Marcas de caminhões: no mundo dos pesados, quem é dona de quem?
Algumas montadoras integram grupos empresariais que quase ninguém imagina: conheça de modo corporativo os fabricantes que atuam no Brasil
Algumas montadoras integram grupos empresariais que quase ninguém imagina: conheça de modo corporativo os fabricantes que atuam no Brasil
Entre carros e caminhões, as diferenças são gigantes. Porém, entre as poucas igualdades está a questão dos grupos, ou seja: uma montadora é dona de uma ou mais montadoras e, assim, se forma um grupo, como por exemplo o grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), que está se unindo com a PSA para criar a Stellantis. Mas, em relação às marcas de caminhões, quem é dona de quem?
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No mercado brasileiro de caminhões, temos à nossa disposição as seguintes marcas: DAF, Foton, Hyundai, Iveco, Mercedes-Benz, MAN, Scania, Volkswagen e Volvo, e são essas que vamos analisar a seguir.
A holandesa DAF chegou no Brasil em 2013 e, hoje, tem sua planta fabril na cidade de Ponta Grossa (PR). Apesar da origem holandesa, a montadora pertence ao grupo americano Paccar que ainda é dona das montadoras americanas Kenworth e Peterbilt.
As três marcas usam o mesmo motor, o Paccar MX, mas, lembrando que nos EUA a prática de escolher o seu motor ainda é comum, então modelos Kenworth e Peterbilt podem ser equipados com motores Cummins, por exemplo.
A chinesa Foton ou Beiqi Foton Motor Co., Ltd, que atua no mercado brasileiro com veículos comerciais leves de 3 a 11 toneladas, é uma subsidiária do grupo estatal BAIC (Beijing Automotive Industry Holding Co.).
Em 2008, a montadora assinou um contrato para a criação de uma joint-venture com a fabricante americana de motores Cummins e, já em janeiro de 2009, assinou mais uma joint-venture com a alemã Daimler AG para o desenvolvimento e produção de caminhões semipesados e pesados, que mais tarde foi batizado de Auman. Com isso, foi criada a Beijing Foton Daimler Automobile Co., Ltd.
No Brasil, a Hyundai oferta apenas dois modelos de caminhão: o HR, um sucesso absoluto na categoria VUC (veículo urbano de carga), e o HD80, este para 8 toneladas de carga e equipado com motor FPT Industrial, que também equipa os modelos da Iveco, sobre os quais vamos falar mais à frente.
A Hyundai é um conglomerado sul-coreano e, dentre das suas marcas, está a Kia, também presente no Brasil, e a Genesis Motor, sua divisão de carros de luxo. Ainda nos Estados Unidos, a Hyundai fabrica implementos rodoviários: a empresa é chamada de Hyundai Translead e chega a fabricar 65 mil implementos por ano.
Com mais de 20 anos de mercado e com sua unidade fabril na cidade mineira de Sete Lagoas, a fabricante de caminhões italiana já passou por várias transformações e, apesar de muitos pensarem que ela é da Fiat, ela pertence ao Grupo CNH Industrial, que foi fundado em 2012.
Além da Iveco, o Grupo CNH Industrial ainda é dono das marcas New Holland Agriculture and Construction, Case e Case IH, FPT Industrial (fabricante de motores, antiga Fiat Powertrain Techologies), Magirus, Steyr Tractor (somente na Europa), Iveco Bus, Iveco Defense (setor de construção de veículos militares; o blindado Guarani é fabricado em Sete Lagoas para o exército brasileiro), Heuliez Bus e Astra.
Curiosamente, a Iveco é dona da marca de caminhões International apenas na Austrália; porém, com o fim do modelo pesado ProStar, a Iveco Austrália já anunciou o fim da marca para aquele país e para a Nova Zelândia. A montadora ainda é dona da Acco, fabricante de caminhões vocacionais.
A montadora mais antiga de caminhões no Brasil, que marcou na memória de muitos com os clássicos como o Mercedes-Benz 1113, faz parte do grupo Daimler AG.
O Grupo ainda é dono de outras marcas de caminhões, com as quais compartilha muitas tecnologias desenvolvidas pela Mercedes, sendo elas a americana Freightliner e Western Star Trucks, a indiana BharatBenz, a japonesa Mitsubishi Fuso, além de ter ações da russa Kamaz (Kama3), cujos modelos usam a cabine do atual Actros. A Daimler ainda era dona da Sterling Trucks, montadora americana que foi extinta em 2009.
A Daimler também tem no seu leque as marcas Orion Bus Industries e Setra, essas ambas focadas no segmento de ônibus além da fabricante de motores norte-americana Detroit.
O Grupo Traton foi anunciado em 2018, tendo apenas 3 anos de mercado. Porém, ela é a união de duas montadoras que já eram controlada pela Volkswagen, sendo elas a alemã MAN e a sueca Scania. A Traton ainda finalizou em 2020 a compra da Navistar, grupo que é dono da marca de caminhões International, a mesma que a Iveco é dona apenas na Austrália.
Além de controlar as marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus, Man e Scania, a Traton ainda tem uma empresa de tecnologia chamada RIO, no qual fornece serviços de conectividade e telemetria para os caminhões da Volkswagen e MAN no Brasil e demais mercados.
Ainda vale lembrar, por curiosidade, que a MAN Trucks comprou a operação da Volkswagen Caminhões e Ônibus no Brasil por € 1,2 bilhão.
Dentro das marcas do grupo, a MAN tem 25%+1 de participação da chinesa Sinotruk (essa do grupo CNHTC) onde em uma joint-venture foi criado a Sitrak, caminhão destinado ao mercado chinês que usa como base o modelo TGX da MAN.
Já a Volkswagen Truck and Bus e a Hino Motors anunciaram em 2018 uma ampla parceria estratégica para atividades que incluem compras, tecnologias e logística. Em novembro de 2019, eles estabeleceram uma joint venture de aquisição chamada Hino and Traton Global Procurement, com 51% de propriedade da Traton e 49% da Hino.
A Volvo Caminhões pertence à Volvo Group, que ainda controla os demais segmentos da empresa, como o setor de ônibus, a Volvo Bus, que tem forte atuação na América Latina. A Volvo CE está focada em equipamentos para construção e mineração, como tratores. Por fim, há a Volvo Penta, essa que desenvolve motores para barcos e motores para uso industrial como geradores de energia entre outros.
Já a Volvo Cars, foi vendida pela Volvo Group em 1999 para a Ford. Em 2010, a Ford vendeu a Volvo Cars para a chinesa Zhejang Geely Holdin Group.
Em 2017, a Geely comprou 8,2% da Volvo Trucks. O Volvo Group ainda é dono das marcas:
A Agrale é a única fabricante de utilitários, tratores, chassis, caminhões e, por fim, motores 100% brasileira. A empresa oferta os caminhões da Linha A e Linha S, sendo esses com PBT de 7,5 a 22 toneladas.
A Agrale é uma empresa privada, mas que faz parte do grupo Francisco Stédile que conta com as seguintes marcas: Lintec, fabricante de motores e acoplados; Agritech Lavrale, especializada em material agropecuário, como tratores e implementos agrícolas; e, por fim, a Fazenda Três Rios, produtora de milho, soja e trigo.
Fotos: Divulgação
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Tudo isso quer dizer que o Brasil , talvez o Pais que mais utiliza o transporte rodoviário de cargas , ficou para trás , como sempre , também pudera , sempre foi o País do Agronegócio dando as costas para o desenvolvimento industrial e para a educação
Tudo isso quer dizer que o Brasil , talvez o Pais que mais utiliza o transporte rodoviário de cargas , ficou para trás , como sempre , também pudera , sempre foi o País do Agronegócio
E quanto a PETERBILT qual a opinião de vcs alem de ser um caminhão bonito sera que ele é mais forte que os outros ?
O caminhão tope e a Iveco
E aescanha.
Na verdade,torcemos o nariz para marcas chinesas, mas no fundo eles são donos de quase tudo.
Nós exemplos citados na matéria, os chineses não são donos de nenhuma empresa. Somente acionistas.
O grupo CNH surgiu da fusão da Fiat Industrial com a CNH Global e a família Agnelli são seus maiores acionistas, ou seja, a Iveco continua pertencendo a Fiat.
Muito legal. Conhecimento nunca é demais. Parabéns pela matéria.
Parabéns pela matéria.
Vale ressaltar que Francisco stedile é dono da marca mais famosa de lonas de freio do Brasil, Frase le/ lonaflex, além da Control freios, e grupo Randon.
Olá, Marcos! Tudo bem?
A Randon adquiriu a Fras-le em 1996. Atualmente, as Empresas Randon são constituídas pelas empresas Randon Implementos, Randon Consórcios, Banco Randon, Suspensys, Castertech, Master, JOST, Fras-le e todas as suas marcas e empresas controladas. Mais detalhes no site: https://www.randon.com.br/pt/negocios
Parabéns pelo artigo!
Matéria muito acima da média do site, parabéns!!!
Chegou antes Lioon, essa foi de matar, não é mesmo?
“Ambas as três”??? que zorra é esta, professor?
O correto seria TRAMBAS.