Quebra mola: saiba o jeito certo de passar o carro por ele
Um engenheiro mecânico explica a maneira certa de passar sobre os quebra-molas sem estragar o carro, e também o que não fazer nessa hora
Um engenheiro mecânico explica a maneira certa de passar sobre os quebra-molas sem estragar o carro, e também o que não fazer nessa hora
O quebra mola, apesar de ser pensado para a segurança viária, é geralmente visto como um tormento na vida dos motoristas. E talvez não seja à toa, já que o aparato pode danificar componentes do carro em determinadas condições.
Para escapar desse risco, o engenheiro mecânico e conselheiro da Sociedade de Engenheiro da Mobilidade (SAE) do Brasil, Francisco Satkunas, dá dicas de como passar em lombadas corretamente.
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Em primeiro lugar, Satkunas explica que o motorista deve evitar de passar sobre o obstáculo com o carro na diagonal. “O correto é que as duas rodas do veículo passem sobre a lombada simultaneamente e de forma suave”, diz ele.
A razão, segundo o engenheiro, é que o quebra mola exerce uma força sobre os componentes da suspensão do carro quando ele está passando sobre ela. Passando com as duas rodas, essa força será distribuída, aliviando o impacto.
Além disso, ao passar com o carro na diagonal, ocorrerá uma força de torção sobre a estrutura do automóvel, especialmente nos que possuem configuração do tipo monobloco. Nesse caso, seria como se o carro estivesse sendo torcido, o que coloca carga sobre o sistema de soldagem.
Da mesma forma, não é indicado passar com apenas uma roda do carro sobre o quebra-molas, tentando aproveitar o espaço da sarjeta. Isso também vai sobrecarregar o sistema, colocando todo o peso sobre a roda que passou sobre o obstáculo, e torcendo o eixo do carro.
A outra recomendação de Satkunas é que o motorista evite frear quando estiver passando sobre a lombada. O motivo é que, ao frear, todo o peso do carro é transferido para o eixo dianteiro. Assim, todo o conjunto de tração e suspensão que se encontra nas rodas dianteiros fica sobrecarregado.
Devido a isso, a dianteira do veículo se abaixa. Por isso, esse seria o pior momento para as rodas enfrentarem um obstáculo vertical, que representa uma força no sentido contrário ao da frenagem. “Tente frear o máximo possível antes da lombada, mas quando ela chegar, tire o pé do freio para eliminar a sobrecarga sobre a suspensão e as molas”, resume ele.
Resumindo, o jeito certo de passar por lombadas é:
A passagem inadequada por lombadas, esclarece o engenheiro, pode levar a deformações e diminuição da durabilidade dos componentes da suspensão, molas e amortecedores. Outra consequência que pode ocorrer é o surgimento de ruídos, conhecidos como grilos, ou vibrações indesejáveis no veículos.
Esses ruídos e vibrações podem ocorrer no caso de uma sequência de quebra molas mais íngremes. A razão é que as porcas e parafusos utilizados na montagem do carro têm uma tendência natural a se desapertarem ao longo do tempo, o que é facilitado nessas condições.
O conjunto traseiro, lembra Satkunas, também sofrerá o impacto. A maior parte dele, entretanto, é sentido pelo eixo dianteiro. O engenheiro também comenta que veículos com estrutura do tipo chassi são menos suscetíveis aos impactos de um quebra mola.
Com o nome técnico de ondulação transversal, a lombada é regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e instalado pela administração municipal. A resolução 600, emitida pelo órgão de trânsito em 2016, é o que determina as características dos quebra-molas.
Segundo o texto, existem dois tipos de quebra mola. O do tipo A é mais suave, com 3,7 metros de comprimento, e reduz a velocidade de um veículo a 30 km/h. Já o tipo B é mais angular, com 1,5 metro de comprimento, reduzindo a velocidade para 20 km/h. Ele só pode ser instalado em vias urbanas de trânsito local, e nenhum dos dois tipos pode ser instalado em rodovias.
Além disso, o Contran também determina que todas as lombadas devem ser sinalizadas através de pintura própria e placas de trânsito. Assim, o quebra-molas deve ser totalmente pintado de amarelo ou com faixas amarelas. As placas devem indicar a velocidade máxima permitida de acordo com o tipo de quebra mola.
Também deve ser instalada placa de advertência indicando a proximidade da lombada antes dela e, também, no mesmo ponto em que ela estiver.
O próprio órgão explica, no Código de Trânsito Brasileiro, que o uso da lombada como redutor de velocidade deve ser evitado. O quebra mola só deve ser usado em casos especiais. O órgão esclarece que, para tanto, deve ser feito um estudo técnico de engenharia de tráfego demonstrando a necessidade do dispositivo.
Ao mesmo tempo, deve ser demonstrado que outros métodos para redução de velocidade não funcionaram.
O engenheiro da SAE, Francisco Satkunas, aponta para problemas com relação ao quebra mola. “A lombada é uma solução pouco inteligente para criar um obstáculo impedindo que a pessoa trafegue em determinadas velocidades”, coloca ele.
Satkunas acredita que as “lombofaixas”, um aparato eu vem sendo introduzido em algumas cidades, é mais interessante. O dispositivo é uma espécie de faixa de pedestres elevada, que atravessa toda a vida de trânsito, pintada de laranja e branco.
Ela tem uma parte plana no topo, com cerca de dois metros de comprimento. O engenheiro explica que, devido a essa característica, a “lombofaixa” é mais indicada que o quebra mola. “É uma solução mais inteligente para a segurança do automóvel”, aponta ele.
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Em Nova Iguaçu nos bairros ao longo da estrada de madureira os quebra molas são um tormento.
Moradores constroem quebra molas com concreto e ficam parecidos com postes deitados nas ruas. Alguns carros tem o cano de descarga arrancados por essas aberrações.
Quem precisa usar a MG-040 para ir até Sarzedo ou Brumadinho, sabe a tristeza que é passar nessa rodovia. Deve ter uns 2000 quebra-molas até chegar ao destino… e tem até quebra-carro no meio da estrada.
“Ele (quebra molas) só pode ser instalado em vias urbanas de trânsito local, e nenhum dos dois tipos pode ser instalado em rodovias.” Quem trafega na RJ 106 no perímetro de Maricá sabe que essa proibição não é obedecida. Ilegal, e daí? Quem fiscaliza?