Frontier argentina chega ao Brasil, mas Nissan sustenta mentira

Picape, que é irmã da Mercedes-Benz Classe X e Renault Alaskan, não tem a suspensão multilink anunciada pela Nissan

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Por AutoPapo
Publicado em 30/07/2018 às 17h00
Atualizado em 11/08/2022 às 16h04

A fabricação da Nissan Frontier argentina foi iniciada, segundo informa a marca. A picape passou a ser produzida na cidade de Córdoba em uma nova linha de montagem, de onde virá para o Brasil. Ainda assim, a japonesa insiste que a picape conta com uma suspensão multilink que não existe.

nissan frontier argentina
(Nissan | Divulgação)

A mentira começou em 2015, quando a geração atual da picape foi lançada na Argentina. A marca passou a anunciar, então, a nova suspensão multilink. O equipamento, entretanto, não está presente na picape.

Para que a suspensão traseira da Frontier fosse do tipo multilink, as rodas teriam que ser independentes. Isso é impossível, já que o eixo traseiro da picape é rígido. Nós explicamos a incongruência com mais detalhes quando premiamos a picape com o Pinóquio de Ouro 2017.

Ao que tudo indica, a Nissan continuará insistindo na presença do equipamento, como consta no site oficial da marca. O Brasil será o primeiro país a receber a Frontier argentina.

A nova fábrica é dedicada à produção de picapes e conta também com uma pista de testes para veículos da categoria. Ali, serão produzidos modelos para a aliança Renault-Nissan e também para a Daimler.

A própria Frontier é fruto de uma parceria entre as três marcas: chassi e estruturas mecânicas e motor do modelo são os mesmos para as picapes Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X. As três dividirão, assim, a nova linha de montagem.

A fábrica tem capacidade para produzir 70 mil veículos por ano e é fruto de um investimento de US$ 600 milhões (cerca de R$ 2 bilhões, em conversão direta). Dos veículos produzidos, 50% serão destinados a exportação.

nissa frontier suspensão multilink
Em seu site, Nissan afirma que a Frontier é equipada com suspensão multilink, o que não é verdade (Nissan | Reprodução)

Com a inauguração da planta, a marca espera aumentar seu retorno financeiro e alcançar um crescimento sustentável em escala global, segundo afirma no comunicado. O grupo considera a América Latina como uma região importante para alcançar essas metas.

“Há três anos, a Nissan decidiu apostar fortemente na Argentina. Anunciamos a chegada da Nissan ao país como subsidiária e fabricante de veículos, confirmando um grande investimento que dá sustentação ao nosso plano de nos tornarmos uma das maiores marcas automotivas na região”, declarou o presidente da Nissan América Latina, José Luis Valls.

A Frontier vendida no Brasil desde o ano passado vem do México, já dentro do projeto conjunto das três montadoras. A picape também já foi produzida no Brasil.

Agora, só resta uma dúvida com relação à Frontier argentina: será que as irmãs da Mercedes-Benz e Renault vão reproduzir a mentira do ano?

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5 Comentários
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José Antonio 6 de maio de 2023

O conceito de suspensão multilink de eixo rígido é bastante antigo, e errou feio a reportagem ao ignorá-lo. Hoje é o tipo de suspensão usada em muitos utilitários como a RAM, Ford Ranger Raptor, Toyota Tundra, Jeep, etc.
Pior do que o fato de vocês desconhecerem isso é ainda conceber um troféu da mentira difamando o fabricante.

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Flávio Ribeiro 22 de março de 2022

Até quando essa informação errada vai continuar publicada aqui? Desfeito o equívoco de quem escreveu este artigo, e confirmada a suspensaõ como multilink, precisa corrigir isso para ninguém mais usar esse erro como referencia. Até o mal informado Anacleto do canal A Roda já usou essa informação errada como complemento de um teste dele.
É suspensão multilink sim, patenteada dessa forma há muitos anos e nem foi pela Nissan, como multilink de eixo rígido, terminologia de engenharia inclusive, não é de marketing.
Vocês confundiram suspensão independente com multilink. A Nissan nunca afirmou ser independente, ou seja, nunca mentiu. É apenas multilink.

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Gustavo 12 de julho de 2021

Caramba, que falta de conhecimento de quem escreveu essa bobagem toda. Aliás, já senti que vocês são bem tendenciosos com algumas marcas.
Suspensão multilink é uma tecnologia que pode ser aplicada em conjuntos independentes ou de eixo-rígido. E este é um conceito que já tem algumas décadas e vocês já deveriam saber. Misturaram tudo aqui. Que vergonha.

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Nelson Ribeiro 10 de dezembro de 2020

Quem escreveu essa bobagem é engenheiro? Não sabe a diferença de multi-link para sistema independente? Duas coisas diferentes.

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Andrade 8 de dezembro de 2020

Engano de vocês. A suspensão é sim multilink, apenas não é independente.
A suspensão multilink não precisa ser independente, pois pode ser de eixo rígido e ainda ser fixada por multilinks.
Inúmeros artigos técnicos estrangeiros mostram isso, e outros veículos no exterior usam este conceito, e também o chamam de multilink de eixo rígido.
Acho que o “Pinóquio de Ouro” deveria ir para vocês.

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