Motor 1.0 foi melhorado com o tempo e oferece mais potência

Ele chegou, foi embora, e agora voltou - mas não é mais o mesmo; entenda como o propulsor ganhou o mercado outra vez

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Por Boris Feldman
Publicado em 26/05/2018 às 08h00
Atualizado em 13/02/2020 às 14h43

O carro chamado popular (com motor 1.0) tomou conta do mercado e chegou a representar 70% das vendas do mercado brasileiro. Fácil de explicar: ele foi criado em uma época de crise de vendas e o governo, para estimular a indústria (já houve época em que isto ocorria), praticamente zerou o IPI do do automóvel. Ora, pagando menos impostos, os carros 1.0 tiveram seu preço extremamente reduzido – e as vendas aceleradas.

Entretanto, quando o motor 1.0 surgiu na década de 90, era subpotenciado, cansava o motorista pela falta de desempenho e se arrastava pelas estradas quando carregado. No início dos anos 2000, começou a ocorrer uma virada no mercado e, com crédito farto e juros baixos, o freguês preferia pagar um pouco mais e partir para um carro com motores de maior cilindrada.

A participação do motor 1.0 já tinha despencado para 35% das vendas quando houve no mundo inteiro um esforço de “Downsizing” dos motores, ou seja, uma redução da cilindrada para diminuir consumo e emissões, sem prejuízo do desempenho.

Carrões americanos com um V8 sob o capô foram rebaixados para um mísero V6. Os de seis cilindros perderam dois deles. Carros compactos com motores de quatro cilindros tiveram cilindrada reduzida e um 1.5 gera hoje maior potência que um antigo 2.0. No caso dos motores 1.0, quase todos perderam um cilindro e se tornaram tricilíndricos.

E, por incrível que pareça, chegam a oferecer o dobro da potência dos antigos “populares”. Também pudera: central eletrônica no lugar do carburador e distribuidor, injeção direta, dois eixos comandos com fase variável, um cilindro a menos, turbo e outras tecnologias levaram o carro com motor 1.0 para um haras de até 125 cv.

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E aí ocorreu nos últimos dois ou três anos o fenômeno inverso e todos voltaram para o motor 1.0. O primeiro foi o Hyundai HB20 e depois vieram o Volkswagen Fox, up! e Gol. Nissan March e Versa, Ford Ka e Fiesta também.

Mais recentemente os Renault Logan e Sandero e os Fiat Uno e Mobi. E até, ora vejam, o Volkswagen Golf, um hatch médio, foi também equipado com um motor 1.0 tricilíndrico e turbinado. Desenvolve 125 cv, potência maior que a oferecida pelo 2.0 que equipava o Jetta até o ano passado (120 cv).

Foto Fiat | Divulgação

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Boris Feldman

Jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva. Comandou equipes de jornais, televisão e apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o país.

Boris Feldman
1 Comentário
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Carlos Freitas 18 de setembro de 2019

Acho que os novos motores 1.0 são apenas para custar menos as montadoras e pagar menos impostos, ok pode colocar 125cv num motor 1.0 turbo 3 cilindros, mas este terá que fazer um esforço muito mais alto para dar o mesmo rendimento que o 1.6 ou 1.8 aspirado… Logo estas turbinas vão quebrar, a durabilidade do motor será menor, a manutenção será mais cara. Então não se iludam o 1.0 3 cilindros turbo nada mais é que a fábrica ter mais lucro com uma construção mais barato e o carro continua o preço de um 1.6, 1.8 até mesmo 2.0 mas te entregam o 1.0 que irá com certeza durar menos que o aspirado de potência equivalente. Você pode pegar o seu Celta 1.0 colocar um turbo e chagar a 120cv até 150cv fácil mas seu motor não vai aguentar por muito tempo. Então não se mede um carro só pela potência, veja quantos furos ele precisa para atingir o torque máximo do motor, veja a construção do motor 3 ou 4 cilindros, se é injeção direta ou não, se é de alumínio ou de ferro, se comando é variável ou simples, se o cabeçote é 8, 12 ou 16 válvulas… Enfim há uma série de fatores que são inevitáveis e sim posso dizer que estes carros após o período de garantia acabar terão seus preços derrubados e serão novos na venda… Até daqui 6 anos.

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