Conheça as inovações do Mercedes-Benz Classe E através dos anos

Esse é o principal carro da marca a nível global e, por isso, serve como palco para as inovações criadas pelos alenães

mercedes benz classe e w123 e w214
Muita coisa nova apareceu nas 11 gerações do carro (Fotos: Mercedes-Benz | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 12/02/2024 às 17h02

O Classe E é um dos modelos mais tradicionais da Mercedes-Benz. O Classe S é sempre o mais lembrado, por ser referência em luxo, porém o modelo intermediário é o que assume a maior quantidade de papeis na gama e possui grande volume de vendas a nível global.

No Brasil conhecemos o Mercedes Classe E como um carro executivo, sempre vindo para cá em versões mais equipadas e frequentando locais da alta sociedade. Porém a versatilidade do sedã em outros países é maior.

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Na Europa, por exemplo, é comum encontrar o Classe E sendo usado como táxi, viatura policial, ambulância ou até mesmo carro funerário. Por isso, ele tem uma oferta bem diversa de motorizações e níveis de acabamento. Um carro desse segmento com bancos em tecido e câmbio manual seria impensável no Brasil, mas existe em outros mercados.

Por ser tão relevante para a Mercedes-Benz, o Classe E é também o palco para o lançamento das novas tecnologias mais relevantes da marca. O que foi testado no “laboratório” que é o Classe S chega mais refinado no modelo intermediário. Veja a seguir os destaques de cada geração.

1. W136, o primeiro Classe E

A Mercedes-Benz identifica a geração de cada sedã seu pela letra W seguida por três números. O W136, lançado em 1935, é considerado o primeiro da Classe E. Ele era o menor carro de motor dianteiro da marca na época, ficando acima apenas de um compacto de motor traseiro.

O W136 já trazia câmbio manual com as quatro marchas à frente sincronizadas e foi marcado por ter um motor de quatro cilindros bastante suave. Como era costume na época, haviam diversas opções de carroceria, até mesmo picape e furgão.

A versatilidade do Classe E foi visto durante a Segunda Guerra Mundial, com a variação militar 170 VK que serviu ao nefasto exército nazista. Esse foi o segundo veículo militar mais produzido da Alemanha, ficando atrás apenas do Volkswagen Kübelwagen feito sobre o chassis do Fusca.

2. W120 “Ponton”

mercedes benz 190 w120 frente parado
O Ponton tinha o desenho tradicional de sedã que conhecemos

O W136 seguiu sendo feito após o término da guerra. O seu sucessor, o W210, só apareceu em 1953 e com um estilo bem moderno. O sedã trazia o formato de três volumes que conhecemos hoje e foi apelidado de “Ponton”.

Os motores eram, mais uma vez, quatro cilindros a gasolina ou diesel. Existiu também uma versão de entre-eixos mais longo e motor seis cilindros, a W128.

O Mercedes Ponton foi muito popular como táxi na Alemanha, assim como o Classe E segue sendo. E no sentido oposto, o W210 também serviu como base para o roadster 190 SL, que era inspirado no supercarro 300 SL.

3. W110 “Fintail”

Sabe os crash tests que os carros modernos são submetidos? O Mercedes-Benz W110 foi o pioneiro nisso. A marca alemã se preocupava com a segurança já no início dos anos 60.

Essa geração do Classe E foi apelidada de “Fintail”, por causa do discreto rabo de peixe na traseira. Esse foi o primeiro modelo a ter versões de quatro a seis cilindros com a mesma carroceria, sem ter que recorrer a entre-eixos maior.

O W110 foi também o primeiro Mercedes a ter uma versão perua vendida oficialmente nas concessionárias. Entretanto, a carroceria não era feita na fábrica e sim por uma empresa terceirizada.

4. W114/W115

O designer francês Paul Bracq foi responsável por alguns dos carros mais icônicos da Mercedes-Benz, BMW e Peugeot. Na marca da estrela de três pontas ele fez a geração W114 e W115 (o código varia conforme o motor usado) do Classe E, de 1968.

O sedã com linha de cintura baixa, ampla área envidraçada, faróis verticais e a grade em destaque tem linhas elegantes sem depender de muitos elementos adornando a carroceria. E também serviu de base para um cupê sem coluna B.

No quesito de inovações, o Classe E W114/W115 estreou algumas bem importantes. A suspensão traseira usava braços semi-arrastados na traseira, mais eficiente e segura que os semieixos oscilantes usados desde antes da guerra. Na dianteira foram adotadas as juntas homocinéticas.

Outra inovação importante foi a injeção eletrônica, que estreou em 19756 no cupê 250CE. Até então a marca adotava carburadores ou injeção mecânica. Ele também foi o primeiro sedã da Mercedes com console central

5. W123, o início do Classe E como conhecemos hoje

Em 1976 a Mercedes-Benz lançou o carro mais bem sucedido de sua história, o Classe E W123. Durante os 10 anos que ficou em produção, foram feitas 2.696.915 unidades, que rodam por todo o planeta até hoje.

Os carros da Mercedes eram famosos pela durabilidade e robustez. No caso do W123, muitos foram usados como táxi na Europa e rodaram centenas de milhares de quilômetros — ou mais de 1 milhão de km. Na hora de serem aposentados, eram enviados para a África e Oriente Médio, onde seguiam trabalhando em condições extremas.

Até hoje é possível encontrar um Classe E dessa geração todo surrado rodando por algum país africano. Ele foi uma visão frequente até mesmo nas principais capitais no Brasil, com muitas unidades vindo através de embaixadas.

O sucesso do W123 começou já no lançamento, com a demanda sendo maior que a capacidade de produção. Unidades usadas com baixa quilometragem eram vendidas acima do valor dos carros zero, por estarem à pronta entrega.

Apesar de todos esses atributos, o W123 não trazia grandes inovações como outros Mercedes-Benz Classe E. Ele aperfeiçoou o que veio antes, com a oferta da injeção eletrônica em mais modelos, a perua sendo feita dentro da fábrica, o sistema de ar-condicionado ficando mais eficiente e a ergonomia evoluindo para um padrão similar ao dos carros atuais.

A inovação que essa geração trouxe foi o primeiro motor turbodiesel do mundo em um carro de passageiros, o 3.0 de cinco cilindros usado no 300 TD. Tanto esse motor quanto os aspirados são cobiçados até hoje, por poderem rodar com óleo vegetal, biodiesel e outros combustíveis alternativos.

6. W124

Após um carro tão bem sucedido, a Mercedes-Benz não poderia deixar a peteca cair com a geração seguinte do Classe E. O design foi liderado por Bruno Sacco, que fez outros carros icônicos da marca nos anos 80 e 90.

A geração W124 trazia aerodinâmica mais apurada, com a traseira mais estreita que a dianteira para reduzir o arrasto. Vidros mais rentes à carroceria e para-choques integrados resultavam no coeficiente aerodinâmico de 0,28.

Sob a carroceria estreava a suspensão traseira multilink. O Mercedes-Benz Classe E foi o segundo carro no mundo a usar esse conceito, que estreou antes no compacto Mercedes 190E.

O W124 oferecia airbag para o motorista como opcional, item que estreou no Classe S. O limpador com braço único era articulado, limpando uma porção maior do vidro que o tradicional com dois braços.

Em modelos com motor de seis cilindros existia a opção de tração integral, a primeira em um carro de passeio da Mercedes. Em 1991, perto do final da geração, veio a opção de motor V8 — que era produzido em uma fábrica da Porsche pois o carro alargador não cabia na linha de montagem original.

Mesmo com essas inovações, o W124 era quase tão robusto quanto a geração anterior. Essa geração foi a última considerada como um “tanque de guerra” pelos fãs da marca.

7. W210

O salto tecnológico dos carros japoneses nos anos 90 colocou um alerta dentro da Mercedes-Benz. Isso fez que o complexo Classe S tivesse dificuldades nas vendas.

O Mercedes-Benz Classe E dos anos 90 foi o W210, que chegou após esse Classe S complexo. Ele trazia boa parte das inovações eletrônicas do irmão maior, mas em quantidade maior. Ele marcou mesmo foi pelos faróis redondos.

Nas inovações, ele trazia faróis de xenônio com faixo baixo adaptativo, câmbio automático com trocas sequenciais, navegador GPS, telefone por satélite e opção de vir blindado de fábrica.

O Classe E W210 estreou com os robustos motores de seis cilindros em linha da geração anterior. No meio de seu ciclo de vida foram trocados por novos V6, que não eram tão resistentes. O V8 passou a ser feito na linha de montagem principal, sem exigir adaptações.

8. W211 era o Classe E com o pai do ADAS

A geração W211 foi fruto de um grande investimento da Mercedes-Benz. O carro novo precisava ser maior, mais avançado, mas sem perder a robustez e as funções de viatura policial e táxi.

O desenho refinava o conceito de faróis redondos do Classe E anterior. Na mecânica vieram o câmbio automático de sete marchas, suspensão a ar computadorizada e servo-freio eletro hidráulico.

Após o face-lift, essa geração estreou itens como o sensor de pressão dos pneus, faróis bi-xenon inteligentes, sistema pré-colisão (tensiona o cinto e aciona o freio em caso de colisão iminente) e bancos com proteção contra efeito chicote.

9. W212

Se hoje temos carros compactos nacionais com pacote ADAS, é graças ao Mercedes-Benz Classe E W212 que estreou em 2009. O carro já trazia detector de fadiga do motorista, monitoramento de saída de faixa e leitor de placas.

Após o face-lift de 2013 veio o cruise control adaptativo com assistente de centralização na faixa, frangem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado, alerta de ponto cego e farol alto automático.

O Classe E W212 trazia desenho inspirado no Ponton dos anos 50, com um ressalto no para-lama traseiro. Os faróis eram divididos, mas deixaram de ser redondos.

Nessa geração estreou a injeção direta na Mercedes, com alguns motores turbo entrando como alternativa. Foram feitas também versões híbridas desse Classe E.

10. W213

A geração anterior a atual do Mercedes Classe E pode ser facilmente esquecida pelo seu design. Na década de 2010 a marca adotou um estilo muito parecido para seus sedãs, com foco na aerodinâmica. A falta de personalidade é compensado pelo coeficiente de 0,23, o menor do segmento.

O W213 refinou e expandiu o pacote ADAS da geração anterior. O carro conta com sensores, câmeras e radares que o coloca como semiautônomo nível 2 na classificação da SAE.

Um dos novos assistentes é de direção evasiva, que ajuda o motorista na hora de desviar de um perigo. Os faróis agora são full-LED matriciais. No interior veio a moldura que une a central multimídia com o painel de instrumentos, recurso que vem aparecendo em carros nacionais como a nova Chevrolet Spin.

Essa geração abandonou de vez os motores aspirados, todos os oferecidos eram turbinados e com injeção direta. O câmbio manual foi oferecido até 2018 e abandonado após a Mercedes decidir deixar de oferecê-lo em seus carros.

A perua ganhou uma versão aventureira chamada de All-Terrain. Ela traz tração nas quatro rodas com recursos eletrônicos para o fora de estrada, suspensão mais alta e molduras pretas nos para-lamas.

11. W214, o Mercedes-Benz Classe E atual

A nova geração que acabou de estrear no Brasil mostra que mesmo com os elétricos sendo destaque, a Mercedes-Benz ainda tem espaço para o Classe E tradicional. O sedã segue com diversas opções de motorização e acabamento, carroceria de sedã ou perua, tração traseira e motores à combustão.

No Brasil a geração W214 vem apenas no E300 Exclusive, mas na Europa tem opção do 2.0 com menos potência ou de um 3.0 de seis cilindros, além dos motores diesel. A versão AMG ainda não foi lançada.

Esse modelo já traz inovações vindas dos elétricos, como a conectividade via aplicativo Mercedes me Connect, esterçamento das rodas traseiras e a tela para o passageiro dianteiro. Agora todas as versões são híbridas, seja com o sistema de 48 volts ou plug-in.

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