Pneu: ‘criatividade’ do brasileiro coloca vidas em risco
Pneus remold e refrisados mostram como é possível usar métodos pouco ortodoxos para prolongar a vida útil dos pneus
Pneus remold e refrisados mostram como é possível usar métodos pouco ortodoxos para prolongar a vida útil dos pneus
A criatividade do brasileiro é ilimitada. O que atrapalha é que nem sempre a criatividade é para o bem, às vezes é para o mal. Quando o assunto é pneu, as fábricas de remold conseguiram do Inmetro a homologação do pneu remold, sem constar no flanco para qual tipo de automóvel aquela carcaça foi projetada.
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Então acontecem barbaridades pelo mercado brasileiro, porque você tem dois pneus aparentemente idênticos. Mesmo diâmetro, mesma largura, tudo igualzinho, mas a carcaça é outra. Uma foi feita para um carrinho de cachorro-quente, aquelas “picapinhas” Towner. O outro pode ter sido feito para um Porsche. Então, na hora da freada, antes de uma curva, ou na hora da curva, você vai ver o que acontece.
Outra criatividade quando se fala em pneu é o pneu frisado. Frisado? É! O que é isso? O pneu tem frisos, sulcos e tem uma borrachinha TWI que indica o desgaste do pneu. Quando o pneu vai gastando, gastando, gastando e a banda de rodagem atinge aquele tijolinho de borracha ali no fundo é sinal de que chega. Não dá para usar mais aquele pneu. Porque o sulco já chegou em 1,6 mm.
O que fazem alguns borracheiros? Aí vem a criatividade voltada para o mal. Pega um ferro com a ponta aquecida eletricamente e vai passando pelo sulco e vai aprofundando. Ele vai ficar com mais do que 1,6 mm, às vezes nem tinha 1,6 mm, ele já estava careca, quase careca mesmo. Torna a fazer o friso, torna a fazer o sulco mais profundo para dar a impressão de que o pneu ainda pode rodar mais.
Aparentemente pode. Qual o problema? Quando você aprofunda o sulco você já pode estar atingindo alguma parte estrutural do pneu, pode chegar nos fios de aço, pode chegar na lona que dá a estrutura. Enfim, o pneu não foi feito para receber o aumento do sulco. Os pneus de caminhões e ônibus sim, eles podem ser respingados. A partir daí é que surgiu a ideia de fazer no pneu de automóvel. Muito cuidado!
Você vai comprar um pneu desses que os borracheiros oferecem, procure aquele tijolinho, aquele toquinho de borracha no fundo do sulco. Se não tiver em lugar nenhum, já era!
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Se rodar só na cidade, até uns 70km/h, não vejo problemas.
Nota: quem tem um porsche,não compra esse tipo de pneu não sr Boris. E aquele da picapinha de cachorro quente compra pq lhe atende perfeitamente…pq não tão veloz irá fazer suas curvas…