FPS: tecnologia evita que carro pegue fogo após acidente
Atualmente, sistema de prevenção de incêndios funciona de maneira eletrônica; por isso, não atua sem que haja colisão, como podia ocorrer no passado
Atualmente, sistema de prevenção de incêndios funciona de maneira eletrônica; por isso, não atua sem que haja colisão, como podia ocorrer no passado
Talvez você nem saiba, mas há boas chances de seu carro ser equipado com um dispositivo chamado FPS. Trata-se da sigla de Fire Prevention System (sistema de prevenção de incêndio, em tradução livre). Esse recurso de segurança, como o nome já diz, pode evitar que o veículo irrompa em chamas após um acidente. Sua função básica é impedir que combustível continue sendo bombeado para o motor se ocorrer uma batida.
“O impacto gera risco de faíscas que, em contato com combustível, podem provocar um incêndio, explica Ricardo Takahira, membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil). O objetivo do FPS é justamente evitar que esse tipo de situação aconteça.
“O sistema desliga a bomba de combustível eletronicamente,” sintetiza Ricardo Dilser, consultor técnico do Grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobiles). “Mesmo se o pedal do acelerador estiver todo pressionado, pelo peso do corpo de um ocupante desacordado, por exemplo, o motor não receberá combustível”, complementa Takahira.
O FPS entra em ação de maneira automática e em conjunto a outros recursos de segurança do carro. “Os airbags têm um dispositivo eletrônico chamado acelerômetro. Esse sensor detecta desacelerações muito grandes, por volta de 1G. Ele é super rápido! Além de deflagrar a bolsa, ele bloqueia a bomba”, detalha o especialista da SAE.
Takahira destaca que a central eletrônica responsável pelo acionamento dos airbags pode desempenhar várias outras funções relacionadas à segurança. “À medida que carro foi ficando mais sofisticado, o sistema ganhou outros recursos. Ele pode também destravar as portas, para facilitar a retirada dos ocupantes”, exemplifica. “É tudo eletrônico. Tudo obtido por meio de programação de software”, pontua Dilser.
O FPS, como as demais tecnologias automotivas, também evoluiu. Cerca de 20 anos atrás, essa funcionalidade já estava presente em alguns veículos. Seu acionamento, porém, era diferente, ativado por um sensor inercial, ou sensor de impacto. “Era um dispositivo mecânico, uma espécie de esfera imantada, que funcionava por magnetismo. Ele também interrompia o circuito elétrico da bomba de combustível”, recorda o especialista da SAE.
Devido às limitações do FPS mais antigo, às vezes acontecia de o motor morrer após um impacto leve, que não correspondia a um acidente. O veículo poderia deixar de funcionar, por exemplo após passar rapidamente por um buraco mais profundo. Também existia a possibilidade de o sistema não entrar em ação em um capotamento.
Takahira, porém, esclarece que tal situação não ocorre com o dispositivo mais moderno, que funciona em diferentes situações. “Os acelerômetros trabalham com os eixos x, y e z: para cima, para baixo e para os lados”, esclarece. “Alguns carros chegam a ter oito airbags, e essa central eletrônica com os acelerômetros precisa detectar impactos em diferentes direções para acioná-los”, conclui.
Para o especialista da SAE, o avanço do sistema está justamente no fato de ele envolver várias funcionalidades, que podem entrar em ação de maneira independente ou conjunta. “É um sistema mais eficiente porque a função dele não é só cortar o combustível”, avalia.
Os dois especialistas consultados pelo AutoPapo afirmam que o FPS é item comum nos automóveis atuais. “Com a obrigatoriedade de ter uma central eletrônica para comandar o airbag, há também esse sistema”, pondera Takahira. Vale lembrar que, desde o dia 1º de janeiro de 2014, todos os veículos novos vendidos no Brasil são obrigados por lei a ter airbags frontais e freios ABS.
Dilser também destaca a eletrônica popularizou o FPS. “Acredito que hoje ele é aplicado de maneira generalizada. Na Fiat e na Jeep (ambas marcas do Grupo FCA), o sistema está presente em todos os modelos”, afirma.
Vale lembrar, todavia, que nem todos os automóveis que circulam pelas ruas têm as tecnologias mais recentes. Segundo levantamento divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a idade média da frota brasileira é de 9 anos e 7 meses. Dos 43,4 milhões de veículos circulantes no país, 52% têm entre 6 e 15 anos de idade. Outros 6% têm mais de 20 anos. Desse modo, muitos deles não são equipados com o FPS de última geração. Os modelos ainda mais antigos sequer dispõem de quaisquer dispositivos semelhantes.
Fotos Bosch | Divulgação
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Gostaria ter uma informação precisa com relação ao veiculo CHEVROLET-Classic SL 1.0 Ano 2015/2016 se possui o equipamento de corta combustível FPS.