[0 km x usado] Nissan Versa SV 0 km x Chevrolet Cobalt LTZ 2017

Os dois sedãs têm bom espaço, mas comportamento e custo/benefício são bastante diferentes; preço médio é de R$ 60 mil

comparativo cobalt versa
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 05/09/2018 às 10h03
Atualizado em 05/09/2018 às 10h28

Os dois surgiram na lógica dos sedãs que oferecem espaço de médio e porta-malas, mas com preço que ainda figura nos compactos. Só que Versa e Cobalt são bem distintos em outros aspectos. Nesse comparativo, o modelo da Nissan em sua versão intermediária se destaca pelo câmbio CVT que preza pelo conforto e o custo de manutenção. Já o exemplar da GM em questão – também em configuração intermediária e com pouco mais de um ano de vida – usa motor que funciona bem em baixos giros e suspensão acertada. Confira qual encaixa mais no seu perfil.

Desempenho e prazer ao dirigir

Versa Cobalt
3 ★★★☆☆ 3 ★★★☆☆

O 1.6 16V da Nissan é mais moderno, com 111 cv e variação nos comandos de válvulas na admissão e no escape. Entrega arrancadas boas ao Versa e desempenho linear cadenciado pelo câmbio CVT. A caixa continuamente variável e sem simulações de marcha preza principalmente pelo conforto, sem trancos ou subidas de giro abruptas.

Nas retomadas, a transmissão tem aquele comportamento de enceradeira: segura as rotações até evoluir no seu tempo. O problema é que nessa situação o motor berra demais. Na estrada, o modelo ganha embalo com facilidade depois dos 80 km/h, mas a direção com assistência elétrica fica leve demais.

Chevrolet Cobalt LTZ
Foto Chevrolet | Divulgação

O conjunto do Cobalt traz o veteraníssimo 1.8 8V da Família I da GM. Apesar da litragem, são 111/106 cv que proporcionam saídas de semáforo apenas suficientes para o três-volumes de 1.129 kg. O bom no Chevrolet é que o rodar é surpreendentemente suave, auxiliado pela bem escalonada transmissão automática de seis marchas, que faz mudanças de forma ágil e em baixos giros.

O motor também é esperto nas retomadas e subidas, graças ao torque de 17,7/16,8 kgfm disponível bem cedo, a 2.600 rpm. Nas rodovias, é preciso pé fundo para chegar a velocidades mais altas. A direção elétrica se mostra bem obediente e firme.

Segurança

Versa Cobalt
1 ★☆☆☆☆ 2 ★★☆☆☆

O Versa SV tem muito pouco a oferecer além dos obrigatórios airbag duplo e freios com ABS. De fato, só mesmo o Isofix para fixação de cadeiras infantis. No comportamento dinâmico em curvas, a carroceria torce pouco e em velocidades civilizadas o carro não faz menção de sair de frente. Na estrada a 100 km/h permitidos, a comunicação entre direção e rodas fica vacilante. Em dezembro de 2016 o três-volumes foi submetido a testes do Latin NCAP e levou três estrelas (no máximo de cinco) na proteção a adultos e duas, na proteção a crianças.

Nissan Versa S
Foto Nissan | Divulgação

O Cobalt tem alguma vantagem sobre o Nissan, mas decepciona igualmente. Tem a mais sensor de ré, monitoramento dos pneus e chamada automática de emergência em caso de acidente, mas a linha 2017 deve Isofix – só passou a ser oferecido a partir do modelo 2018. Nas curvas, a carroceria se comporta bem, mas o modelo dá umas escapadas se você pisar um pouco mais. Melhor comportamento percebe-se na rodovia, sem sinais de flutuação e com direção precisa. O modelo da GM não foi submetido ao Latin NCAP.

Espaço interno e conforto

Versa Cobalt
3 ★★★☆☆ 3 ★★★☆☆

O Versa trata melhor os passageiros de trás. Lá, dois adultos e uma criança desfrutam de espaço para pernas e joelhos. O teto elevado reforça o conforto para quem vai no banco traseiro. Na frente, o desafio do motorista é encontrar uma boa posição de dirigir. O volante tem pegada ruim, o encosto do banco é estreito, mas a ergonomia é funcional na maior parte do tempo.

O isolamento acústico é falho para ruídos do motor e de rodagens. A suspensão, por sua vez, absorve bem os buracos. O acabamento da cabine faz parecer que o Versa parou no tempo no desenho e há excesso de plástico, mas os fechamentos são precisos na maior parte do tempo, há tecido nas portas e detalhes cromados.

Chevrolet Cobalt LTZ
Foto Chevrolet | Divulgação

O sedã da GM também recebe dois adultos e uma criança, com um pouco mais de sacrifício para os joelhos dos ocupantes. A suspensão tem acerto macio para filtrar com eficiência as irregularidades e o isolamento acústico de mostra satisfatório em diferentes regimes de rotação do motor e de velocidade do carro. Na frente, os bancos cansam mais pelo assento curto do que pelo encosto envolvente. Boa parte dos comandos está à mão e o acabamento segue a cartilha da categoria, com muito plástico, mas com espaços pouco uniformes entre algumas peças.

Equipamentos

Versa Cobalt
2 ★★☆☆☆ 3 ★★★☆☆

Ar-condicionado, direção elétrica, trio, volante e banco do motorista com regulagens de altura, computador de bordo, alarme, aviso de faróis acesos e de chave na ignição, rodas de liga-leve aro 15”, encosto traseiro rebatível e abertura interna das tampas do porta-malas e do tanque de combustível são os itens de série do Versa em sua configuração intermediária. O sistema de som tem CD player, entradas USB e auxiliar, Bluetooth e comandos no volante. Central multimídia só a partir da SL manual, que custa R$ 65.490.

Nissan Versa S
Foto Nissan | Divulgação

O Cobalt LTZ também fica no meio-termo da linha, mas oferece alguns equipamentos interessantes a mais que o concorrente da Nissan, como controle de cruzeiro e faróis de neblina. O destaque fica mesmo com a eficiente MyLink, com espelhamento de smartphones, USB, informação de trânsito em tempo real e serviço de concierge On Star que informa até sobre resultados da quarta divisão do Campeonato Inglês de rúgbi.

Desvalorização

Versa Cobalt
3 ★★★☆☆ 4 ★★★★☆

Pela Fipe, o Versa 0 km tem perda normal de 8% após um ano. Dentro da gama da Nissan é o que tem melhor liquidez, ainda mais o automático, já que oito em cada 10 vendidos são CVT. O atual modelo deve durar mais dois anos em linha, pois seu substituto não chega antes de 2020. Já o Cobalt, como todo GM, é fácil de vender e tem desvalorização muito baixa: -3% em relação ao ano/modelo 2018. Até porque a linha 2017 já é pós-reestilização, com aprimoramentos no motor – que teve potência aumentada – e adoção de assistência elétrica na direção.

Chevrolet Cobalt LTZ
Foto Chevrolet | Divulgação

Manutenção e pós-venda

Versa Cobalt
4 ★★★★☆ 2 ★★☆☆☆

O carro da marca japonesa é imbatível nos planos de revisão com preço fixo. Até os 60.000 km, as seis visitas totalizam R$ 2.634, a mais baixa entre compactos com motor acima de 1.0. Também se mostra competitivo em peças como farol (R$ 634), retrovisor externo (R$ 359), lanterna traseira (R$ 483), jogo com dois amortecedores traseiros (R$ 666) e kit com quatro pastilhas de freio dianteiras (R$ 185).

Nissan Versa S
Foto Nissan | Divulgação

A Chevrolet vai cobrar razoáveis R$ 3.320 por seis visitas com valor definido (dos 20.000 aos 70.000 km) e a linha 2017 ainda está dentro da garantia de três anos. As peças é que sacrificam o bolso: o farol custa R$ 2.100, o retrovisor, R$ 863, a lanterna, R$ 757, o jogo de amortecedores de trás, R$ 1.065, e o kit de pastilhas, R$ 767.

Consumo

Versa Cobalt
3 ★★★☆☆ 3 ★★★☆☆

Aqui, os dois ficam na média e não entusiasmam. Com etanol no tanque, o Versa faz médias de 7,8 km/l na cidade e de 10,0 km/l, na estrada, bem parecido com o Cobalt, que anotou respectivas 7,7 km/l e 10,0 km/l no Inmetro. Com gasolina, o Nissan se sai melhor no ciclo urbano (11,6 km/l contra 11,1 km/l), enquanto o Chevrolet bebe menos no rodoviário (14,4 km/l ante 14,1 km/l).

Porta-malas

Versa Cobalt
3 ★★★☆☆ 5 ★★★★★
Nissan Versa S
Foto Nissan | Divulgação

O Versa ficou para trás nesse quesito após o surgimento de rivais mais modernos. Mesmo assim, tem um porta-malas de respeito, com 460 litros e espaço para uma mala grande e uma média. O do Cobalt, contudo, é um exagero de 563 litros e que leva duas bagagens grandes e ainda permite outros volumes.

Veredicto: Cobalt vence o Versa

Versa Cobalt
22 25

O sedã da GM leva a melhor principalmente no que diz respeito à espaço no porta-malas, desvalorização e nível de equipamentos. Em tempos atuais, uma central multimídia faz diferença e é fator determinante de compra. O Versa constitui uma compra mais racional, para quem quer gastar pouco com o pós-venda e usufruir de um veículo para a família.

Chevrolet Cobalt LTZ
Foto Chevrolet | Divulgação
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1 Comentário
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Renato Ferdasi 23 de junho de 2023

Em relação ao espaço traseiro, a maioria das mídias especializadas, no caso do Versa, observam apenas o espaço para as pernas. O Cobalt é o que oferece mais espaço no banco traseiro em relação ao Versa. Basta pegar uma fita métrica e conferir… Fiz isso em uma concessionária! O Versa realmente é surreal nas pernas, mas não oferece um espaço decente na largura (ombros) e da cabeça ao teto. O Cobalt possui 1,73m de largura, ante 1,69m do Nissan, o que se traduz nisso! Até o Logan é melhor que o Versa nesses dois quesitos!
Então se pensarmos em “3D”, o Versa ganha na distância que seria o comprimento, mas perde na altura e largura. Ponto para o Cobalt.
Apesar de ser subjetivo, o Cobalt pós reestilizado é bem mais bonito que o Versa… Só para constar!

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