Síndrome de Down: motoristas com T21 ganham as ruas do país
Mudanças na legislação e projetos da sociedade civil permitem que pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais possam ter CNH
Mudanças na legislação e projetos da sociedade civil permitem que pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais possam ter CNH
Nesta sexta-feira (21) é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data tem como objetivo conscientizar e valorizar a pessoa com trissomia 21. Até 2015, pessoas com deficiência eram privadas de muitos acessos e oportunidades, que passaram a ser garantidas com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). A Lei nº 13.146/2015 tem como premissa promover a igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, inclusive permite que elas possam tirar carteira de habilitação.
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Há dois anos, a Localiza deu início ao projeto Autoescola Xtraordinária, para auxiliar pessoas com T21 e outras deficiências intelectuais a tirarem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A ideia contou com o suporte do Instituto Mano Down, de Belo Horizonte, que é referência no acolhimento e desenvolvimento de pessoas com T21 e outras deficiências intelectuais.
E o projeto deu certo e já apoiou três pessoas (duas com Síndrome de Down) a conseguirem a habilitação. Elas se somam a outras duas que já tinham conquistado a CNH. Os números são pequenos diante do universo de cerca de 80 milhões de brasileiros com CNH, mas trata-se de um avanço imenso, se considerarmos que há 10 anos pessoas com Síndrome de Down e demais deficiências praticamente viviam às margens da sociedade.
A meta da Localiza, com o projeto Autoescola Xtraordinária, é habilitar 30 motoristas com deficiência intelectual ou Síndrome de Down. No entanto, a empresa quer expandir o processo junto com o instituto, que oferecerá suporte para capacitar autoescolas interessadas a formar novos motoristas.
Por muito tempo as pessoas com síndrome de Down eram consideradas incapazes pela legislação e na visão da sociedade. Por isso, viviam um processo de invisibilidade social, não estavam nas escolas, no mercado de trabalho, não podiam se casar, votar ou tirar carteira de motorista. A Lei Brasileira de Inclusão mudou essa perspectiva e garantiu direitos essenciais para elas. E estamos falando de uma lei que tem apenas 10 anos. Por isso estamos vivendo hoje uma geração de ‘primeiras vezes’. Com mais oportunidades e acessos à escolarização, intervenções e estímulos, elas estão cada vez mais conquistando seus espaços na sociedade. Agora estão trabalhando, gerando a sua própria renda, se casando, se formando em faculdades, votando, se candidatando e assumindo cargos públicos e garantindo o direito de ir e vir com a CNH”, explica o fundador do instituto, Leonardo Gontijo.
A importância do projeto da Localiza, assim como o trabalho feito pelo instituto é dar visibilidade e mostrar que pessoas com trissomia ou demais deficiências intelectuais podem se desenvolver e levar uma vida igual a de uma pessoa típica. No entanto, é um processo longo não apenas de desenvolvimentos destas pessoas, mas também de mudança do olhar e comportamento da sociedade em geral.
Quando o meu irmão nasceu disseram que ele não podia andar. Se acreditássemos nisso ele não seria hoje um músico profissional. Veio depois uma geração que a sociedade duvidava se conseguiria andar de bicicleta. Hoje estamos vivendo a primeira geração que está tirando a CNH. Para isso foi necessário uma rede de apoio, com política pública, escolarização, intervenção e estímulo. Quando elas têm oportunidades, elas mostram o seu potencial e habilidades. E é isso o que fazemos no Mano Down”, aponta.
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Que lindo 😍.
Quando houver um acidente quem será o responsável legal sendo que esse público e inimputável?
Não responde judicialmente pelos próprios atos mas podem dirigir?
Parabéns, o Brasil realmente nunca dará certo!!
Se foram qualificados, felicidades.