A Ford deixará o Brasil?
Avaliação sinaliza sobrevivência por cortes gerais de custos e investimentos, em especial nos mercados periféricos, como a América Latina
Avaliação sinaliza sobrevivência por cortes gerais de custos e investimentos, em especial nos mercados periféricos, como a América Latina
Uma questão permeia assessorias especializadas em indústria automobilística e empresas aconselhadoras de investimentos: o que acontece e acontecerá com a Ford no Brasil? Avaliação sinaliza sobrevivência por cortes gerais de custos e investimentos, em especial nos mercados periféricos, como a América Latina. Em tais praças, menor variedade em produtos, vendas, lucros, redução da rede de revendedores, desinteressada pela redução da oferta de produtos.
No continente medidas de varejo, a falta de investimento em novos produtos impedirá a substituição da linha Focus na Argentina, mantendo o atual em produção, importando o modelo novo para Argentina e Brasil. Mesmo caminho, a não modernização da picape Ranger. Do México, outra subtração: por pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a empresa drenará a produção, incluindo acabar com o Fusion – interrompendo exportação ao Brasil. Dado relevante: não há investimentos previstos para renovação de produtos.
No Brasil a empresa aposta nos produtos e versões sobre Fiesta e Ka, mas segundo fonte ligada à Ford, em 2019 irá condensá-los em um apenas, caminho mundial determinado pela matriz. O substituto deverá ser produzido na fábrica de Camaçari, na Bahia.
Tal ocorrência tornaria ociosa e improdutiva a pioneira instalação de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Lá, atualmente se processa inusitada simbiose industrial na montagem de Fiesta e caminhões Cargo. Mesclar produção de carros e caminhões: a mesma fonte garante ser o primeiro passo para minguar a operação com os veículos pesados. Próximo será perder a independência como divisão, em indústria, marketing e comércio, resumindo-se a ser apenas braço da operação automóveis.
Válido o raciocínio, espelhará a continuidade do corte de empregos. Ano passado a empresa surpreendeu ao cortar 1.000 postos de trabalho na área administrativa.
Não se trata de preconceito para operações abaixo do Equador, mas reflexo da posição corajosa adotada pela matriz, colocando a condução executiva em mãos exógenas ao setor, porém conhecidas como cortadoras de custos. A empresa tenta sobreviver à crise mundial da indústria automobilística, pressionada por custos, pela não expansão de mercados, pelos hábitos dos novos consumidores, pelos torniquetes oficiais quanto a consumo, emissões e segurança. A tendência mundial de sobrevivência será a prática de economia sobre elevada escala de produção através de fusões, junções e alianças, como fez a PSA, que absorveu da GM as operações Vauxhall e Opel na Inglaterra e Alemanha.
Nos Estados Unidos, acionistas se preocupam com a relação entre patrimônio e dívidas; desvalorização das ações; prejuízos operacionais – como os problemas com as picapes F-150 com agregação de muito alumínio na carroceria e cabine. Também se preocupam com operações no vermelho: na América Latina a empresa tem perdido mais de 1 bilhão de dólares/ano. Prejuízo da operação brasileira é em torno de 2 mi de dólares/dia.
Há dois meses, a agência econômica JP Morgan comunicou aos clientes análise da Ford em se retirar da operação América Latina, ante cobrança de acionistas e do próprio presidente mundial Jim Hackett quanto ao enorme prejuízo acumulado nos últimos anos. A Ford repetiria ação encetada na Austrália, retirando-se como indústria, tornando-se importadora.
Consultada, a Ford do Brasil, por meio de seu vice-presidente Rogélio Golfarb, negou, creditando as informações a especulação da imprensa, garantindo a continuidade industrial nas velhas usinas da Argentina e de São Bernardo. Entretanto, questionado, o executivo não calçou as afirmativas indicando os veículos a substituir os atuais teoricamente em descenso e, sobre investimentos, disse ser a não divulgação uma estratégia da empresa…
A Ford não deverá sair do país, mas adotadas as medidas especuladas, encolherá substancialmente, deixando de ser a referência como quarto lugar em participação no mercado, para ocupar posto distante. Jornalista Vicente Alessi, editor das publicações AutoData, experiente e bem informado, tem visão positiva: A Ford pode estar antevendo o mercado e se preparando para dar uma volta e liderar a mudança. Tal evento seria o de se preparar para a grande alteração de cenário para o uso dos automóveis, sua morfologia e construção. A Ford estaria se adequando para nova geração de produtos elétricos ou híbridos, e poderia sediar tal produção em São Bernardo ou na Argentina – afinal, se Focus e Ranger não serão substituídos, óbvio estar determinado seu fim, e a ociosidade para as instalações argentinas.
Aparentemente isto está há tempos no radar da matriz, pois a Ford do Brasil não tem investimentos desde 2015.
Ford é, como Fiat, BMW e Suzuki, empresa controlada pela família fundadora. E destes acionistas majoritários teria partido a decisão acatada pela diretorial e assinada por Jim Hackett. Em nota surpreendente, demite sem informar razões, Raj Nair, 31 anos na companhia e seu presidente da marca nos Estados Unidos. Fontes em Detroit e consultor norte-americano especializado em indústrias, pessoas e gabinetes optam por vertente comum: em encontro com acionistas e representantes, um deles, motivado pelos resultados econômicos da companhia, teria perguntado o óbvio ao então presidente: qual o futuro da Ford? E o executivo teria respondido também desejar saber, deixando no ar a conclusão das incertezas.
Os próximos dias serão febricitantes para a companhia responder à questão do acionista, e a sobrevivência na América do Sul, importante para os envolvidos nestas operações regionais, parece distante questão secundária ante a magnitude do problema.
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ditado popular antigo explica o surgimento do Cronos, novo sedã três volumes Fiat inspirado no hatch Argo. Mandão é o mercado, onde automóveis deste tipo representam 22% das vendas, e juízo é boa explicação para a marca, sempre identificada com veículos de pequeno porte, dizer presente e aspirar vendas para se reaproximar da liderança perdida.
Visualmente cumpre a mandatória função de mostrar-se desdobramento do Argo, encerrando um ciclo de novidades: Toro, Mobi, Argo. Executa a missão com brilho, mostrando não ser um hatch com aposição de porta-malas, mas sim com desenho exclusivo e bem resolvido, com caráter e personalidade. Como detalhe, para aumentar conforto interno não esticou a plataforma, mas Claudio DeMaria, engenheiro-chefe, disse na apresentação do produto ter optado pela gestão do espaço interno. De fato, há maior habitabilidade e espaço para 525 litros no porta-malas comparativamente aos produtos com os quais disputará vendas, o GM Prisma e o Hyundai HB20S, projetos envelhecidos.
Cuidado no desenho e seus detalhes. Interior com bom conteúdo de itens de conforto e eletrônicos e agregação de itens de segurança como controle de tração, estabilidade, trava para subidas, sensores de chuva, crepuscular e ofuscamento. Sensor de pressão em todas as versões e multimídia Uconnect em quatro das cinco versões.
Duas opções de motorização: quatro cilindros dianteiro transversal, 1.3, 109 cv e 1.8 litro. Três de câmbio: mecânico de cinco velocidades; GSR = Dualogic, automatizado; automático Aisin, seis velocidades.
Construtivamente o Cronos pesa pouco mais ante o Argo por conta do uso de 70% em aços especiais, mais leves e resistentes. Mesmo percentual é de peças específicas. Óbvios 30% são comuns. A personalização do carro como sedã exibiu novas calibragens de suspensão e direção, incluindo aumento de bitola, e novos faróis obtêm 60% mais luz relativamente a Prisma e HB20S.
Empresa desenvolveu 5 variáveis: abrindo o leque no Cronos 1.3, mais simples; indo até o 1.8 Precision com transmissão automática.
Cronos 1.3
R$ 53.990
Cronos Drive 1.3
R$ 55.990
Cronos Drive 1.3 GSR
R$ 60.990
Cronos Precision 1.8
62.990
Cronos Precision 1.8 AT6
69.990
Andei no Rio de Janeiro, avenidas costeiras, aterro do Flamengo, ruas do Jóquei, Jardim Botânico, Leblon… Uns 50 quilômetros. Carro de conjuntos acertados, freios de bom dimensionamento e calibração; direção bem ajustada; grande harmonia entre as relações de câmbio-motor-uso; extremamente silencioso, como se fosse de categoria superior. Construtivamente o é, apesar de, curiosamente, Fiat tratar do assunto ganho de qualidade com inexplicável reserva.
É ausente um porta celular como item de série. No comportamento, excepcional vedação de som caracteriza o projeto como o de melhor conforto.
Fim – Porsche suspendeu aplicar motores diesel em seus utilitários esportivos. Justificou de forma prosaica, depois dos problemas com emissões acima do limite legal, causando o processo conhecido como Dieselgate.
De costas – Declarou: Diesel é assunto secundário na Porsche. Porsche não desenvolve ou constrói motores diesel. Comercialmente a demanda por diesel vem caindo, ao contrário da procura por híbridos ou gasolina. Os diesel eram fornecidos pela controladora Volkswagen e o opcional durou oito anos.
Salão – Volkswagen dará um choque nos jornalistas convidados à sua VW Night, véspera da abertura do Salão de Genebra, 8 a 18 de março: mostrará o I.D.Vizzion, carro conceito elétrico do tipo bonito e prático; premium e automatizado. Quebrará paradigmas. E anunciará produzir 20 veículos inteiramente elétricos até 2025.
CUV – Ford tentou inovar na classificação morfológica da nova versão com ares de atrevimento do Ka FreeStyle, rotulando-o CUV.
CUV = Compact Utility Vehicle.
Coluna – Nossa coluna apontou a abreviatura de sonoridade ruim, geradora de óbvia saia justa e desconforto.
CUV de fora – Coluna tocou no assunto e a companhia desincentivou o uso do impronunciável CUV. O Ka FreeStyle é agora tratado como utilitário compacto.
Tradição – Ford não é muito boa para escolha de nomes no Brasil. Batizou as transmissões com dupla embreagem de Powershift. Tal a quantidade de problemas, antes de retirá-la de produção – o processo se arrasta – viu-a apelidada pelo escatológico “Powershit”…
Tradução – Há pouco a companhia mudou seu slogan, passando a Ford Go Further (algo do tipo “Ford vai mais longe”, como a Argentina traduziu). Aqui manteve-se o original com tropeço de pronúncia, gerando entendimento diverso.
Programa – Ministro Marcos Jorge Lima, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços baixou decreto institucionalizando o projeto Rota 2030. Será assinado pelo Presidente da República até o final do mês.
Sinal – O 2030 determina normas para indústria de veículos e auto peças, criando degraus de redução de imposto contra ganhos tecnológicos. Plotará, também, o futuro dos carros híbridos e elétricos e sua imposição tributária.
Consórcio – Modalidade de autofinanciamento ganhou espaço no mercado no ultimo mês. Panorama da venda de veículos leves 0Km indicou expansão de 2,7%; e valor médio ascendeu 4,8%. Nos consórcios cenário melhor, expandindo 7% e com o tíquete médio crescendo 10%. Dados da Disal.
No campo – New Holland Agriculture fez acordo operacional com a produtora de vinhos E&J Gallo Winery, na Califórnia. Cliente testará trator especial para vinhedos com aparato permitindo uso autônomo, e de suas observações agronômicas desenvolverá versão final para venda.
Antigos – Demanda de proprietários de veículos antigos, óleo lubrificante com base mineral, adequados a motores com projetos erados, apareceu no mercado. É o Total Moto 4 Cruise 20W50.
Oba! – Coluna indagou à Mobil se o lubrificante para motos seria aplicável a tais engenhos e recebeu confirmação. Um alento. Os antigos são desprezados no fornecimento de insumos para sua manutenção, como os óleos e, em especial, pneus.
Mineirice – Quase todos os estados do país isentam os veículos antigos do pagamento de IPVA. Conquista do Museu Nacional do Automóvel junto à Secretaria de Fazenda do DF, a lógica permeou – exceto para Minas e sua herança cartorária.
Solução – O AMA, clube mineiro, faz movimento com patrocínio do deputado estadual Duarte Bechir para conseguir isenção. Audiência na segunda-feira (26), às 14h30, na Assembleia Legislativa. Tens antigo? Vá jogar o jogo democrático, fazer presença e pressão.
Gente – Raj Nair, engenheiro, 31 anos de Ford, presidente da empresa nos EUA, demitido. OOOO Causas opacas, ditas como “comportamento inaceitável”. OOOO
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Os veículos Ford não são confiáveis, então não tem nada a acrescentar ao mercado nacional, os que tive, jurei nunca mais ter, se for já vai tarde…
E…cumpre lembrar q tirei minha CNH em 1970 treinando num Corcel duas portas (do dono da Auto Escola) e uso um Fiesta atualmente……Li ‘Os Princípios da Prosperidade’ do sr H Ford…..Sou um amante da Ford q fica triste se a coisa não vai bem….
taí, o pioneirismo americano está-se indo……basta ver no Google ‘ A Agonia dos Grandes EE UU…..’ A coisa tende a migrar p o lado d origem – ou seja, o outro lado do oceano…..O Oriente – Sinal dos tempos !!!!
já tive corcel 1 e 2 , quase todos os xr 3 , inclusive um rs, o último foi um focus sedam guia 2.0 automático, cuja transmissão era um lixo, se comparada com a do corolla que possuo, aos 50 mil km ela pifou, quanto ao consumo de gasolina mais parecia um V8, era igual a uma ‘amante argentina”, tive que passar adiante ,mesmo perdendo mais de 35 % na venda
tive corcel 1 e 2 , todos os xr 3 e um rs, mas o último veículo da Ford , foi um focus sedam guia automático 2.0, cuja caixa de transmissão era um lixo [comparada com a do corolla que possuo atualmente] , e pifando as 50 mil km, além disto ele consumia gasolina igual a um V8, , tive que passar adiante, pois parecia uma ”amante argentina”!!!
Texto confuso e mal revisado.
A Ford deixa muito a desejar aqui no Brasil em maio de 2017 eu fui em uma concessionária da Ford para avaliar um EcoSport era sábado só havia dois atendentes fiquei esperando uns 15 minutos até um poder me atender fiquei pular uma hora e meia mas está muito decadente a Ford o seu norral tudo sem falar os preços que não convém com a realidade brasileira relatos de problemas no motores estão vivendo frequente final da história não comprei o EcoSport foi uma honra convencionar um pouco mais à frente dois quarteirões e comprei um Cruze Sedan Chevrolet
Muito boa tarde, sempre gostei dos carros da Ford, porém depois que experimentei o câmbio PowerShift, achei um lixo, e não sei pq a Ford , continua a insistir nessa *. Por isso que ela só vem perdendo espaço.
EDITADO
Querido jornalista, gostaria de deixar aqui minha crítica para falta de revisão do texto. Que se encontra confuso por falta de releitura pré-publicação e respeito as regras da língua portuguesa. Agradeço a atenção.
A Ford nunca entrou para valer no mercado brasileiro. No ditado popular se diz que para comer omelete é necessário quebrar os ovos. Quando ela teve bons produtos no mercado não quis investir para se manter ou lançou bons produtos sem a devida adaptação para o mercado brasileiro. É uma pena jogaram todo o seu potencial no lixo e continuam fazendo ainda
Carro bom da Ford só nos EUA, no Brasil carroça por isso vai embora, vai tarde
Verdade.
Ai e que tá como produzir em um lixo de pais que o imposto e exageradamente caro, sindicatos imprestáveis só para prejudicar a nação, e vc tem que enxugar o máximo o custo do veiculo porque o governo deixou o povo tao pobre que não pode comprar um carro confortável mais?