Primeiro carro nacional, DKW Vemaguet faz aniversário de 64 anos

No dia 19 de novembro de 1956, saíam das linhas de produção as primeiras unidades da DKW Universal, posteriormente rebatizada de Vemaguet

dkw vemaguet
DKW Vemaguet (Divulgação)
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 19/11/2020 às 10h00
Atualizado em 23/11/2020 às 00h35

O dia era 19 de novembro de 1956. Naquela data, saíam da fábrica da Vemag (acrônimo de Veículos e Máquinas Agrícolas S.A.) no bairro Ipiranga, em São Paulo, as primeiríssimas unidades da DKW Universal. A perua, rebatizada posteriormente de Vemaguet, tornou-se, então, primogênita entre os automóveis nacionais. Até tal momento, o país apenas montava automóveis, com todas as peças vindas do exterior.

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A iniciativa de criar uma indústria automobilística no Brasil, que incluísse a manufatura completa, inclusive de autopeças, surgiu por iniciativa do ex-presidente Juscelino Kubitscheck. Nas décadas de 1950 e de 1960, vários outros fabricantes também viriam a se instalar no país.

Uma dessas montadoras que trabalhava com peças importadas, em um esquema conhecido como CKD (Completely Knock-Down) era justamente a Vemag. Representante das marcas Studebaker, Scania Vabis e Massey-Harris Ferguson no país, a empresa interessou-se em produzir, de fato, veículos no país após a concessão de incentivos fiscais por parte do governo.

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DKW Universal, mais conhecida como Vemaguet, começou a ser produzida em 19 de novembro de 1956 (foto: Divulgação)

Após fechar um acordo com a Auto Union, na Alemanha, a Vemag adquiriu os direitos de produção de veículos DKW por 10 anos. A empresa trouxe ao Brasil o ferramental necessário para iniciar a empreitada. Os projetos dos automóveis, claro, também faziam parte desse pacote.

Vemaguet deu origem a linha completa de veículos

A perua F-91, chamada por aqui de Universal e, a partir de 1961, de Vemaguet, foi a primeira a ganhar as linhas de produção, porque o Grupo Executivo da Indústria Automotiva (Geia), formado pelo governo, priorizava a nacionalização de modelos utilitários (nesse ponto, vale lembrar que o país ainda era desindustrializado e tinha uma malha viária extremamente precária).

A Vemag, porém, logo aumentou a linha de produtos. Em 1958, vieram o sedã Belcar e o jipe Candango. O cupê Fissore chegou em 1962: nesse caso, o projeto foi desenvolvido no Brasil, a partir de um design criado pelo estúdio homônimo, localizado na Itália. A mecânica DKW, capitaneada pelo motor de três cilindros, dois tempos e 980 cm³, equipou ainda o esportivo fora-de-série GT Malzoni, que deu origem à marca Puma.

Boris Feldman mostra um GT Malzoni ano 1967: assista ao vídeo!

Ao longo de uma década, a Vemag tornou-se uma das maiores e mais importantes fabricantes de veículos do Brasil. Contudo, em 1966, a fabricante acabou sendo adquirida pela Volkswagen, que a extinguiu no ano seguinte. A empresa, contudo, conquistou lugar na história graças ao pioneirismo com a Vemaguet. Com sorte, é possível ver um exemplar em bom estado em encontros de carros antigos.

E o Romi Isetta?

Vale lembrar que, antes da Vemag, outra empresa brasileira já fabricava veículos legitimamente nacionais. Em junho de 1956, as Indústrias Romi, de Santa Bárbara d’Oeste (SP) já haviam produzido a primeira unidade da Romi-Isetta. O projeto, de autoria da italiana Iso, também era feito sob licença. O modelo chegou ao mercado em setembro daquele mesmo ano.

Então, se o Romi Isetta chegou um pouco antes, por que a Vemaguet é considerada pioneira entre os carros nacionais? Simplesmente porque o Geia assim determinou. O órgão não classificou o veículo das Indústrias Romi como automóvel, alegando que ele tinha apenas uma porta (em posição frontal) e não dispunha de espaço para bagagem.

Outras características incomuns da Romi-Isetta eram o porte diminuto e os eixos com bitolas muito diferentes. O traseiro é tão mais estreito que o dianteiro que faz parecer que o veículo tem apenas três rodas, quando, na verdade, são quatro. Por todas essas peculiaridades, sob a ótica do Geia, o modelo se assemelhava mais a uma motocicleta.

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Romi-Isetta também tem história de pioneirismo (Foto Fundação Romi | Divulgação)
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9 Comentários
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Lindomar 26 de agosto de 2024

Tive primeiro um DKW 51 conversível vermelho e depois um DKW 63, esse era Top

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victor guglielmi 1 de junho de 2022

mesma situaçao dos amigos acima e a minha tambem. meu pai no periodo 1960 a 1967 teve vemagueti.
eu com 16 anos na epoca dava minhas escapadinhas nos sabados a tarde com a vemagueti.
sem meu pai saber fiz um duto no escapamento com tucho.
quando eu saia com ela eu abria o tucho e ai era aquele barulho. coisas de jovem.
prazer era ir no tunel da nove de julho e escutar o barulho ampliado.
bons tempos e boas lembranças das vemagueti.

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ELIAS DA SILVA SOUZA 20 de novembro de 2020

o problema é que, na abertura do mercado esqueceram de apoiar a Karmanghia, Puma, Miura e etc… poderiamos ter grandes marcas brasileiras e quem sabe, fazendo algum sucesso.

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Alex Costa 20 de novembro de 2020

Saudades desse tempo, meu pai era comerciante e tinha uma vemaguet “Pracinha”, que, com o motor 2 tempos era pau para toda obra!!

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Caballo loco 20 de novembro de 2020

Meu sonho distante ter essa raridade.

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Vital Pedro Ottobone 19 de novembro de 2020

Que saudade meu pai teve uma DKW Vemaguet desta 1957 verde.

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Ricardo 19 de novembro de 2020

Meu pai foi gerente de produção ……. tivemos varios modelos em casa …. uma boa epoca

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Caballo loco 20 de novembro de 2020

Você ainda tem?

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Tadeu Celio Vivan 19 de novembro de 2020

Em 1960 meu pai comerciante comprou uma Vemagt azul

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