Pneu careca gera graves riscos, inclusive em pista seca: conheça 5 deles
Circular com pneus em más condições resulta em problemas que alguns motoristas nem imaginam: especialista enumera quais são eles
Circular com pneus em más condições resulta em problemas que alguns motoristas nem imaginam: especialista enumera quais são eles
Talvez por desconhecimento, alguns motororistas subestimam os riscos do pneu muito desgastado, ou careca, como se diz popularmente. Se você está entre esses condutores, é melhor repensar a própria postura e correr para providenciar a troca. Afinal, quando estão no fim da vida útil, os pneus comprometem seriamente a dirigibilidade do veículo, inclusive em pista seca.
Primeiramente, cabe explicar em que momento os pneus ficam carecas: isso ocorre quando o TWI (sigla de tread wear indicator), um ressalto perpendicular aos sulcos do componente, iguala-se à espessura da banda de rodagem. Nesse momento, a profundidade dos sulcos já atingiu o nível mínimo de 1,6 mm: esse limite é estabelecido pela resolução 558 do Conselho Nacional do Trânsito (Contran). Então, o proprietário deve substituí-los imediatamente.
Boris Feldman explica como identificar TWI em vídeo: assista!
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De acordo com Roberto Ayala, Gerente Sênior de Engenharia de Vendas da Bridgestone, o pneu é desenvolvido para entregar o máximo de performance até o TWI. Ele esclarece que:
Quando se ultrapassa este limite, todas as características trabalhadas durante a fase de desenvolvimento ficam comprometidas (desenho, composto, estrutura da carcaça, etc.)”
A pedido do AutoPapo, Ayala enumerou os principais problemas que os pneus carecas oferecem ao motorista. Confira os riscos apontados pelo Gerente Sênior de Engenharia de Vendas da Bridgestone:
Se os pneus estiverem carecas e for necessário frear o veículo repentinamente, ele percorrerá um espaço maior e vai demorar mais que o normal até parar: pode ser aquela diferença entre sofrer, ou não, um acidente. Segundo Ayala, isso ocorre porque, quando estão muito desgastados, esses componentes apresentam menor aderência com o solo.
O especialista da Bridgestone destaca que, justamente devido à redução de aderência, o pneu careca prejudica toda a dirigibilidade. Isso inclui, além do poder de frenagem, também a estabilidade direcional. “A ‘pegada’ do componente fica comprometida, mudando significativamente a dinâmica do veículo, principalmente em altas velocidades”, salienta.
Pois é: além de comprometer a dirigibilidade, o pneu careca também fica mais vulnerável a estourar em um buraco ou mesmo em uma emenda mais acentuada na pista. “Dependendo do nível do desgaste, as lonas de aço (que compõem a estrutura do componente) podem ficar expostas e sofrer oxidação causada pela humidade. Essa oxidação pode causar a separação das lonas estabilizadoras, trazendo grande risco de acidente”, adverte Ayala.
É uma questão de lógica, como esclarece o porta-voz da Bridgestone: “como um pneu careca já perdeu quase toda a sua massa, o esforço que o objeto precisa fazer para penetrá-lo diminui”. Ele lembra que é relativamente comum ver pequenos parafusos cravados na banda de rodagem de um componente novo ou seminovo, mas sem atravessar a carcaça. “O mesmo parafuso certamente atravessaria a carcaça (de um componente gasto), em função da menor espessura”, conclui.
Lembra-se de todos os riscos que um pneu careca traz à dirigibilidade em pista seca? Pois saiba que eles tornam-se muito maiores sob chuva, quando a via fica molhada. Isso porque os sulcos localizados na banda de rodagem, responsáveis pela drenagem da água, não possuem mais a profundidade suficiente para exercer essa primordial função. Assim, perdem o contato com o solo com extrema facilidade.
O resultado é que o veículo pode ficar sem controle até mesmo em situações corriqueiras, sem que o motorista faça manobras bruscas ou atinja altas velocidades. Ayala aproveita para acrescentar que inclusive pneus em boas condições podem sofrer com a aquaplanagem em determinadas situações. “Por isso, é sempre importante reduzir a velocidade em caso de chuvas fortes”, alerta.
Essa questão entra como bônus porque não está diretamente ligada à segurança. Mas o caso é que os pneus carecas impõem outro problema ao carro: o rodar mais desconfortável. É que os pneus, em conjunto com o sistema de suspensão, ajudam a amortecer as irregularidades do solo. Quando estão desgastados, tornam-se incapazes de exercer também essa função.
Se nem os riscos ou o desconforto forem capazes de sensibilizar o motorista, há uma última – e boa – razão para não rodar com pneus carecas: essa prática é ilegal e dá multa. É o que prevê o Inciso XVIII do Artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB):
Conduzir o veículo:
- em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído”
De acordo com o CTB, trata-se de uma infração de natureza grave: as punições incluem multa de R$ 195,23, subtração de 5 pontos no prontuário do condutor e remoção do veículo. Vale aclarar que, se o estepe estiver em más condições, o motorista também poderá ser autuado.
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Na verdade o pneu careca não é perigoso. Afinal se você não mexer com ele ele não te ataca. Aliás nem você mexendo com ele. Ele fica lá, de boa, só fazendo a função de pneu dele,s em te oferecer riscos
Acredito que valha a pena esclarecer: um pneu careca, i.e., um pneu no final de sua vida útil NÃO TEM NADA A VER COM UM PNEU “CARECA” (entre aspas) DAQUELES USADOS NA FÓRMULA 1, por exemplo.
Os pneus sem sulcos empregados em competições são chamados SLICK, cuja banda de rodagem macia e sem sulcos visam lhes potencializar ao máximo o poder de tracionar, de transmitir potência (e torque) ao solo.
Eles são empregados preferencialmente em solo seco.
Infelizmente para todos que transitam de carro, uma boa parcela dos motoristas (proprietários de veículos) usa os pneus não apenas até os mesmos ficarem carecas (perderem a vida útil), sim até os cordonéis da carcaça do pneu surgirem na banda de rodagem.
Mais um conselho geral, sobretudo às senhoras e senhoritas que dirigem caminhonetes GIGANTESCAS – e vira-e-mexe batem nas guias – é, caso ao bater na guia – quebrar o talão do pneu, seu borracheiro de confiança irá lhe mostrar a mancada: daí, TALÃO QUEBRADO NÃO TEM CONSERTO!
Seu borracheiro de confiança vai lhe explicar o que é talão…
Espero que vá !!!
Sem contar que o tipo de borracha utilizada nos pneus slik são totalmente diferentes das utilizadas em pneus “de rua”
É mesmo, tanto assim que eu comentei este aspecto:
“… são chamados SLICK, cuja banda de rodagem macia…”.
CORRIGINDO:
“… cuja banda de rodagem macia e sem sulcos visa…”.
CORRIGINDO:
“… – e, caso ao bater na guia quebrar o talão do pneu,…”
Bônus 3: Em caso de acidente a seguradora podera recusar alegando “agravamento de risco” devido a imprudencia e má conservação do veículo.
Boa!