Recarga de baterias, agora, promete ficar mais rápida

"Significa 100 km de alcance a cada três minutos de recarga e até quinze minutos para completar a operação, dependendo do nível da bateria"

Mercado de carro elétrico deve ficar mais caro nos próximos anos
Nova tecnologia permite 100 km de alcance a cada 3 minutos de recarga e até 15 minutos para completar a operação (foto: ABB | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 15/10/2021 às 08h54

Um dos empecilhos na adoção em massa de carros elétricos é o tempo de recarga da bateria. Esse desafio sempre está entre os difíceis de superar e, agora, ocorre pequena evolução. A suíço-sueca ABB, focada em energia e automação, anunciou um novo supercarregador batizado de Terra 360.

Pode atender quatro veículos simultaneamente com potência constante de 360 kW, diminuindo filas de espera. Significa 100 km de alcance a cada 3 minutos de recarga e até 15 minutos para completar a operação, dependendo do nível da bateria.

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O supercarregador chega em países da Europa no fim deste ano e no resto do mundo em 2022. A empresa não revelou os custos do equipamento e de instalação que costumam ser altos. Os 15 minutos ainda parecem muito frente a quatro ou cinco minutos para abastecer 50 litros de um tanque de carro comum. Não se sabe quando se alcançará a equivalência de tempo, futuramente.

O novo equipamento não foi projetado para uso doméstico. Outras ressalvas: a fim de preservar a vida útil das atuais baterias de íons de lítio o ideal é recarregar entre 20% e 80%; tempo de recarga proporcionalmente bem maior entre 80% e 100% do que entre 0% e 80%; condições climáticas de muito frio ou muito calor influenciam.

Os custos de reciclagem em massa ainda estão por definir. Também se desconhece quanto os preços de lítio, cobalto e cobre subirão com o aumento de demanda por baterias.

Embora existam previsões de diminuição de custos dos veículos elétricos (VE), um estudo recente da Jato Dynamics revelou que nos últimos 10 anos o tíquete médio de venda subiu 28%, na União Europeia e 38%, nos EUA. Na China, ao contrário, os VE ficaram 47% mais baratos no mesmo período em razão de estímulos governamentais e a proliferação de modelos subcompactos, mais em conta, para uso urbano.

Como baterias acrescentam de 400 kg a 600 kg à massa de um carro, ainda não está claro o impacto sobre a durabilidade de pneus e elementos de suspensão, apesar de gastos com pastilhas e discos de freio bem menores. O chamado custo total de propriedade ainda está sujeito ao futuro preço da eletricidade que, na verdade, ninguém sabe quanto será.

Outra dúvida é o modo dos governos transferirem os impostos sobre combustíveis líquidos que geram valores elevadíssimos, principalmente na Europa. Algumas cidades nos EUA criaram taxas simbólicas de manutenção de rodovias sobre carros elétricos a fim de compensar parte da arrecadação perdida com a gasolina. Desconsiderar essa realidade parece pouco prudente, pois a conta vai chegar.

Enquanto isso, novos investimentos continuam a ser anunciados e prazos otimistas revelados por grandes grupos automobilísticos em resposta, principalmente, ao posicionamento de países europeus. Nos EUA, a Ford revelou semana passada que investirá US$ 11 bilhões (R$ 60 bilhões) em duas fábricas, de baterias e picapes, embora o governo americano não tenha estabelecido metas.

O ex-presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, estimou em até 60% a participação de elétricos e híbridos plugáveis nas vendas totais, em 2030, na Europa, China e EUA. Para América do Sul entre 15% e 25%, ficando o Brasil mais perto do primeiro porcentual por sua extensão territorial.

Alta Roda

ESCASSEZ de semicondutores dificulta as previsões da Anfavea para este último trimestre do ano. Em relação a 2020, as vendas totais em 2021 podem variar entre menos 1% e mais 3%. Na melhor hipótese atingiriam 2,118 milhões de veículos leves e pesados. A produção crescerá entre 6% e 10% para atender compromissos de exportação.

A situação reflete o panorama mundial de escassez de chips. Consultoria IHS estima que só em 2024 a produção mundial de veículos voltará ao nível do ano recorde de 2017.

PEUGEOT vem recuperando participação de mercado. Uma das razões é a evolução no nível de equipamentos e qualidade percebida do 3008 GT Pack que beneficia a imagem da marca.

O SUV médio importado da França agrada pelo espaço interno, piso traseiro plano, quadro de instrumentos digital e porta-malas de 591 litros. Dirigibilidade boa, mas os 1.375 kg exigiriam algo mais de potência do que os 165 cv (só gasolina). Preço: R$ 270.521.

PORSCHE escolheu o recém-chegado Taycan Cross Turismo (R$ 685.000), crossover de sedã e perua de balanço traseiro bem curto, para a primeira expedição de longa duração de um modelo elétrico pelo País. Em 26 dias, percorrerá 9.000 km de Foz do Iguaçu (PR) a Jericoacoara (CE). Previsão de chegada em 31 de outubro.

O planejamento previu instalação de postos de recarga rápida em hotéis e pousadas. O Cross Turismo entrega entre 380 cv e 476 cv (overboost no controle de largada).

CAOA CHERY começa a vender, esta semana, Arrizo 6 Pro por R$ 134.990 (período de lançamento). Taxa de financiamento e seguro serão subsidiados, inicialmente. O sedã conviverá com a versão GSX (intermediária) que não recebeu a nova grade dianteira nem faróis e lanternas traseiras em LED. Rodas de liga leve de 17 pol. também são exclusivas da versão de topo.

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