Carro pegou fogo, e agora?
Entenda como identificar um possível incêndio, agir de forma prudente e o momento certo para acionar o Corpo de Bombeiros
Entenda como identificar um possível incêndio, agir de forma prudente e o momento certo para acionar o Corpo de Bombeiros
Na última quarta-feira (03), a cantora Wanessa Camargo passou por um susto quando estava indo para uma gravação. Acontece que o seu carro pegou fogo durante o percurso, mas o incêndio foi rapidamente contido e ninguém se feriu. Essa situação, mesmo sem nenhum dano grave, é alarmante, perigosa e mais comum do que parece.
Segundo dados da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), houve uma alta de 17% no índice de carros que pegaram fogo nas rodovias paulistas em 2023 em comparação ao ano anterior. No ano passado foram registrados 513 casos, enquanto em 2022, cerca de 439.
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Dentre as principais causas para os incêndios veiculares, estão: problemas como falhas mecânicas, vazamentos de combustível, panes no sistema elétrico e, em alguns casos, ações criminosas. Dessa forma, é importante saber como identificar um possível incêndio, o que fazer caso seu carro esteja pegando fogo e como se prevenir para que isso não aconteça.
Existem alguns fatores que causam um incêndio veicular, como:
De acordo com o Tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, um dos principais é o aumento da temperatura. Com o funcionamento do motor, há um aquecimento natural das partes que compõem toda a motorização do carro e o líquido de arrefecimento entra em cena para percorrê-las e resfriá-las.
Assim, sem um arrefecimento adequado, ou seja, sem o resfriamento dos sistemas mecânicos do automóvel, a temperatura interna pode aumentar e causar incêndios. Além disso, outro defeito comum e que pode fazer seu carro pegar fogo é uma pane no sistema elétrico. Fios desencapados, estado dos chicotes e da caixa de fusíveis podem facilmente dar curto-circuito e virar focos de incêndio.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros ainda destaca:
Os veículos trabalham com diversas partes combustíveis, como por exemplo os pneus, diversos compostos de borracha e até os próprios estofados que trabalham com espuma. Tudo isso é muito inflamável e em um incêndio gera propagação das chamas com facilidade e rapidez.”
Na direção, o motorista tem que ficar sempre atento ao painel do carro ou aos indicadores de temperatura, pois jamais deve-se conduzir o veículo com alguma alteração desse tipo. Nos veículos antigos, por exemplo, o ponteiro da temperatura não pode sair do meio da marcação, que é justamente o local de trabalho ideal, a faixa de temperatura ideal.
Quando esse ponteiro vai para o vermelho ou acende um alerta nos painéis mais modernos é sinal de problema grave e possível incêndio. Além disso, indícios de fumaça ou cheiro de queimado podem indicar que algo está pegando fogo.
O ponto mais crítico desse procedimento é a saída do veículo. Ela deve ser feita com agilidade e com o devido apoio às crianças que podem estar em cadeirinhas ou aos idosos com dificuldade de locomoção. Isso deve ser feito o mais rápido possível porque o incêndio pode derreter e causar curto em sistemas elétricos de trava do carro, dificultando a saída.
A Resolução 919/2022 estabelece que o extintor de incêndio é um equipamento facultativo em automóveis de passeio e veículos utilitários. Mas, ele continua obrigatório para caminhões, veículos de transporte de produtos inflamáveis e todo veículo utilizado no transporte coletivo de passageiros. Devido à decisão, a grande maioria dos carros de passeio hoje são comercializados sem o equipamento, que pode ser comprado e instalado pelo proprietário.
A grande questão desse item de segurança é que ele só deve ser utilizado no combate às chamas por quem saiba utilizá-lo, tiver algum treinamento ou no princípio do incêndio. Nesses casos, para utilizá-lo, é preciso retirar o pino do extintor, apontá-lo para a base da chama do fogo e pressionar o gatilho, descarregando para extinguir o princípio do incêndio.
Outro ponto importante é que a mesma resolução do Contran que tornou o extintor veicular facultativo, prevê que se ele estiver instalado no carro, deve ser obrigatoriamente carregado com carga de pó químico do tipo ABC. Essa especificação é mais apropriada para combater incêndios em materiais sólidos e líquidos, bem como equipamentos energizados.
Além disso, o item deve estar dentro da validade, que é de cinco anos, com indicador de pressão em ordem, integridade do lacre preservada e presença de marca de conformidade do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Também não deve haver pontos de ferrugem, amassados ou outros danos e o extintor deve estar devidamente fixado no local de instalação.
Caso o condutor seja pego com o extintor de incêndio fora dessas especificações, ele está cometendo uma infração grave. Dessa forma, de acordo com o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), isso pode lhe render 5 pontos somados à CNH e multa de R$ 195,23.
Segundo o Tenente Henrique Barcellos, para evitar que seu carro pegue fogo, é preciso estar com as manutenções em dia. A revisão periódica na parte elétrica, principalmente nos fusíveis e bateria do veículo impede o início de um incêndio por curto-circuito, por exemplo.
Além disso, é preciso ficar sempre atento aos indicadores de temperatura, já que o aquecimento dos sistemas mecânicos pode gerar um incêndio. Se o carro apresentar algum problema nesse sentido, o recomendado é que o motorista não circule com o veículo e procure imediatamente uma oficina para revisar o sistema de arrefecimento.
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