BMW R18: Big Boxer Cruiser inspirada no passado
Com o maior motor boxer da história da marca, a cruiser R18 se inspira no passado, mas acrescenta eletrônica e facilidades na pilotagem
Com o maior motor boxer da história da marca, a cruiser R18 se inspira no passado, mas acrescenta eletrônica e facilidades na pilotagem
Apresentada ainda moto conceito, durante o badalado Concorzo D`eleganza Villa Deste, às margens do Lago de Como, na divisa da Itália com a Suíça, em maio de 2019, o modelo R18 em sua versão final e comercial, equipado com o maior motor boxer jamais construído pela alemã BMW, foi apresentado no dia 3 de abril de 2020.
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Entretanto, nestes tempos difíceis, as margens de outro lago, o Woodcliff Lake, no estado de New Jersey, Estados Unidos, foram o palco escolhido, sem muita badalação, para a sua revelação. É que a enorme cruiser, embora, vá ser comercializada em diversos países do mundo, tem na terra do Tio Sam, o seu principal mercado, com fiéis consumidores do segmento, mesmo concorrendo com as centenárias marcas “locais” Harley-Davidson e Indian, por exemplo.
R18 ainda como moto-conceito
No Brasil, a BMW já importou oficialmente o modelo R 1200 C, que foi a moto do James Bond no filme “O amanhã nunca morre”, além do modelo R nineT, com proposta semelhante, porém, com menor motorização. Desta forma, a nova R18 também pode desembarcar aqui, embora não exista confirmação e nem preço, que certamente não vai ser popular.
Entretanto, a BMW seguiu outra linha ao desenvolver a R18, produzida na fábrica de Berlim, Alemanha. O projeto foi inspirado no modelo R5, do qual apenas 2.652 unidades foram fabricadas entre os anos 1936 e 1937. Apesar do pouco tempo de “vida”, o modelo R5 marcou época pela vanguarda técnica apresentada, classificada como uma motocicleta além de sua década.
O modelo R5, com motor boxer de 494 cm3 e 24 cv de potência, alcançava a velocidade máxima de 135 km/h e foi a primeira motocicleta da marca BMW a contar com o câmbio de quatro velocidades no pé, como nas motos atuais, facilitando as trocas de marchas. Até então, a alavanca de câmbio era na mão, que obrigava ao piloto tirar o braço do guidão, ficando mais vulnerável.
A suspensão dianteira também era inovadora, do tipo telescópica com acionamento hidráulico, coberta com capas e pelo quadro do tipo berço duplo, em tubos de aço soldados eletricamente. Porém, a suspensão traseira não existia, e a tarefa de “amortecimento” ficava por conta do banco com molas, estilo selim. Quando a R5 saiu de linha, foi substituída pela R51, já com suspensão traseira.
A nova BMW R18 recria o modelo, adotando, contudo, tecnologia e eletrônica atuais. A série First Edition, ou Primeira Edição, vem com pintura e acabamentos semelhantes à R5 e kit de memória, com emblemas, ferramentas, boné, livro, e outros.
O motor, com a tradicional arquitetura de dois cilindros contrapostos (batizados de boxer, em função dos pistões se movimentarem como se estivessem boxeando), com arrefecimento a ar e óleo, tem nada menos que 1.802 cm3 de cilindrada (daí o R, que caracteriza os modelos com propulsor boxer da marca e o 18 em referencia à cilindrada), tornando-se o maior da história da marca.
A potência atinge 91 cv a 4.750 rpm, enquanto o pico de 16,1 kgfm de torque chega a apenas 3.000 rpm. Entretanto, a míseros 2.000 rpm, 95% do torque, ou 15,9 kgfm, já está disponível, tornando a BMW R18 um verdadeiro dragster em potencial. Para transmitir a força, o eixo cardã fica propositalmente exposto, exatamente como na R5.
Para domar o “big bang”, a eletrônica entra em ação com três modos de pilotagem: Rain, Roll e Rock. Também conta com controle de estabilidade automático (ASC), que pode ser desabilitado, com e controle de arrasto (travamento) em função do grande torque do motor (MSR).
Entre as mordomias de pilotagem, tem o assistente de partida em rampas e a marcha a ré (elétrica) para movimentar os 345 kg em ordem de marcha, além de iluminação adaptativa, que acrescenta foco no interior das curvas, à noite, para melhor visualização da trajetória e chave inteligente de presença.
Por outro lado, a física é uma aliada do enorme motorzão na pilotagem. É que o motor boxer fica em uma posição como se estivesse “deitado”, rebaixando de tal forma o peso e o centro de gravidade que o equilíbrio fica facilitado, especialmente em baixas velocidades.
A suspensão dianteira conta com tubos de 49 mm de diâmetro e 120 mm de curso, cobertos com capas e sem regulagens eletrônicas, como na antepassada R5. A suspensão traseira (camuflada como na R5 “rabo duro”) é do tipo mono, com 90 mm de curso e regulagens na pré-carga. Os freios em rodas raiadas contam com duplo disco na dianteira e disco simples na traseira. Todos têm 300 mm de diâmetro, pinças de quatro pistões e sistema ABS integral.
O painel obedece ao estilo de época, redondo, assim como o farol com LED, mas conta com pequena tela digital e o computador de bordo. Uma enorme gama de equipamentos opcionais inclui bancos do tipo selim da grife Mustang Seat, escapes da especialista Vance & Hines e acessórios do estúdio Roland Sands.
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A moto é linda!!! tradicional motor boxer, enorme, que rouba a cena. E simplicidade, com linhas retas e limpas, sem fru fru. Precisava vir para o Brasil!!!!