Olhar feminino marca nova coluna de motos no AutoPapo
Desafio é trazer informações relevantes, de interesse e de serviço sobre o universo das duas rodas como estilo de vida
Desafio é trazer informações relevantes, de interesse e de serviço sobre o universo das duas rodas como estilo de vida
Das mudanças da vida, guardo a lembrança daquelas que chegaram sem aviso prévio, jogando tudo pro alto. Já aconteceu algumas vezes e está sendo assim no meu retorno ao jornalismo. Num dia você finge que entende mil planilhas Excel e, no outro, seu editor liga e oficializa o convite para voltar aos textos. O assunto? Motos. Quem ousa dizer não?
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E já que este é nosso primeiro encontro, vou me apresentar: com trabalhos hoje voltados para o e-commerce e mídias digitais, sou também jornalista há 20 anos.
Há 5 anos, descobri o prazer que é subir na própria moto e sumir no mapa em busca de divertimento adulto – leia-se tomar sol, vento e chuva na viseira; se perder no caminho e descobrir coisa melhor; gastar o tempo em botequinhos no meio do nada; rir com amigas à beira da estrada inventando códigos secretos de comboio; acumular umas jaquetinhas de couro e mais um monte de etcéteras que revigoram a pele e oxigenam o cérebro.
Naturalmente que a presença feminina será constante neste espaço. Não é para menos: dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) registram 25,8 milhões de motoristas mulheres até março deste ano, o equivalente a 35% do total de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) válidas no país. Entre elas, 6,8 milhões conduzem também motocicletas.
Nosso desafio será trazer informações relevantes, de interesse e de serviço, sobre o universo das motocicletas e seus personagens. Gente que como eu e você adora tudo que envolve esse estilo de vida. Para começar, desdobramos uma discussão que sempre aparece nas rodas de conversa: e aí, existe moto para mulher?
Capaz de fazer Simone de Beauvoir revirar no túmulo, essa ainda é uma pergunta recorrente. Há uma tendência entre as pessoas, independentemente do gênero, de incorrer no pré-conceito que tem como base a “capacidade” dos outros – acontece muito quando se trata de mulheres pilotando motos.
Olhos arregalados, explicações evasivas e uma certa tendência em “empurrar” motos menores ou mais “fáceis” de pilotar são, ainda hoje, percebidos pelas mulheres no ato da compra de uma motocicleta.
Apesar disso, e regidos que somos pelas regras do mercado capitalista, números expressivos e que crescem a cada ano, não levaram a indústria a criar motos especificamente para o gênero feminino. Algo que soa como boa notícia, afinal, já basta o sexismo de nos associarem às scooters. Motocicletas continuam sendo duas rodas sob um eixo e um motor longitudinal. E ponto.
“Uma moto muito básica que você pode facilmente dominar em velocidade, frenagem e curvas ajuda a evitar fatores que induzem àquela ansiedade natural e necessária ao aprendizado. Isso pode impedir a progressão das habilidades”, acredita o psicoterapeuta Márcio Izidro, ele próprio adepto do off-road com sua Beta RR 2 tempos.
Segundo ele, é preciso, cada um a seu tempo, assumir gostos e vontades mesmo com medo das supermáquinas que o mercado tem à disposição. “O importante é não se limitar pela opinião alheia. Motos são máquinas divertidas que exigem atenção e técnica na pilotagem, seja por homem ou por mulher”.
Mas é fato que existem características em uma motocicleta que são mais parecidas com a anatomia e comportamento da mulher média, tornando sua operação muito mais divertida – e você precisa dominar a moto, não o contrário. E sim, sempre os dois pés no chão. Ajuste e conforto, tamanho e peso, manobrabilidade e desempenho, cuidado e manutenção. Pontos a serem levados em conta na hora de escolher uma moto.
O tempo vem alterando a forma como as marcas enxergam o potencial do público feminino. Tomadoras de decisão como proprietárias e muitas vezes como garupa, cada vez mais mulheres pavimentam suas decisões em segurança, estilo, cilindradas e principalmente torque. Yes, we can do it.
Antes de pensar nas vendas, há uma questão da decisão e processo de compra. Uma motocicleta BMW Motorrad geralmente é comprada em acordo com a família e temos as mulheres em mais de 50% das decisões feitas nos últimos anos.”
É o que diz Gabriela Cicone, responsável por Marketing e Produto da BMW Motorrad do Brasil. Com boa aceitação entre o público feminino, a BMW G 310 R resultou em 14,3% das unidades faturadas em 2020 pela montadora alemã.
Tanto a roadster quanto a nova trail urbana são produzidas na fábrica do grupo em Manaus (AM). Elas compartilham o mesmo motor monocilíndrico, de 313 cm³ capaz de entregar 34 cv de potência, a 9.200 rpm, e 28 Nm de torque, a 7.500 rpm. O bloco é refrigerado a água e conta com comando duplo de válvulas e injeção eletrônica de combustível. Seu design é inspirado na esportiva BMW S 1000 RR e ressaltado por uma frente baixa e uma traseira extremamente curta.
Freios ABS saem de fábrica como equipamento padrão. A geometria do modelo possibilita um centro de gravidade baixo e centralizado. “Este detalhe permite uma condução mais fácil e leve no dia a dia”, diz Gabriela.
Para a família GS, a BMW Motorrad desenvolveu um kit baixo para atender aos clientes latinos, não exclusivamente às mulheres. Disponível para os modelos F 750 GS, F 850 GS, F 850 GS ADV, R 1250 GS e R 1250 GS ADV, permite aos clientes de baixa estatura sentar-se com maior praticidade na motocicleta, proporcionando uma pilotagem mais segura e confortável.
Os preços da família partem iguais para quem pede o modelo padrão ou com kit baixo, que já vem de fábrica: R$ 103.500 para R 1250 GS Premium; R$ 107.500 na versão 40 anos e R$ 117.500 para a R 1250 GS Adventure.
“Em 2006 tirei a carteira e comprei uma Honda Twister 250. Usava a moto em Viçosa (MG), onde eu era universitária. Me formei e vendi a moto. Em 2017 resolvi voltar a pilotar, só que motos de alta cilindrada. A primeira foi uma Harley 883, com a qual fiquei pouco mais de três meses. Depois dela veio a scout da Indian”, conta a engenheira civil Ana Paula Magalhães Tavares, 36.
Em 2018 ela migrou para uma GS 1200 Premium e realizou o sonho de ter uma big trail. “Por fim, em 2019 eu comprei a GS Adventure 1250. E essa é a moto na qual eu me encontrei. Me considero muito realizada com ela, e adquiri o kit baixo para adaptação do assento em relação ao solo, para facilitar as manobras”, conta Ana. Neste modelo, o assento fica de 87 a 85 cm do solo, com o kit de rebaixamento da suspensão, vai de 82 a 80 cm do solo.
Dentro do line up da italiana Ducati os modelos Scrambler e Monster também caíram na preferência feminina. A pegada visa potência, esportividade e exclusividade. É o que diz Maristela Ramos, porta-voz da Ducati do Brasil:
Esses modelos são os mais cotados pois têm a altura e encaixe perfeitos para pilotagem, o que agrada muito às mulheres. O modelo Monster 1200S, por exemplo, oferece auto-ajuste do banco.”
Com a adaptação, o assento varia de 82 cm a 79,5 cm de altura do solo. O resultado é um conjunto com 1.198 cc com 147 cv de potência a 9.250 rpm e 12,4 Kgf.m de torque, distribuídos em 185 kg.
Poucas coisas na vida são tão pessoais quanto a escolha de uma moto. Desse modo, tenha em mente:
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Adorei a matéria Ju! Parabéns Ju!!!
Excelente matéria, seja bem vinda ao auto papo, sucesso sempre
Muito sucesso pra vc. Ótima matéria.
Sensacional a matéria. Sucesso. ?
Que matéria fantástica!! Essa visão e experiência e a quebra de paradigma da mulher sobre rodas e sensacional!!!!
Muito bom ter uma mulher falando de moto pra gente. Parabéns à jornalista e ao autopapo!
A presença feminina da Cenário Motociclístico de alta cilindrada marca para sempre e impõe uma mudança de paradigmas que a Harley sabiamente veio defendendo ao longo dos anos… ela retirou a mulher do papel de figurante e objeto de desejo para ocupar papel de protagonista e mulher com desejos.
Como tenho dito: Encontre um motivo… Mesmo que você não saiba exatamente onde vai chegar, mas encontre uma razão para sair do lugar…
Parabéns a esta maravilhosa matéria! Parabéns às mulheres pelo papel de protagonista assumido na Cena Motociclistica.
Adorei as informações!
Muito legal a matéria! Ótimas dicas pra quem quer se aventurar nesse universo!
Muito bom! Excelentes dados!
Excelente texto, didático e compreensível para um universo enorme enorme de futuros motociclistas .
Excelente texto. Cada pessoa irá se adaptar a moto que melhor atender aos seus objetivos. Sem essa de moto de mulher.
Matéria excelente!