Ford apostará em novos SUVs para recuperar mercado no Brasil
Fabricante deve lançar dois utilitários de porte médio no país ao longo dos próximos meses: o Territory e o Escape
Fabricante deve lançar dois utilitários de porte médio no país ao longo dos próximos meses: o Territory e o Escape
A Ford, que durante muitos anos foi a quarta maior fabricante de automóveis do Brasil, vem perdendo espaço sucessivamente. No resultado acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, a multinacional está em sexto lugar nesse ranking, atrás de Chevrolet, Volkswagen, Hyundai, Renault e Fiat, respectivamente.
A participação da marca norte-americana no mercado brasileiro, que já esteve na casa dos dois dígitos, foi de apenas 8,97% durante esse período. O declínio nas vendas de veículos já trouxe revezes: em fevereiro último, a Ford anunciou o encerramento das atividades na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Ciente de que precisa reagir, a empresa já traçou uma estratégia para voltar a crescer no país: apostará todas as suas fichas em SUVs.
A decisão de mudar o foco não foi tomada por acaso. As vendas de SUVs estão, atualmente, em plena ascensão. A Ford já tomou os primeiros passos rumo em direção aos veículos desse tipo. Recentemente, reestilizou o EcoSport, pioneiro entre os utilitários compactos. O veículo ganhou ainda um novo motor 1.5, câmbio automático de seis marchas e uma versão sem estepe preso à tampa traseira. Na outra ponta, acabou de lançar a nova geração do grandalhão Edge. Todavia, a empresa ainda não tem representante entre os SUVs médios.
Para preencher essa lacuna, a Ford deverá trazer dois novos SUVs para o mercado brasileiro. Um deles é o Territory, que já foi até exposto no país, durante o último Salão do Automóvel de São Paulo. Trata-se de um modelo de porte médio, com 4,58 metros de comprimento e 2,71 metros de entre-eixos. Isso o coloca como concorrente direto para Jeep Compass, Chevrolet Equinox, Volkswagen Tiguan, Honda CR-V e Toyota RAV4. O lançamento deve acontecer em 2020.
O Territory foi desenvolvido em conjunto com as parceiras chinesas da Ford, mirando os chamados países emergentes. Isso significa que ele não se destina à Europa e à América do Norte. Por outro lado, se encaixa muito bem nos mercados da América do Sul. Apesar de o projeto não ser global, o modelo tem tecnologias semi-autônomas, como controlador de velocidade adaptativo, assistentes de estacionamento, de ponto cego e de manutenção de faixa.
Na China, o Territory é equipado com um motor 1.5 sobrealimentado. O bloco é o mesmo que equipa as versões top de linha da linha Ka e a s básicas do EcoSport. Porém, o conjunto inclui sofisticações, entre as quais o turbocompressor. Consequentemente, potência e torque aumentaram significativamente. Essa é a mecânica mais cotada para chegar ao mercado brasileiro. Entretanto, no país asiático, há outras opções, inclusive uma versão com propulsão híbrida.
Outro dos SUVs que integrarão a linha Ford é o Escape. Trata-se de um utilitário baseado no Focus, cuja nova geração foi lançada mundialmente neste ano. As dimensões são as mesmas do Territory: 4, 58 m de comprimento e 2,71 metros de entre-eixos. As vendas no Brasil ainda devem demorar um pouco, e a estreia não deve acontecer antes de 2021.
Ao contrário do Territory, o Escape é, realmente, um carro global. O modelo até recebe outro nome na Europa: por lá, chama-se Kuga. Porém, o projeto é exatamente o mesmo. Isso faz com que seu padrão de construção seja mais elevado. Aliás, todo o projeto é mais sofisticado e inclui, a exemplo do Focus, suspensão traseira independente. Consequentemente, deverá ser posicionado em um patamar superior de mercado, com preços mais altos.
Sob o capô, mais semelhanças entre os SUVs médios da Ford. Um dos motores do Escape é o mesmo 1.5 turbo que equipa também o Territory. Porém, o modelo mais sofisticado pode vir também com o 2.0 turbo que, no Brasil, move o Fusion. Claro, há também versões com tecnologias híbridas de propulsão, ao menos no exterior.
Ainda não há informações sobre a logística que a Ford vai adotar para trazer seus novos SUVs ao Brasil. Ao menos inicialmente, os dois podem chegar como importados. Porém, é possível que pelo menos um deles seja fabricado no Brasil ou na Argentina.
No país vizinho, inclusive, a fábrica da Ford em General Pacheco está com capacidade ociosa. Justamente lá, deixou de ser produzida, nesta semana, a linha Focus. A saída desse modelo do mercado é um reflexo do encolhimento das categorias de hatches e sedãs médios, devido à ascensão dos SUVs. O Fiesta também sai de linha neste ano, devido ao já citado fechamento da planta de São Bernardo do Campo (SP). Eis aí a opção da empresa por apostar em segmentos inexplorados.
Porém, o momento instável pelo qual está passando a economia da Argentina pode desestimular investimentos na unidade industrial. Por essas e outras questões, a multinacional ainda não bateu o martelo sobre a nacionalização dos novos SUVs.
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Cada carro tem seu perfil, claro condições financeira comanda compra melhor. Mas mercado com muitas opções, faz público diversificado em preferências e cada vez mais exigente. Tendências sempre tem tempo determinado, bons produtos permanecem mais tempo… claro já tivemos onda das “peruas, sedans ….”!!!
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Como disse Boris, BRasil não aceitava carros 4 portas, depois virou tendência, mas também ampla necessidade. SUV é maior tendência, mas hatchs porta de entrade de vendas das montadoras, isto permanece com certeza com amplas atualizações… Pois UNO, FUSCA, GOL etc…todos tiveram seu auge, “época de ouro”!
SUV é moda. Sou fã de Sedan. Até rimou. Não saio da Fusion de jeito nenhum.
Devemos e brigar para baixar esse bando de impostos que nos massacra, ai sim os nossos carros serão mais baratos. Já pensou pagar de 30% a 40% em um carro popular de impostos???
O melhor é, ou 8 ou 80. Ou é automático ou manual, não tem meio termo. Sou PCD e tenho até hoje um chevette hatch automático ano 86 (adquirido em 1991). o câmbio é de 3 marchas e já foi feito em 2006 por velhice, nunca deu problema.
e quem disse que esse aí não é o Focus?
Vc está certíssimo. O meu é câmbio manual, ou seja, defeito zero. E em 2011, já veio com controle de tração e estabilidade, além da suspensão independente. Faz curvas como nenhum outro carro. Uma pena, o brasileiro não ser exigente. A Ford tem carros bons, mas o brasileiro tem que rejeitar o que é lixo. Eu quero ver o Escape no Brasil. Já o Territory é mais do mesmo , que já roda por aqui.
Sinceramente não mais pretendo ter um carro da Ford,sofri muito com uma eco câmbio automatizado,minhas idas e vindas,foram sempre desrespeitadas por aqueles que me propuseram um carro maravilhoso,eu creio ter aprendido a lição,FORD jamais!
Câmbio automatizado não presta. Dirigi todos e são muito ruins de manusear. Da raiva de tão ruim que o carro fica de dirigir. Ou vai de automático ou de manual. Automatizado eficiente só o da Mercedes Classe A, que na verdade era um automático combinado com o acionamento manual. Espetacular.
Os preços de carro no Brasil é um absurdo…Esse carro nos EUA é muito barato…
Fez besteira em tirar de linha o melhor médio do Brasil, que era o Focus…
Antonio,ontem eu fui ver um 2017 E pensei a mesma coisa. O Focus ainda tem mercado.