Carro 0 km: melhor comprar ou assinar?

Preço da assinatura de um carro assusta inicialmente, até motorista perceber que não se preocupa nem com pneu furado

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Algumas variáveis devem ser levadas em conta antes da escolha entre as modalidades (Foto: Shutterstock)
Por Boris Feldman
Publicado em 30/11/2024 às 09h00

Não bastasse a dúvida na cabeça ao decidir qual será o próximo carro, surgiu agora uma outra ainda mais complicada: posse ou uso? Comprar ou alugar?

Fábricas, locadoras e concessionárias estão todas empenhadas em emplacar uma nova maneira de entregar o carro zero km para o cliente, um aluguel por longo período. Chamado, mais sofisticadamente, de “assinatura”. Você não compra e nem aluga, você adere ao sistema de “assinatura”.

Que, a rigor, é um aluguel por um período pré-fixado, geralmente de 12 a 48 meses. O valor do aluguel varia: quanto maior o período e menor a franquia de quilometragem mensal, menor o custo mensal. Cerca de R$ 1.700 para uma franquia de 500 km de um modelo barato, na faixa de R$ 80 mil, chegando a R$ 3.000 para um médio de R$ 150 mil por 48 meses com franquia de 1.000 km mensais. Para um carro importado de luxo que custa no entorno de R$ 300 mil, o custo sobe para R$ 6.000 mensais.

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O interessado faz as contas: vou pagar quase R$ 150 mil (R$ 3.000 por mês durante 48 meses) e devolver o carro? Não seria melhor contratar um financiamento e ser seu proprietário ao final do contrato?

A resposta é: não!

Vantagens do carro por assinatura

Quase todos se esquecem de colocar na ponta do lápis todos os prós e contras do sistema de assinatura. E as despesas necessárias para ter sua posse. Item por item num carro de cerca de R$ 150 mil.

Se o dono deixa de compra-lo, o valor poderia ser aplicado e renderia próximo a 0,8% mensalmente. Ou seja, R$ 1.200 a deduzir dos R$ 3.000 de aluguel;

  1. Ao final do contrato, o carro teria se desvalorizado, na melhor das hipóteses, de 20% a 30% ao ser vendido como usado. Ou seja, evita um prejuízo mínimo de R$ 30 mil;
  2. Não se paga nenhum tipo de manutenção, revisões, emplacamento ou seguro. Minimo de R$ 1.000 mensais. E com assistência técnica 24 horas.
  3. Ao final do contrato, troca-se o carro por outro zero km sem nenhuma despesa.
  4. E, se for em nome de pessoa jurídica, o aluguel entra na contabilidade como despesa.
Alugar um carro pode ser uma boa alternativa se você não quer arcar com os custos fixos de se ter um veículo.

Então, o cliente roda sempre com um carro novo sem pagar por isso. Cabe a ele exclusivamente o combustível, estacionamento e pedágios. Nem pneu furado entra na conta…

Claro que devem ser feitas as contas para o caso específico de cada um. Em geral, os planos mais interessantes são para períodos de no mínimo 36 meses. E quanto menor a franquia de quilometragem, mais barato.

Comodidade

A assinatura, comparada com outros planos de financiamento, leva vantagem na maioria dos itens analisados e com o adicional da comodidade: nenhuma preocupação nem tempo perdido com a burocracia no emplacamento, seguro, revisões e manutenção.

Diversas fábricas estabeleceram seu próprio esquema de venda por assinatura, Fiat, Ford, Jeep, Mitsubishi, Toyota, VW e até a Audi, entre elas. E também dezenas de concessionárias e grandes locadoras como Localiza e Movida.

Não é posse, é uso. O carro não pode ser vendido nem trocado durante o contrato. Se o cliente desistir por qualquer motivo antes de seu final, terá que arcar com uma multa contratual.

Prós e contras na balança, as assinaturas estão caindo no gosto do brasileiro. E aumentando o volume de interessados neste sistema e, por isso, de empresas que o oferecem.

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9 Comentários
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José Lucas Teixeira 2 de dezembro de 2024

Pra quem já tem o dinheiro investido e sabe investir bem o dinheiro vale a pena. Uma pena que a educação financeira no Brasil é nula e gera comentários como alguns aqui. Mas é vantajoso para um minoria no Brasil que tem capacidade de juntar R$150.000. È a mesma conta do aluguel, vale a pena pra quem tem o dinheiro aplicado que é 5% da população? ou menos?. Mas a verdade é, ninguém nunca ficou rico comprando carro ou casa mas sim vendendo.

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IVAN VASCONCELLOS 1 de dezembro de 2024

Se a pessoa estiver disposta a pagar pra não ter apurrinhação, ótimo! Mas concordo totalmente com a análise do Fernando, o cara paga em aluguel o equivalente ao carro, mas após 1 ano ele continua pagando o mesmo por um seminovo e ao final não tem a posse. Não acho vantajoso, alias se fosse já não se venderia mais carros, só haveria aluguel….

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Fernando B 30 de novembro de 2024

Gente, que conta sem pé nem cabeça. Pagar 48 parcelas 3000 totaliza 144 mil. Vc pagou pelo carro e não tem o carro. É igual quem passa a vida pagando fortunas de aluguel de casa ao invés de financiar uma moradia pra si.

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Waslon 1 de dezembro de 2024

Não considero a comparação válida. Um aluguel de R$ 3 mil corresponde a um imóvel de uns R$ 750 mil.

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Santiago 1 de dezembro de 2024

Deve- se levar em conta que a mensalidade já inclui o seguro, as taxas e impostos, além da manutenção e eventuais reparos do veículo.
Daí valer a pena especialnente para quem usa muito o automóvel no dia-a-dia.

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Antonio Pereira 6 de dezembro de 2024

Exatamente.
Basta saber fazer as 4 operações matemáticas ( maís, menos, vezes e dividir) que até um criança de 12 anos chega a mesma conclusão.
Pagou e não tem nada, mas mesmo assim o sujeito se acha um gênio e quem não concorda é analfabeto.

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Santiago 30 de novembro de 2024

Vai muito da rotina de quem se propõe a “assinar”. Se o cliente utilizar o veículo com muita frequência, principalmente a trabalho, e dependendo da quilometragem mensal, pode ser vantajoso.
Não é o meu caso. Faço parte daquela multidão pra quem é mais vantajoso comprar e manter.

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Tobias 30 de novembro de 2024

Melhor comprar um usado.

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Antonio Pereira 6 de dezembro de 2024

Exatamente

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