[Vídeo] Antigo com lataria grossa: mais inseguro que os carros atuais

Há quem pense que um carrão antigo proteja melhor os ocupantes em um acidente que um aparentemente frágil hatch atual, mas ocorre justo o contrário

buick roadmaster touring sedan 1
Por Boris Feldman
Publicado em 10/07/2018 às 07h50
Atualizado em 10/07/2018 às 12h34

Imagine um hipotético acidente na estrada: o Buickão 1948 do vovô batendo de frente no Fiat Uno do neto. Em qual deles os passageiros estariam mais protegidos?

Há quem ainda aposte no Buick. Aqueles que, ao vê-lo no museu, batem no para-lamas e soltam um “Isso sim era automóvel! Olha a espessura da chapa: nada a ver com essas latas de sardinha nos carros modernos!” Mas perdem a aposta, pois nem imaginam que um Fiat Uno ou VW Gol, mesmo pesando a metade do Buickão, seja muitas vezes mais seguro. Quantas vezes um compacto se envolve num grave acidente mas os ocupantes saem ilesos?

Buickão com lataria grossa: mais inseguro que qualquer carro atual

No Buickão, coitado do motorista. Não escapava vivo nem de uma pancadinha frontal, pois o volante era empurrado com vontade contra seu peito. Hoje, evita-se o acidente com dispositivos de segurança ativa: freios ABS, controle de estabilidade, sensores de distância e vários outros.

Mas, se mesmo assim ele acontece, entram em ação os equipamentos de segurança passiva: cintos, airbags, barras laterais, coluna de direção articulada, apoios de cabeça, carrocerias com deformação programada (frágeis na frente e atrás, sólidas no centro) e várias outras tecnologias que protegem os passageiros. Aliás, até os pedestres são lembrados e já tem automóvel com airbag externo para protegê-los no caso de um acidente.

Crash tests já comprovaram a maior eficiência dos carros atuais em relação aos mais antigos.

Este mostra um Chevrolet Bel Air 1959 colidindo contra um Impala cinco décadas mais novo:

Ou este que coloca duas diferentes gerações do Corolla, uma de 1998 e a outra de 2017, em uma prova de choque frontal:

O antigo é que era ‘bão’?

E como será o carro dos nossos netos? Ainda mais seguro, leve, eficiente e utilizando outras fontes de energia. A redução de peso não significa encolher o automóvel: um luxuoso Mercedes ou Cadillac, do mesmo tamanho que o Buickão, pesa a metade pois a maioria de seus componentes de aço foi substituída por alumínio e plástico. Um Fórmula 1 bate a 200 km/h e o piloto sai ileso pois sua carroceria é de fibra de carbono, que não pesa quase nada, mas resiste dez vezes mais a impactos que a chapa de aço.

Os automóveis ainda vão queimar combustíveis fósseis por dezenas de anos, mas a guinada para os elétricos é inevitável. E contam com duas possibilidades de serem energizados. Primeira opção: a energia elétrica vir de baterias que não param de evoluir e proporcionam autonomia cada vez maior. Segunda: células a combustível (fuel cell) que geram eletricidade no próprio automóvel, a partir de uma reação química do hidrogênio, disponível no posto.

Decretado então o fim do motor a combustão interna? Sim, mas ainda vai evoluir muito antes de se tornar peça de museu. Ele já é muito mais eficiente que o do Buickão 48, principalmente em função da eletrônica. Mas ainda joga fora a maior parte da energia contida num litro de combustível. Desperdícios em atrito interno, geração de calor e outras perdas.

Além disso, da potência que entrega, metade se perde para movimentar a transmissão, atrito dos pneus, resistência do ar e o próprio peso do veículo. Acredite se quiser: se o motorista vai sozinho no carro, seus 75 kg (em média) representam apenas cerca de 5% do peso total. Feitas as contas, só 2% da energia contida num litro de gasolina é utilizada para transportá-lo.

Finalmente, o próprio motorista não ajuda, pois não respeita regras básicas de segurança nem dirige buscando eficiência energética. A rigor, se comporta ao volante como o seu avô no Buickão 48. Problema também contornado pela eletrônica,
pois o carro do nosso neto será dirigido por computadores…

Foto Buick | Divulgação

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2 Comentários
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Nilton 25 de julho de 2018

O novo uno pode até ter um segurançasinha em relação a outros antigos,mas aquele uno mille já matou muita gente e continua matando com estrutura frágil e projeto ruim para segurança

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Marco Antonio D'Souza 18 de abril de 2020

Mil vezes o “buickão” pesado do vovô a essas porcarias de plástico que enfeiam as ruas nos dias de hoje.

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