Carros populares deixaram de ser os mais vendidos
Os "milzinhos" chegaram a representar, no passado, 70% das vendas do mercado brasileiro: será que a hora deles já passou?
Os "milzinhos" chegaram a representar, no passado, 70% das vendas do mercado brasileiro: será que a hora deles já passou?
Os carros populares foram idealizados no início da década de 1990. O mercado do setor passava por uma crise econômica, e pensou-se em estimular as vendas através da redução de impostos para modelos compactos, com preço baixo e econômicos. Assim, em 1993, o governo decidiu isentar a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados, ou IPI, para carros com motores de até 1.000 cm³ de cilindrada, mais conhecidos como 1.0. Em 1995, voltou-se a aplicar o imposto, apesar de reduzido para apenas 7%.
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Entretanto, a ideia do carro barato acabou sendo distorcida pelas fábricas de automóveis, que resolveram se aproveitar do imposto reduzido e passaram a sofisticar o carro popular. O veículo 1.0 l chegou a ter ar condicionado, direção hidráulica e vários outros equipamentos de luxo, além de motores com compressor ou turbina para chegarem a mais de 100 cv de potência.
No final da década de 1990, o carro com motor 1.0 l chegou a representar 70% das vendas do mercado brasileiro, mas, eventualmente, o consumidor se cansou da falta de desempenho da categoria. O “milzinho” carregando uma família de pessoas e com o porta-malas cheio de malas andava muito devagar nas estradas.
O financiamento fácil ofereceu condições de se comprar um modelo com mais potência e, em 2013, os carros populares tiveram sua participação reduzida para a metade, representando apenas 35% das vendas de automóveis. Nos últimos anos, os consumidores que ainda procuravam por modelos mais baratos, na faixa de R$30 mil, terminaram por sumir das concessionárias. Identificam-se três motivos para isso: a escassez de crédito; os juros elevados; e o baixo poder aquisitivo de 12 milhões de desempregados.
Um dos últimos modelos lançados nesta categoria foi o Fiat Mobi , que chegou ao mercado em 2016 custando a partir de R$32 mil. Mesmo assim, ele não foi o mais vendido do mercado, como aconteceu com o Volkswagen Gol e Fiat Palio no passado. Quem liderou o ranking naquele ano foram o Chevrolet Onix e Hyundai HB20, que custam a partir de R$40 mil. Ainda existem alguns modelos na faixa de R$ 35 mil: up! e Gol, da Volkswagen, Nissan March e Chery QQ.
Especialistas do mercado não estão convencidos de um possível retorno do carro mais barato à liderança de vendas. Mesmo com a retomada da economia brasileira, volta do crédito ou redução dos juros, a hora dos carros populares parece ter passado.
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