O SUV Rolls-Royce Cullinan: nome tão feio quanto…

rolls royce cullinan
Por Roberto Nasser
Publicado em 18/05/2018 às 11h52

É o fim do mundo em diversidade automobilística ou apenas a clareza do fato da voz do mercado falar mais alto que imagem e tradição?

Majestática Rolls-Royce, fabricante do mítico automóvel, identificado com nobreza e finura, gerador da noção de inquestionada qualidade, caiu na vala comum da moda atual. Fez – ou cometeu – um utilitário esportivo.

Deixou de ser exceção, pois a ex-irmã Bentley, hoje empresa Volkswagen, havia apresentado seu Bentayga há alguns meses. Com o Cullinan – o nome nada tem com a tradição da Rolls em batizar seus carros como fantasmas e assemelhados -, sendo sobrenome do dono da mina na África do Sul, onde foi encontrado o maior diamante já visto: 3.106 quilates! -, quer entrar no segmento.

Nos três anos entre projeto e conclusão, partiu da nova plataforma em alumínio empregada no Phantom VII. Na prática, recebeu sistema de tração nas quatro rodas, suspensão frontal McPherson, traseira por quatro barras de ligação. Interior cuidado, quatro ou cinco lugares. Não houve cuidado para aliviar a sensação provocada pelas pesadas linhas frontais, o mal acabamento estético entre capô e a grade em forma de frontal de Panteão, a visualmente densa coluna D.

rolls-royce cullinan
Foto Rolls-Royce | Divulgação

Infodiversão mandatória, couro e madeira da melhor qualidade, pensada habilidade para montagem e motorização para permitir irresponsabilidades ao volante. O Cullinan tem obrigação de superar o novo Land Rover nos quesitos habilidades e segurança. A base mecânica BMW inclui motor V12, 6,2 litros, dois turbos, produzindo em torno de 520 cv. Transmissão automática ZF de nove marchas, habilidade de baixar a carroceria para uso em piso liso. Mede 5,34 metros de comprimento, 2,16 m de largura e 1,83 m de altura, pesando nada leves 2.660 kg. Usa rodas leves em aro 22”.

Custa US$ 685 mil – uns R$  2,5 milhões na Europa.

Os antigos no Detran

Detran paulista, agressivo em informações, divulga levantamento sobre as 10 marcas com mais representantes dentre os veículos licenciados como De Coleção. São os popularmente denominados “placa preta”, identificação visual da classificação na qual se exige ter mais de 30 anos de produção e, em tese, originalidade total em aparência e operação.

Números são curiosos, em especial quanto ao veículo em menor quantitativo, o Karmann-Ghia conversível. O estado de São Paulo, com a maior frota nacional, registra apenas 14 unidades. A do DF, percentualmente muito inferior, cadastra quatro unidades. Fusca, naturalmente, como veículo mais vendido no país por largo prazo, lidera a listagem com 6.420 registros. Dentre as marcas importadas, a norte-americana Cadillac se destaca com 355 unidades.

Top 10 Fabricante/Modelo Registro Três versões preferidas (em unidades)
1 Fusca  6.420 1300 (3.241), 1500 (1.200), 1200 (996)
2   Opala 1.316 Opala (502), Comodoro (217), Luxo (198)
3 Dodge 1.047   Charger RT (20), Coupe Luxo (122), Dart (112)
4 Puma   695 GTS (323), GTB (173), GTE (52)
5 Brasília  544 Brasília (531), LS (13)
6 Maverick 486   GT (143), Maverick (121), SL (109)
7 Kombi 486  Kombi (468), Picape (8), Furgão (3)
8 Corcel 457   Luxo (160), Corcel (118), II L (70)
9 Karmann-Ghia 413  Karmann-Ghia (346), TC (42), Conversível (16)
10 Cadillac 355  Cadillac (105), Eldorado conv. (38), Deville conv. (28)
Fusca, um em cada 5 antigos. Aqui o famoso Horácio e seu dono Erwin Moretti

Roda-a-Roda

Ação – Presidente novo, versão nova. Aparentemente fatos podem estar ligados, com o lançamento de versão a preço menor, de entrada da premiada linha Argo. Comemora um ano de vida e 50 mil unidades vendidas.

Opção – Chama-se apenas Argo 1.0 e mantém conteúdo: ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros, travas e direção com assistência elétrica, sistema Stop&Start, ESS, a sinalização de frenagem emergencial, equipamentos vistos em versões superiores de outras marcas. Preço inicial, R$ 45 mil, inflado se agregados pacotes opcionais. Próximo degrau em conteúdo e preço, Drive 1.0, a R$ 47,8 mil.

Com menos assessórios, nova versão de entrada do Fiat Argo fica RS 2.800 mais barata. Motorização permanece a mesma. Veja as diferenças entre as versões 1.0 e 1.0 Drive.
Argo simplesmente 1,0. Novidade (Foto Fiat | Divulgação)

Renovação – Chevrolet anunciou medida corajosa: 20 lançamentos até 2022, entre atualização de produtos e lançamentos. Em face marqueteira, Carlos Zarlenga, presidente GM Mercosul promete surpresas e tecnologias inéditasAnúncio parece resposta ao feito pela Volkswagen na Argentina, em dezembro, detalhando seu Plano-Produto.

Quem chega – Nova Equinox mexicana; revisão no Spin; atualização do Cruze. Novidade maior, o Projeto AVA, sigla de Alto Valor Agregado, veículo projetado para ser entrada de mercado. Um Kwid da GM.

Quem sai – Haverá corporificação do Projeto GEM, dito para mercados emergentes, projetado para ser a compra inicial. A grosso modo um Kwid da GM. Rótulo assusta ao indicar coisas simplificadas em construção e tecnologia. Substituirá Onix, Prisma, Cobalt, Spin e a inexplicável Monstrana.

Sem chances – Informação publicada na última coluna sobre o lançamento do novo Duster, foi aclarada por fonte Renault: coisa para longo horizonte. Sequer estará no Salão do Automóvel, em outubro/novembro deste ano.

Com chances ? – Novidade maior não está em ser mais comprido, mas na motorização, L4, 1,3 litro, turbo e 150 cv de potência, substituindo o atual L4 (quatro cilindros em linha), 2,0, 143 cv. Sobre este, questão paralela: para fazê-lo com tal configuração, somente com sinal na regra do setor, a ainda inédita Rota 2030.

Atrativo – Para vender, fabricantes fazem contorcionismos no atrair clientes – de entrada em seis vezes; prestações de R$ 99 no primeiro ano; juros contidos; descontos; valorização de usados. No balcão é a hora da pesquisa e da barganha.

Mercado – Fabricante de turbos Borgwarner pesquisou remanufaturados à venda, e constatou o impensável: 40% dos equipamentos  apresentados como refazimento pela empresa, é serviço de fundo de quintal, e peças sem qualidade.

Mercado, 2 – Como o país não dispõe de estrutura de sanção para punir quem infringe a lei, a área de peças remanufaturadas é um salve-se quem puder. Peça refeita – motores, caixas de câmbio, turbos, sistemas de direção, amortecedores, etc. – apenas no balcão do revendedor a marca e com certificado de garantia de amplitude nacional. Fora disto, é risco.

Placas – Contran adiou pela terceira vez início da vigência de placas no modelo Mercosul a novos emplacamentos e transferências. Teve o bom senso de explicitar não ser obrigatória a substituição em veículos já licenciados.

Prática – Novo início em 1º de dezembro de 2018. Será tecnologicamente atualizada, com chip eletrônico e QR Code, dispensando lacre, facilitando formação de um banco de dados Mercosul.

Como é – Quatro letras e três números, permitindo maior número de combinações. Cores alteradas: fundo sempre branco e dígitos coloridos: passeio, preta; comerciais, vermelha; oficiais, azul; em testes, verde; diplomáticos, dourado. De coleção, hoje ditos “placa preta”, terão letras e números prateados. Nome do país na parte superior, cidade, estado e brasão na lateral direita. Dimensões mantidas.

Fora – Volkswagen não estará no Salão de Paris, setembro, referencial evento do setor: custos impostos pelos franceses. Suas marcas Seat, Audi e Sköda irão.

União – Norte-americana de motores diesel Cummins e chinesa de motores diesel JAC fizeram união sobre casamento antigo. A JAC tinha participação da Navistar, concorrente mundial da Cummins.

Testemunha – Quem for a Araxá ao final do mês para o Brazil Renault Classics, o mais elegante dos encontros de automóveis antigos no país, verá réplica da Voiturette, pequeno automóvel, origem da marca. Será uma das atrações. No evento, palestra de Alain Tissier, até pouco tempo vice-presidente da empresa, sabido na marca e integrante da história da Renault Brasil desde a instalação, há 20 anos.

Renault Voiturette: em Araxá

Testar testando

Pista Mercedes Iracemápolis

Mercedes-Benz deu passo importante ao aplicar R$ 90 milhões nos serviços de implantar 12 quilômetros para pista exclusiva a seus caminhões novos. Fica na fazenda comprada pela empresa, em Iracemápolis (SP), onde desbastou um canavial e implantou sua fábrica de automóveis. Curiosamente a pista de teste não servirá a estes, mas exclusivamente aos veículos pesados. Eventual desdobramento dependerá do regramento para a atividade de fazer veículos, a ser expresso no programa do setor, o Rota 2030.

Construção da pista trará economia a longo prazo. Atualmente a Mercedes aluga circuitos para testar caminhões, em operação extremamente cuidada para evitar o vazamento de informações quanto às novidades contidas e resultados aferidos.

De acordo com Philipp Schiemer, presidente da pioneira fabricante, “as exigências de qualidade para caminhões estão cada vez maiores”. A escolha por Iracemápolis foi de ordem econômica, pois não exigiu investir na aquisição da área.

A nova estrutura permitirá, também, oferecer tais serviços a outras marcas e até à matriz e às filiais da Mercedes, pois segundo lembra, as estradas brasileiras são severas e o desenvolvido para nossas condições pode ser replicado para demais países.

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