[Avaliação] Hyundai Creta 2.0 AT Sport agrada em estilo e espaço
Utilitário esportivo de marca coreana tem design vencedor e desempenho agradável, menos nas retomadas, que não têm brilho
Utilitário esportivo de marca coreana tem design vencedor e desempenho agradável, menos nas retomadas, que não têm brilho
O utilitário esportivo compacto Hyundai Creta é montado sobre a plataforma do Elantra e grande parte das linhas são limpas em quase toda a extensão da carroceria e os poucos recortes concentram-se na dianteira. O modelo é comercializado somente em países emergentes.
Goste ou não das linhas da carroceria, o Creta vende muito bem. É o terceiro SUV mais emplacado no mercado nacional até novembro, atrás do médio Jeep Compass e do também compacto Honda HR-V. Faróis e lanternas traseiras salientes, grade frontal preta enorme no estilo da marca sul-coreana, e linha de cintura alta e ascendente no sentido da traseira. Porta traseira tem pouca área envidraçada.
Com 4,27 metros de comprimento, o Hyundai Creta tem apenas um centímetro a mais do que o hatch médio VW Golf. É bom o espaço interno, principalmente no banco traseiro, onde dois adultos se acomodam bem. Bom espaço para cabeça e pernas. Porém, o ocupante do assento central somente em percurso curto. Entrar e sair do habitáculo na frente ou atrás não exige contorcionismo. A proposta dos SUVs é justamente levar a família com conforto.
O interior é arejado, com plástico duro de aparência convincente no painel central e portas. Forração dos bancos em tear e couro nas extremidades gera visual agradável. O tear permite transpirar e esquenta menos, o que não é o caso do couro, seja sintético ou natural. Bancos têm boa anatomia, mas carro que custa quase R$ 100 mil tem que ter regulagem lombar, que mantém a postura correta e diminui fadiga em percurso longo.
O porta-malas é bem dimensionado e o aproveitamento horizontal possibilita arrumar mais facilmente a bagagem. A tampa na unidade testada exigia força para fechar e tem apenas uma pega no lado direito. Dificulta para canhotos.
O quadro de instrumentos inclui indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor, além de conta-giros, velocímetro e nível de combustível. Sistema multimídia não está equipado com navegador, exclusividade da versão topo de linha.
As poucas falhas em ergonomia são revestimento liso do volante, que provoca deslizamento acidental das mãos, e excesso de comandos agrupados nele. Visibilidade boa em todos os sentidos é ajudada pelos retrovisores grandes. A maioria dos comandos está bem posicionada.
Suspensão bem calibrada entre conforto e estabilidade com pneus de perfil mais alto (215/60) montados em rodas aro 17. Os 12,9 centímetros de altura de borracha ajudam a filtrar melhor as imperfeições do piso. Outra surpresa é a estabilidade. O Creta tem bom comportamento dinâmico com inclinação moderada da carroceria.
Dispositivos eletrônicos, como controle e gerenciamento de estabilidade, ajudam a manter o carro na trajetória em curvas. Grande altura do solo e bons ângulos de ataque/saída ajudam não esbarrar em rampas e obstáculos comuns na cidade. Apesar de ser SUV, a dirigibilidade lembra a de automóvel.
A direção está bem calibrada com leveza suficiente em manobras e peso em alta. Falta ter mais sensibilidade para informar ao motorista que o carro está na mão. Diâmetro de giro pequeno facilita manobras.
O desempenho satisfaz bem nas acelerações, e tão logo o carro é colocado em movimento sente-se a força e vigor do motor flex 2.0. Porém, as retomadas de velocidades não têm o mesmo brilho. O motor urra no kick-down, quando se pressiona totalmente o acelerador, e há retardo no início da aceleração para recuperar a velocidade.
O câmbio automático convencional de seis marchas, com conversor de torque, demora a reagir. O peso do carro influi no desempenho, principalmente nas retomadas de velocidade. O Hyundai Creta com motor 2.0 pesa 1.399 kg. Trocas são suaves e redução é imediata na diminuição de velocidade. Trocas manuais podem ser feitas movimentando-se a alavanca. Não há função Sport, apesar de a versão ter essa denominação.
A avaliação do Creta foi apenas com gasolina no tanque. As diferenças de potência e torque da gasolina para o álcool são significativas: 10 cv de potência e 1,4 kgfm de torque a favor do derivado da cana. São 156 cv/166 cv e torques de 19,1 kgfm e 20,5 kgfm. Partida a frio sem tanquinho. Entretanto, fabricante declara velocidade máxima e aceleração até 100 km/h iguais para os dois combustíveis. No mínimo, curioso.
Freios se mostraram suficientes, mas o pedal tem curso mais longo. Facho do farol está no limite. Deveria ser um pouco mais longo para evitar lampejar o alto em algumas situações e ofuscar quem vem no sentido contrário. Segurança básica completa com cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos. Há apenas airbags frontais previstos em lei.
Além do ABS, também obrigatório, o Hyundai Creta tem controles de estabilidade e tração, gerenciamento de estabilidade e assistente de partida em rampa. No teste de impacto do Latin NCap realizado no fim de 2015 obteve quatro estrelas de cinco possíveis na proteção a adulto e apenas três na de criança. Resultado apenas razoável.
A garantia é a tradicional de cinco anos de Hyundai. A versão Sport tem preço sugerido de R$ 94.990 sem pintura metálica, que acrescenta R$ 1.100.
Fotos | Hyundai/Divulgação
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O Creta é feito na plataforma do hatch médio Elantra, não do hatch compacto Hb20.
Sedã médio Elantra*
Verdade, Daltony! Já corrigimos a mancada! Muito obrigado pelo toque e um ótimo 2018 para você. Continue conosco. =)
Interessante… a primeira coisa que me interesso em um carro é a retomada.
Retomada boa só em carro turbo ou V6 pra cima. Dificilmente um 4 cilindros aspirado retoma bem.