempo, era um esforço hercúleo para atingir potências razoavelmente menores do que essas.
Mas aí chego ao ponto: a frieza dos números perde o sentido quando isso não se traduz na relação com o piloto ou entusiasta. É tudo muito estéril, como um videogame ou simulador. São, sei lá, quatro motores, um em cada roda, tudo controlado por computador para, ao comando do acelerador, otimizar a resposta e disparar de 0 a 100 km/h em menos de 3 segundos! Uau!
*Aplausos*
Veja bem, eu adoro carro elétrico, a entrega de torque imediata, o conforto de rodar sem ruído, mas isso para um carro pra ser usado no dia a dia. Como uma ferramenta de racionalidade, não como objeto de admiração.
Quer um exemplo? na semana passada, a Lotus divulgou o vídeo do Lotus Evija X acelerando em Nurburgring e, vrau, cravou o terceiro melhor tempo da história.
Veja o vídeo:
É impressionante, mas – e sempre tem um mas -, não é apaixonante. Para mim, um épico neste mesmo circuito é o RUF CTR Yellowbird: um homem duelando com seu carro com muito barulho. Compare:
É disso que eu estou falando! Se me perguntassem, quer um Evija ou um Lotus 7? O Lotus 7 sem nem pensar duas vezes! Não quero ver carros sendo tratados como smartphones. Se estamos começando um novo capítulo da história da indústria automobilística, então eu, pretensiosamente, declaro encerrada a “Era de Ouro” do automóvel!
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Penso exatamente como Você. Aprendi a ler com 4 rodas; já restaurei um mustang 67, entre outras coisas. A sensação é de desencanto.