Telhado: quem já caiu e quem sobe?
Você entraria hoje como sócio de uma fábrica de motores a gasolina? Pense bem! Esse pode ser um péssimo negócio...
Você entraria hoje como sócio de uma fábrica de motores a gasolina? Pense bem! Esse pode ser um péssimo negócio...
Toda novidade gera reação e com o automóvel não foi diferente: o rei da Alemanha (Kaiser Wilhelm II) disse em 1912: “Eu acredito no cavalo. O automóvel é uma aparição passageira”… Outro dia eu comentei nesta coluna que só as concessionárias de automóveis premium teriam sobrevida garantida. As outras sucumbiriam diante do poder de grandes frotistas que operam o compartilhamento e empresas do tipo Uber. Não cheguei a ser apedrejado, mas poucos concordaram com o raciocínio.
Foi assim que desapareceram várias empresas gigantescas: não acreditaram estar vindo um tsunami tecnológico. Quando chegou e virou o mercado ao avesso, elas caíram do telhado:
Olivetti – A máquina de escrever não resistiu ao computador, que faz a mesma coisa de forma mais prática e econômica. E dispensa, quando possível, o uso do papel.
Kodak – Não aderiu ao digital com receio de prejudicar a venda de suas máquinas e filmes. Chegou a empregar 100 mil funcionários, faliu e está tentando se recuperar da derrocada.
Polaroid – Não resistiu ao celular, que faz fotos instantaneamente e podem ser imediatamente impressas, com qualidade muito superior.
Blockbuster – Não resistiu ao Netflix e Now: para que alugar um DVD se eu tenho todos os filmes do mundo na minha TV com um clique no controle remoto?
Tower Records – Não resistiu ao YouTube e iTunes: para que comprar discos e fitas se eu os tenho todos à minha disposição? Outras grandes redes de lojas de discos (e livros) estão fechando as portas, derrotadas pelo sistema digital.
O futuro é igualmente incerto para várias profissões e empresas. É certa a derrocada das companhias do setor automobilístico que não estejam se preparando para uma profunda modificação do mercado. Não somente pelas novas tecnologias aplicadas ao automóvel (haja vista a tendência irreversível ao elétrico), como a própria relação consumidor-veículo, pois se prevê que o carro não deverá ter um “dono”, mas um “sócio” no sistema de compartilhamento.
Quem sobe no telhado:
Motores – Motores à combustão estão com os dias (ou anos, para ser mais razoável…) contados. Mais dia, menos dia, todos serão elétricos.
Por que o motor a combustão não presta? O Boris explica aqui!
Componentes – Lugar garantido no museu, acompanhando o motor a combustão: arranque, bombas de água, combustível e óleo, ventiladores, sistemas de injeção, radiadores, escapamentos e catalisadores. Câmbios manuais e automáticos, semi-eixos, cardãs e diferenciais.
Troca de óleo – Qual, se elétricos não têm nem motor nem câmbio.
Motoristas – Taxistas, caminhoneiros e condutores de outros veículos podem ir pensando numa outra atividade. E não será num futuro distante: muitos operadores de máquinas agrícolas já estão desempregados, substituídos por computadores que as controlam no campo!
Estacionamento – Estacionar para quê, se tem Uber? Ou a opção do autônomo que vai ao teatro, volta sozinho para casa e vem buscar o dono mais tarde?
Valet – Mesmo antes do autônomo, já está pronto o carro que procura vaga e estaciona. E volta para a porta do restaurante mediante um chamado do celular do dono…
Concessionárias – A venda do automóvel para a pessoa física vai se reduzir drasticamente, pois a ideia não é a propriedade, mas o direito de uso, o compartilhamento (share). Os carros pertencerão às grandes empresas que administrariam sua utilização. Sobrevivem as que vendem marcas de luxo, automóveis premium.
Oficinas – A manutenção do automóvel será substanciamentel reduzida, pela redução de componentes e acidentes, além do gerenciamento eletrônico dos sistemas mecânico e elétrico.
Autoescola – Quanto tempo vão durar as escolas de formação de motoristas, se o carro autônomo vai dispensá-los?
Pilotos – É dificil prever se sobreviverão à eletrônica. A Audi desenvolveu um software e colocou um carro para “fazer tempo” na pista. Ele se saiu melhor que os pilotos. Nenhuma novidade: computadores já não estão vencendo nos tabuleiros de xadrez?
Policiais de trânsito – Quem deverá ser policiado? O computador segue rigorosamente a legislação, não bebe nem fica sonolento, não ultrapassa na faixa contínua nem avança sinal.
Radar de velocidade – “Armadilhas” para multar têm futuro nebuloso: carro sem motorista não comete infração…
Jornalista especializado – Também “dança”…
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mas aqui no PINDORAMA, continuamos insistindo na gasolina [fonte inesgotável e segura de assaltar os consumidores com seu amoral imposto sob diversas siglas de 54% sobre o litro + o cartel de distribuidores e postos ] , e ainda nossa roubada Petrobras [ exponencial cabide de empregos para marajás] cabresteando o preço do álcool para não fazer concorrência a gasolina , assim nossas ”otoridades energéticas” nem pensam em motores elétricos , que conforme estudos técnicos a troca de toda frota nacional aumentaria em , míseros 1% o consumo elétrico, mas não, taxam, além dos 40$ atuais, em + 30% a importação de veículos com essa motorização.
Carros autônomos ok e melhor ainda se ele for seu e não precisar compartilhar. Você chama ele e ele vem te buscar depois de já ter levado a sua filha com segurança para o colégio. Você pode deixar alguns pertences de uso pessoal dentro dele. Ele é uma extensão móvel da sua casa. Você pode personaliza-lo. Ter um carro é um conforto enorme para uma família e isso as famílias não irão abrir mão de ter. Mudará apenas o fato de que o carro guiará sozinho, o que é um conforto ainda maior.
como sempre…escrevendo muito bem !! parabéns Boris!! Se olhar bem lá no fundo… bem lá dentro vejo um jornalista com jeito de ator “Christopher Lloyd”..olhando para o futuro !! rsrsr abraços Fábio M Silva
Concordo Boris o ser humano terá cada vez mais tempo para cuidar da saúde física e mental (e espero que do intelecto).
Boris, com algumas ressalvas que creio ainda demorarão você está certíssimo.
Do jeito que a tecnologia vai avançando tudo é provavel. Outro coisa tem um seria antiga chamada kit 2000 e alguns anos lançaram outra série chamada A nova super máquina, com um Mustang a primeira foi com um transam m
Com relação ao automóvel especificamente, a previsão de Boris me parece um pesadelo. Se a coisa realmente se realizar, o futuro será ainda mais chato do que está sendo o presente politicamente correto em que vivemos. O automóvel passará a ser utilitário, como uma máquina de lavar roupa ou um elevador de prédio. Deixará de ser paixão. E consequentemente, desaparecerão as revistas e os sites dedicados ao automóvel. Os idiotas que passam todo o tempo clicando os seus celulares (inclusive enquanto dirigem) terão triunfado!… O que me dá alento é que os futurologistas frequentemente/sempre se enganam (o Hudson Institute que o diga). Previam que em 1970 só teríamos transporte coletivo… Ah é, é? Também, quando (“if”) isso tudo se realizar,” esse maravilhoso mundo novo”, eu já terei passado desta para melhor. Graças a Deus!
Kkk sobrou até para o jornalista!??