Nissan Frontier LE 2.3 Diesel: novo motor, mas a mesma cavalaria

Diferente do modelo anterior, fabricado no Brasil, a atual Nissan Frontier vem do México. O projeto é base da Alaskan e da Mercedes Classe X

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Por Sérgio Melo
Publicado em 08/07/2017 às 11h00
Atualizado em 23/01/2020 às 19h08

Diferente do modelo anterior, que era fabricado no Brasil, a atual Nissan Frontier vem do México e faz parte de um novo projeto desenvolvido pela aliança Renault-Nissan em parceria com a Mercedes-Benz. O mesmo projeto também é base da picape Renault Alaskan e da Mercedes-Benz Classe X. No entanto, em breve entrará em produção na Argentina, de onde será importada. As mudanças vão desde desde o desenho da carroceria, passam pelo aumento do chassi, modificações na suspensão traseira e vão até o habitáculo, com mais espaço e com o acabamento esmerado.

O motor diesel 2.5 foi substituído por um menor, com 2.3 litros, porém a potência de 190 cv segue inalterada. O destaque são os dois turbos: um de baixa pressão para respostas mais rápidas e que mantém velocidades de cruzeiro com economia, e outro, de alta para quando precisa de potência e pisa fundo. O desempenho ágil e sempre bem disposto oferece elogiável força de 45,9 kgfm de torque em médias rotações. Uma boa novidade é o fácil acionamento do sistema de regeneração do filtro de partículas da descarga por botão à esquerda do volante.

Nissan Frontier LE
Foto Divulgação | Nissan

O antigo câmbio automático de cinco marchas foi substituído por um automático sequencial de sete. No momento essa é a única opção, já que atualmente a Frontier só está disponível na versão mais completa LE. A partir de 2018, com o início da importação da Argentina, há promessa de que terá outras opções. A tração pode ser 4×2, 4×4 (com possibilidade de acionamento a até 100 km/h) e reduzida – mediante seleção manual por botão no painel de instrumentos.

A suspensão, agora com molas helicoidais na traseira, melhorou em relação ao modelo anterior. Mas em terrenos irregulares as rodas ainda pulam como bolas de basquete. A Nissan, não precisava de anunciar suspensão traseira Multilink, pois isso é uma grande mentira, pois ela sequer é independente: um rígido eixo liga as rodas traseiras.

A pouca firmeza faz com que o longo curso da suspensão dianteira balance exageradamente em oscilações maiores, chegando com facilidade aos batentes. Claro que sendo um veículo alto e sem qualquer vocação para estripulias esportivas, é necessário cautela nas curvas, mas em uso típico a estabilidade é boa.

Nissan Frontier LE

O diâmetro de giro diminuiu, mas ainda é elevado, tornando difíceis as manobras nas apertadas garagens de prédios. Sobre a direção apenas críticas. É dura nas manobras. O volante só é regulável em altura e a multiplicação é excessiva. Nas curvas mais fechadas é necessário dar cerca de duas voltas no volante. Por fim, como a extremidade inferior do gigantesco botão de acionamento da buzina vai até o aro, qualquer movimento menos atento dispara uma sonora buzinada para acordar os vizinhos.

Por dentro, a Nissan Frontier conta com visual moderno, elegante e acabamento superior ao que normalmente se têm nos veículos de carga. Tem até materiais acolchoados no apoio de braço dos forros das portas. O espaço é bom para todos os ocupantes, exceto no assento traseiro que é muito baixo em relação ao assoalho, deixando as pernas mal apoiadas. Além disso, a posição central não é anatômica e não há encosto de cabeça ou cinto de três pontos para o passageiro que ali estiver. O assento do motorista tem regulagens elétricas. O sistema multimídia com som de ótima qualidade tem Bluetooth para viva voz do celular, GPS, câmera de ré e permite até a instalação de aplicativos de smartphones.

Elogios para a generosa disponibilidade de quatro tomadas 12 V (uma na caçamba) e saída de ar-condicionado para os ocupantes traseiros. Falta apenas conexão USB atrás. No conteúdo, a versão testada vem com controles de estabilidade e de tração, limitador de velocidade em descidas íngremes, auxiliar de partida em rampas, câmera de ré, controlador de velocidade de cruzeiro e sensores de estacionamento traseiro. Mas faltam itens ofertados pela concorrência como alerta de risco de colisão, supervisão de pontos cegos e sistema de manutenção de faixa.

No trabalho pesado a tração 4×4, os bons ângulos de entrada e saída, o elevado vão livre em relação ao solo e o controle de tração – que modula a potência disponível em cada roda – permitem facilidade para transpor caminhos difíceis. A capacidade de carga de 1.050 kg é boa, mas a caçamba com apenas 805 litros deixa a desejar frente a alguns concorrentes. Elogios para o bom sistema de amarração de carga, com práticos e robustos ganchos que correm pela caçamba.

Nissan Frontier LE

A Nissan Frontier oferece apenas os airbags frontais dianteiros exigidos por lei. Mais do que isso nem como opcional. Como o modelo ainda não teve divulgado ensaio de colisão por agência independente, não se pode afirmar sobre o seu desempenho em acidentes. Apenas por curiosidade, a prima americana, que tem diferenças bastante significativas recebeu quatro das cinco estrelas possíveis atribuídas pelo National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) neste ano.

Atenção para a dica: Como na tabela de consumo do Conpet / Inmetro já consta o consumo da versão SE (mais simples), é sinal de que essa opção deve pintar por aqui muito mais cedo do que se imagina.

O QUE É

Picape média com cabine dupla para cinco ocupantes

ONDE É FEITO

Importada do México.

CONSUMO

Nenhuma maravilha. A Nissan Frontier ganhou a modesta classificação C/D no programa de etiquetagem veicular do Inmetro e números de 8,9 km/ na cidade e 10,1 km/l na estrada.

QUANTO CUSTA

A versão testada custa R$ 166.700.

COM QUEM CONCORRE

Embora existam significativas diferenças, os concorrentes mais próximos em configurações similares são Fiat Toro Volcano (R$ 129.990), Toyota Hilux 2.8 SRV CD (R$ 168.670) e Chevrolet S10 2.8 LTZ (R$ 169.990).

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