10 mentiras sobre carros que ainda insistem em contar
É impressionante como ano após ano as mais variadas lorotas são repetidas tantas vezes que muitos motoristas as consideram como verdadeiras
É impressionante como ano após ano as mais variadas lorotas são repetidas tantas vezes que muitos motoristas as consideram como verdadeiras
Em tempos de fake news, o setor automotivo está longe de passar incólume. O que mais se propaga são mentiras sobre carros. Algumas são antigas. Outras, mais recentes. O certo é que com certeza você já recebeu (ou vai receber) alguns mitos sobre veículos do seu tio naquele grupo da família ou na comunidade dos “entendedores” de carros.
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A maneira certa de transpor quebra-molas e valetas é com as duas rodas do veículo simultaneamente e devagar. Desta forma, o impacto nos componentes da suspensão será menor e melhor “distribuído”.
Não é só isso. Com o automóvel na diagonal haverá uma torção sobre o monobloco do automóvel e as suas soldas. Em uma analogia superficial, é como se você torcesse o carro como uma roupa.
Uma das grandes mentiras sobre carros que ainda contam. Descer uma serra em ponto morto não vai fazer o veículo beber menos. Pelo contrário.
Nos carros com injeção eletrônica, ao descer na banguela as rotações do motor ficam muito baixas. O que acontece? A central eletrônica entende que o veículo pode “morrer” e para isso não acontecer injeta mais quantidade de combustível.
Ao descer com o carro engrenado, por sua vez, a injeção de combustível só ocorre de acordo com a aceleração. Se você descer com a marcha correta engatada e fizer freio motor sem pisar no acelerador, por exemplo, não consumirá nenhuma gota excedente de combustível.
Sem falar que na banguela as rodas não estão tracionadas e o carro está “solto”. Ao frear, haverá uma sobrecarga dos freios e, em casos extremos, pode ocorrer superaquecimento de discos e tambores.
Outros mitos que envolvem até hoje a tecnologia flex. Tais motores foram projetados para rodarem com qualquer mistura e proporção de etanol e gasolina. Se você quiser rodar a vida inteira com álcool, pode seguir em frente e ser feliz.
O que ocorre é que as centrais eletrônicas dos carros precisam de alguns quilômetros para entender uma nova mistura. Por exemplo, 1/4 do tanque está com gasolina e você completa o restante com etanol. O sistema precisa de um tempo para entender a nova proporção.
Isso porque a sonda lambda, que fica no escapamento, entende qual queima está sendo feita e envia a informação para a central eletrônica do motor. Tal processo, contudo, leva menos de 10 minutos.
Quem faz o motor turbo virar um artefato é o próprio dono. Motores turbinados operam em temperaturas mais altas e pedem óleos específicos e com viscosidades corretas.
Além disso, motores deste tipo demandam mais quantidade de óleo, já que precisa lubrificar e resfriar a árvore que une a turbina e o compressor.
Para economizar, muita gente usa lubrificante fora das especificações. Só um produto mais viscoso do que o recomendado vira um veneno para o conjunto. Isso quando a pessoa não coloca aquele famoso “óleo do Gol” em um motor TSI. Aí, nem nossa senhora dos propulsores salva.
Outra mentira contada à exaustão no mercado de carros seminovos e usados. Quilometragem não é o único e mais importante fator para um veículo de segunda mão ser um bom negócio ou não.
Mais vale comprar um carro de 90 mil km rodados que fez todas as revisões em dia do que um de 30 mil km cujo dono não faz as manutenções preventivas, usa óleo fora das especificações ou gasolina de procedência duvidosa. Ou que só anda com o carro duas vezes na semana para ir no shopping a 10 minutos de distância. Isso sim é um uso severo de um carro.
Uma das grandes mentiras sobre carro é esse produto que diz prolongar a vida do motor. De origem norte-americana, o Militec se vende como um “condicionador” adicionado ao óleo que conserva e recupera motores, caixas de câmbios e outros componentes mecânicos e hidráulicos do carro.
Essa “pseudo-oitava maravilha do mundo automotivo’, porém, esconde um passado cheio de controvérsias. Em 1994, o Militec foi reprovado em nove de 11 testes feitos por órgãos oficiais dos EUA.
O motivo? O Militec contém cloro, que gera cloreto ácido e obviamente vai oxidar peças metálicas e rolamentos do motor.
A filial brasileira da Giordani Enterprises, responsável pelo produto, ainda foi multada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Isso por omitir a informação de que em sua composição existe cloro.
Confira parte do laudo da ANP e fuja dessa mentira sobre carros.
“A composição está em desacordo com a declarada pelo produtor. Destaca-se, ainda, que a presença de cloro pode levar à formação de cloretos ácidos, mesmo a baixas temperaturas, que podem ocasionar a elevação do índice de acidez do produto, acarretando em problemas de corrosão dos motores, diminuindo sua vida útil.”
O que não falta na internet são anúncios com fórmulas miraculosas para economizar combustível. São dispositivos que prometem melhorar a eficiência dos motores das mais variadas formas.
Tudo balela. Se um simples aparelho no conduíte do combustível ajudasse a economizar 20% no consumo como esses anúncios alardeiam, as montadoras iam economizar muito mais dinheiro. Lembrem-se que os motores precisam cumprir normas cada vez mais severas de emissões e isso passa por um conjunto mais eficiente. Se fosse simples assim, para quê investir milhões em engenharia e soluções tecnológicas?
Isso até era necessário com motores carburados a etanol. Era preciso virar a chave e aguardar uns bons minutos para que o motor atingisse uma temperatura ideal para operar. Com a injeção eletrônica, tal procedimento se tornou desnecessário.
Mas vale esperar uns 40 segundos antes de sair com o carro. Apesar de os motores e os lubrificantes estarem muito avançados, não custa nada aguentar um pouquinho para o óleo chegar às partes mais altas do powertrain.
Isso depende muito. A verdade é que é melhor você andar com o ar-condicionado ligado e os vidros fechados se for trafegar acima dos 70 km/h.
Pegar estrada nessa velocidade com as janelas abertas prejudica o coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx). Desta forma, aumenta-se a resistência do ar e, consequentemente, o consumo de combustível.
Estudos mostram que um SUV com alto Cx pode consumir até 8% a mais na estrada se circular a 100 km/h com vidros baixados. E um sedã, que costuma ter Cx menor, pode beber até 20% a mais se trafegar na rodovia nas mesmas condições.
Você já deve ter ouvido ou lido que o conjunto do amortecedor deve ser trocado a cada 40 mil km. Nem os arqueólogos descobriram quando e onde nasceu essa informação. O fato é que amortecedor não tem um número certo de quilômetros de durabilidade.
A vida útil do amortecedor e de outras peças da suspensão depende muito do tipo de uso. Quem trafega majoritariamente por estrada de terra, roda muito pela cidade e seu asfalto maltratado ou adora mirar nos buracos, tende a ter de trocar o componente em intervalos mais curtos.
Mas também o amortecedor pode durar mais que o dobro dessa quilometragem mágica propagada nas redes sociais. O próprio motorista pode saber quando o amortecedor dá sinais de que vai dar problema.
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Ora o mito do amortecedor durar 40.000 km vem de um anúncio da Cofap da década de 1970eu me lembro bem “troque seus amortecedores a cada 40.000 km” dizia.
Faltou a do pneu que vence em 5 anos de fabricado.