Aumento da gasolina para 35% de etanol: como ficam as motos?
O Projeto de Lei já aprovado pelos deputados e senadores prevê que haja uma maior mistura dos combustíveis até 2030
O Projeto de Lei já aprovado pelos deputados e senadores prevê que haja uma maior mistura dos combustíveis até 2030
No início do ano veio à tona o Projeto de Lei 528/2020, que embasado na ideia de combustível do futuro irá alterar as misturas em todo o Brasil. Após algumas alterações feitas pelos senadores, o texto – já aprovado pela casa e pela Câmara dos Deputados – propõe: que o novo percentual de mistura de etanol à gasolina terá teto de 35%, um aumento de 7% do teto que temos hoje.
Quem também sofrerá com esta nova média, caso aprovada, serão os caminhoneiros. Estes já contam com o biodiesel em 14% de mistura no diesel e com a nova PL esse percentual passará a ser de 20%. A aprovação deste novo projeto, atualmente, depende apenas da sanção do Presidente Lula.
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Esse aumento da gasolina para 35% de etanol e de 20% no biodiesel chega junto de preocupação aos cidadãos, que temem, além do crescimento nos gastos, problemas de funcionamento em seus modelos.
Aqui no AutoPapo já trouxemos como esta mudança deve afetar os automóveis brasileiros e até alguns internacionais, mas a situação das motos também merece atenção, já as pequenas têm um percentual altíssimo de modelos somente a gasolina.
Bom, o primeiro sintoma que o consumidor irá perceber certamente é a crecente dos gastos com abastecimento. Aumentar o percentual de etanol na gasolina influencia diretamente em uma queima mais rápida do combustível, que é uma característica do etanol. Então se há mais dele na mistura o combustível queima mais rápido.
Para evitar esta diferença, o mais justo seria que os preços, tanto da refinaria quanto do posto, readequarem os valores à nova mistura. Mas como opina nosso querido Boris feldman: “duvido que os postos irão baixar o preço”.
Falando de motor, como já abordamos na matéria que referenciava os carros nesta mudança, os de tipo flex terão apenas o “problema” do aumento no consumo, explicado acima, já que eles podem receber etanol ou gasolina, em qualquer proporção. Porém os propulsores feitos apenas para gasolina, tanto nos carros quanto nas motos, vão sofrer mais.
Como afirmou o Professor doutor de tecnologia da mobilidade, mestre em engenharia da energia, engenheiro mecânico, e coordenador do curso de engenharia do Ibmec, Hélder Giostri, estes carros deverão passar por ajustes eletrônicos para poder suportar a nova gasolina.
Os veículos que são puramente a gasolina, os veículos que não são flex, a gente tem que ter uma atenção especial. Eles já estavam homologados e preparados para rodar com uma determinada porcentagem de etanol dentro da gasolina, que é uma realidade do combustível brasileiro. Mas quando se aumenta essa mistura de etanol no combustível é preciso que a gente tenha um ajuste no veículo para este novo tipo de combustível que tem uma octanagem, uma energia diferente da que havia no mercado. Isso é fácil de resolver? Sim, é possível resolver esses veículos à base de gasolina através da eletrônica, por meio da central eletrônica que pode ser atualizada para reconhecer essa nova mistura de combustível”, afirma o especialista.
Aqui é importante pontuar que estes ajustes eletrônicos devem ser feitos pelas fábricas, ou seja, motos já em circulação podem receber o ajuste, mas as fábricas já não têm essa responsabilidade.
Os veículos, se eles não estão calibrados para um determinado combustível, ele polui mais. Isso porque o motor não entende essa mistura de gasolina com etanol que tem uma propriedade diferente, uma octanagem diferente e na hora que ocorre a queima desse combustível ela não é completa. Isso faz com que haja mais poluentes sendo jogados na atmosfera. Essa queima incompleta pode ser acusada pelos ‘tiros’ no cano de descarga, pois eles queimam lá, depois do ponto de queima correto que é o motor”, diz o especialista.
Na ocasião, o professor também falou dos importados e das importadas, que muitas vezes não contam com a mesma estrutura que os feitos aqui no Brasil, podendo ser afetados com o aumento da gasolina para 35% de etanol.
Em relação aos veículos importados, veículos importados a gasolina, aí a gente tem um ponto de atenção, porque veículos importados não costumam ter adição de etanol no combustível. A gente fala que eles rodam com a gasolina mais pura. Estes sim podem vir a sofrer e ter problemas problemas técnicos de motor, de borras, de bico injetor. Então os veículos importados vão ter que se limitar à procura de gasolinas mais puras, que seriam as gasolinas premium”, completa o engenheiro.
Esse discurso em torno do “combustível do futuro” tem sido amplamente promovido como uma solução sustentável para o mercado. De fato, essas novas misturas são consideradas mais ecológicas para o meio ambiente.
No entanto, é importante lembrar que esses combustíveis, como o biodiesel e o etanol, tem o interesse político pela influência da bancada ruralista, que detém uma representatividade expressiva no cenário político brasileiro.
Essa pressão política, entretanto, culmina em todos os problemas citados, que irão atingir principalmente o consumidor final.
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Sou motoboy. Minha moto não é flex. Rodo 1500km por semana. O que esse desgoverno tá fazendo é uma PALHAÇADA, adquiri meu veículo ano 2023, paguei os impostos devidos e agora o veículo vai sofrer por IRRESPONSABILIDADE dos representantes. E minha velha moto carburada? Tbm terei de fazer adaptações. Viver no Brasil é uma bosta, é um constante desanimo ser ROUBADO por todos os lados. E vem aí tbm o horário de verão, forçado na população. Pqp bicho.