Estepe mais fino é menos seguro que o pneu convencional?

O PL 82/15 luta contra a tendência mundial de se colocar como sobressalente aquela roda menorzinha, fininha, chamada de estepe de emergência

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Por Boris Feldman
Publicado em 10/11/2016 às 16h00
Atualizado em 12/12/2019 às 21h03

Projeto de Lei (PL) que tramita na Câmara dos Deputados tenta tornar obrigatório que o estepe seja igual aos outros quatro pneus. Provavelmente elaborado por um parlamentar que “queimou no golpe” quando teve seu pneu furado e forçado a utilizar aquela “tripinha” de borracha que é o estepe mais fino.

O PL 82/15 luta contra a tendência mundial do estepe mais fino, uma roda menorzinha, fininha, chamada de estepe de emergência.
O “estepe de emergência” é uma roda mais fina que a utilizada normalmente

O PL 82/15 se deve à tendência mundial de se colocar como sobressalente aquela roda menorzinha, fininha, chamada de “estepe de emergência”. A defesa de que o pneu no porta-malas deve ser igual aos outros quatro é sua falta de segurança. Pois ele deve ser utilizado com velocidade limitada até se chegar ao borracheiro para reparar o que furou.

Não há dúvida de que o carro tem sua estabilidade prejudicada com o estepe mais fino, mas há pontos positivos. Principal vantagem é ocupar menor espaço no porta-malas. Com a tendência de se equipar o carro com pneus de maior diâmetro e mais largos, as rodas atualmente são cada vez maiores e roubariam um volume cada vez maior no porta-malas.

Algumas fábricas, para evitar o estepe de emergência, realocaram o sobressalente na parte inferior da traseira do carro, evitando assim a perda de espaço no porta-malas. Pior a emenda que o soneto, pois a operação para retirá-lo obriga o motorista a uma verdadeira ginástica. E, estando do lado de fora, ainda o deixa mais sujeito a ser levado pelos “amigos do alheio”.

Além disso, o estepe mais fino é mais leve e portanto contribui para a redução de consumo e emissões. Como a maioria dos projetos de novos automóveis prevê esta solução, o Brasil talvez fosse o único país do mundo a proibir a solução. E as fábricas teriam que mudar todo o projeto do porta-malas para acomodar o estepe se o PL for aprovado.

Argumento final a favor do estepe de emergência é que, ao contrário do passado, os pneus hoje estão cada vez mais resistentes a furos e se torna cada vez mais rara a necessidade de sua substituição. Estão lembrados de vários automóveis antigos que carregavam dois estepes, um em cada para-lamas dianteiro?

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Boris Feldman

Jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva. Comandou equipes de jornais, televisão e apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o país.

Boris Feldman
1 Comentário
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Helene 3 de junho de 2020

Olá Boris!
Precisei usar o estepe de emergência e rodei por mais de 100km com ele. Ainda está em bom estado visual, mas fiquei preocupada porque vi vários comentários de que esse tipo de pneu além do limite de velocidade tem limite de quilômetros para utilização. Isso procede? Procurei no manual do carro e também pesquisei em vários lugares e não encontrei uma resposta conclusiva.

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