Volkswagen Passat completa 50 anos, relembre sua história
O carro médio foi uma revolução para a marca quando chegou ao mercado e criou o DNA que é usado até hoje em seus carros de passeio
O carro médio foi uma revolução para a marca quando chegou ao mercado e criou o DNA que é usado até hoje em seus carros de passeio
A Volkswagen construiu sua fama com o Fusca, que era valente e resistente graças a seu motor refrigerado a ar montado na traseira. Mas os tempos mudam e essa fórmula sozinha não seria eterna, a montadora alemã ia precisar de uma mudança de chave. Isso veio em 1973, com o lançamento do Passat.
Esse modelo foi o primeiro com motor refrigerado a água na marca, algo necessário para obter maior potência específica, poluir mais e ser mais eficiente. Ele também trouxe a tração dianteira, que trazia uma dinâmica mais previsível e segura, além de permitir um aproveitamento mais otimizado da cabine.
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As tentativas de fazer um carro familiar com motor traseiro refrigerado a ar não foram tão bem sucedidas na Europa como o Fusca foi no segmento de entrada. O Passat foi uma aposta muito ousada para a VW.
O Passat não foi desenvolvido do zero pela Volkswagen, ele nasceu como um derivado do Audi 80. Sua plataforma de tração dianteira utilizava motor longitudinal, suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção.
A VW também herdou da Audi o motor EA827, família que engloba os motores MD e AP. Para a época era um propulsor moderno e o tempo mostrou ser confiável, o que era uma grande preocupação de quem estava acostumado com os motores antigos refrigerados a ar.
Todo esse avanço seria em vão se o carro não fosse marcante. A Volkswagen acertou em cheio ao chamar o talentoso designer italiano Giorgetto Giugiaro para criar o Passat.
O resultado foi esse belo fastback, com linhas retas e uma grade simples margeadas por faróis circulares. O desenho original do Passat era elegante e bastante moderno para 1973.
A Volkswagen foi rápida ao trazer o Passat para o Brasil, o modelo estreou no Brasil já em 1974. Aqui ele veio em duas versões: L e LS. O motor era sempre o 1.5 de 65 cv e 10,3 kgfm. Parece pouco para os padrões atuais, mas estamos falando de um carro que pesava apenas 860 kg.
O Passat foi considerado um carro muito moderno no Brasil por causa de seu desenho e de soluções técnicas como as juntas homocinéticas, coluna de direção deformável, freios a discos na dianteira e freios com duplo circuito hidráulico.
Quem dirigiu o carro se encantou com a estabilidade e o bom comportamento dinâmico. Como seu motor era eficiente e a tração dianteira resultava em perdas mecânicas menores, o desempenho chegava a incomodar modelos maiores e mais fortes.
Por ter chegado próximo aos tempos de crise do petróleo, o Passat se tornou uma opção de carro familiar ou executivo mais frugal que o Chevrolet Opala ou o Ford Maverick.
Como era de costume na época, a Volkswagen tratou de criar uma versão esportiva para o Passat. A versão TS chegou em 1976, trazendo motor 1.6 equipado com carburador Solex de corpo duplo. A potência cresceu para 80 cv e torque foi para 12 kgfm.
O visual era diferenciado pelos faróis duplos, faixas decorativas, volante esportivo e instrumentos auxiliares no painel. O Passat TS foi o sonho de consumo do Boris durante sua juventude. Hoje ele possui um exemplar do esportivo, confira no vídeo:
Como sabemos bem, os carros tinham vida mais longa no Brasil que em suas terras natais. A primeira geração do Passat continuou em produção por aqui até 1989.
A primeira reestilização foi mais leve, adotando apenas faróis retangulares que integravam bem com o desenho. Na linha 1983 vieram os faróis quadrados duplos, que eram a moda do momento mas destoavam do estilo original.
Os parachoques envolventes e apliques plásticos que vieram depois ajudavam a deixar o visual mais harmônico. Em 1984 a Volkswagen trouxe a segunda geração do Passat de forma indireta com a família Santana.
Esse era o sedã do Passat de segunda geração, na Europa ainda usava a carroceria de fastback. No Brasil a primeira geração foi mantida em uma segmentação inferior ao Santana, que tentava ser um carro executivo.
Nessa fase o destaque foi outro modelo esportivo, o GTS Pointer. Ele usava o motor AP 1.8 que estreou no Santana e também era usado pelo Gol GT. A potência era de 92 cv, que mais tarde subiria para 99 cv após receber o comando de válvulas mais agressivo do Gol GT.
Para muitos esse foi o auge do Passat no Brasil. A estabilidade elogiada nos anos 70 foi incrementada com mudanças nas rodas e pneus, os bancos eram os famosos Recaro, o volante era o icônico “quatro bolas” e o motor era mais bravo. Ele ainda dava um caldo quando comparado ao moderno Monza S/R.
Foi nos anos 80 também que o Volkswagen Passat brasileiro ganhou um carimbo exótico em seu passaporte. O governo do Iraque firmou um acordo com a montadora de pagar a importação do carro com barris de petróleo, que foram revendidos para a Petrobras.
Os iraquianos exigiram algumas alterações no Passat para ser vendido lá, como o ar-condicionado, carroceria de quatro portas, interior com acabamento em vermelho e o motor MD 270, em uma época onde o AP já era o padrão.
Em 1986 a Petrobras exigiu que o acordo fosse encerrado, pois estava com um excedente de petróleo. Os carros que estavam prontos acabaram sendo vendidos no Brasil mesmo, com o nome LSE.
Essa versão era exótica para os padrões brasileiros da época. Mas quem comprou ficou com uma raridade em mãos, que hoje está bastante valorizado.
O fim do Passat nacional em 1989 foi foi a aposentadoria total do nome por aqui. Com a abertura das importações ele passou a vir da Alemanha, dessa vez como um sedã executivo e ocupando a posição de topo de linha da marca.
A carreira do Passat no Brasil terminou de forma oficial em 2019, quando a sétima geração deixou de ser importada. Hoje ele está na oitava geração, sendo vendido na Europa apenas como perua e na China como sedã.
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