Fiat Toro: picape boa de mercado e boa de andar
Lançada no inicio do ano, Toro conquista em abril o posto de mais emplacada entre as picapes intermediárias e médias e agrada no uso cotidiano
Lançada no inicio do ano, Toro conquista em abril o posto de mais emplacada entre as picapes intermediárias e médias e agrada no uso cotidiano
A picape Fiat Toro venceu sua concorrente direta Renault Oroch, e todas as grandalhonas do segmento médio, como a mais emplacada em abril. Os segredos do sucesso são o tamanho intermediário – entre as compactas, como a Strada, cujos passageiros traseiros sofrem com a falta de espaço e as médias, como a Hilux, que costumam não caber na garagem e no orçamento de muita gente – e o fato de a novata oferecer maior capacidade de carga que alguns modelos do segmento superior.
Embora ostente o logotipo da marca italiana, a Toro está mais para Jeep que Fiat. A plataforma e grande parte da mecânica vêm do Renegade. O resultado é bom espaço para quatro adultos e uma criança, com ligeira folga para os joelhos no assento traseiro, apesar do encosto muito vertical. A picape pesa 1.871 kg e tem capacidade de carga de 1 tonelada (incluindo os passageiros). Mede 4,91 m e a caçamba tem capacidade de 820 litros.
A versão testada, a Volcano, é equipada com motor diesel 2.0 a diesel e rende até 170 cv de potência. A suspensão com curso longo, molas helicoidais e Multilink na traseira, garante conforto e estabilidade. Parece que você está em um utilitário esportivo e não em um veículo de carga. A direção hidráulica adaptativa é extremamente leve nas manobras e firme na estrada.
Cerca de 43 cm menor que as picapes médias, a Toro ainda é maior que a Chevrolet S10 cabine simples da penúltima geração. O habitáculo é quase tão grande como o das médias, porém a diferença está na caçamba, que comporta aproximadamente o mesmo peso das picapes grandes, mas é cerca de 30 % menor.
A tampa bipartida da caçamba com abertura horizontal facilita a colocação de carga diretamente sobre o assoalho interno, mas dificulta o transporte de objetos mais compridos que normalmente vão apoiados sobre a tampa. Para minimizar esse problema, a fabrica disponibiliza um complicado acessório que pode ser embutido nas tampas para alongar o compartimento. Em locais apertados, o mesmo diâmetro de giro de 12,9 m das médias torna difícil manobrar.
A estrutura da Toro não é da carroceria sobre chassi, como ocorre na maioria das picapes com a mesma capacidade de carga e nos robustos caminhões. A picape da Fiat usa o monobloco como os automóveis de passeio, o que aliado à suspensão independente com molas helicoidais nas quatro rodas explica a estabilidade e suavidade.
Quanto à resistência em serviços pesados, desde que bem dimensionada, não há impedimento para o uso desse tipo de estrutura. Entretanto, só com o tempo e uso prolongador é possível atestar a durabilidade do conjunto.Vale lembrar que a 1 tonelada de capacidade declarada pelo fabricante não é somente para a carga, incluem também o peso dos ocupantes.
Motor 2.0 diesel, 170 cv, 36 kgfm de torque, 0 a 100 km/h em 9,5 s, máxima de 188 km/h. Na cidade a agilidade é muito comprometida pelo atraso da turbina, o motor custa a responder nas arrancadas e retomadas em baixas rotações. Acima das 1.700 rpm e na estrada, respostas vigorosas e ultrapassagens seguras.
Acabamento interno moderno e requintado, basicamente o mesmo do Renegade, com materiais de boa qualidade e montagem cuidadosa. O controlador de velocidade do tipo convencional, (não mantém automaticamente a distância de veículos lentos à frente), tem mensagens confusas que deixam em dúvida sobre estar acionado ou não.
A alavanca de seta é muito sensível e às vezes comuta involuntariamente o facho dos faróis ao ser acionada para as conversões. Muitos itens importantes como chave presencial, borboletas de marchas no volante e sensores de chuva e crepuscular são vendidos como opcionais. A tela do sistema multimídia é minúscula, não oferece espelhamento do celular e o pareamento por bluetooth é difícil com certos telefones.
A versão mais simples Freedom 1.8 flex automática parte de R$ 77.800. A mais completa Volcano custa 118.480, mas com a extensa lista de opcionais presentes na unidade testada que incluem itens de segurança, bancos em couro, pintura metálica e outros salamaleques salta para 133.110.
Os mais vendidos do segmento até abril de 2016, custam a partir de: Hilux – R$ 104.750,00, S10 – 97.890, Amarok – 125.990 e Oroch – 65.230.
8,2 km/l de diesel na cidade / 13,9 na estrada.
Quase tão confortável como um automóvel de passeio. Boa estabilidade sem maiores inclinações nas curvas. Com bom curso, encara com facilidade obstáculos fora de estrada. O vão livre em relação ao solo é de 20 cm, com ângulo de entrada 24,8º e saída 29º.
Câmbio automático de 9 marchas, com engates suaves e precisos. Tração 4X4 / redução acionada automaticamente nos momentos em que for necessária, ou manualmente através de botão no console. São tantas marchas que no plano ela já arranca de segunda, se quiser um pouquinho mais de esperteza, selecione a primeira manualmente. As mudanças são bastante ágeis.
Destacam-se controles eletrônicos de estabilidade, tração, partida em rampas e de velocidade em descidas íngremes em todas as versões. Proteção por 5 airbags adicionais e monitoramento da pressão dos pneus são opcionais. Embora o excelente resultado de 5 estrelas no crash test do Renegade, do qual deriva, em vista das consideráveis diferenças, vamos ter que esperar o ensaio específico para uma avaliação final.
Foto Fiat | Divulgação
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