Carros com nomes de lugares brasileiros: 13 modelos que celebram o país
Patriotismo ou estratégia de marketing? Seja qual for o motivo, o caso é que esses veículos homenageiam a geografia do Brasil
Patriotismo ou estratégia de marketing? Seja qual for o motivo, o caso é que esses veículos homenageiam a geografia do Brasil
Você está entediado em casa devido ao isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus? Pois nós enumeramos 16 veículos capazes de lembrá-lo de lugares em diferentes regiões do país. É o listão de carros com nomes que homenageiam localidades brasileiras. De quebra, ainda citamos alguns modelos que parecem fazer essa referência, mas foram batizados com base em outros parâmetros. Confira!
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O Kia Rio é o únicos dos carros da lista batizado de maneira universal: os nomes dos demais só foram adotados no Brasil. Ironicamente, o modelo demorou mais de duas décadas para chegar ao país. Aqui, o lançamento ocorreu em janeiro deste ano, enquanto mundialmente ele data de 1999. De lá pra cá, já se passaram quatro gerações.
Boris Feldman já dirigiu o Kia Rio. Assista ao vídeo e descubra o que ele achou!
O nome, claro, é uma homenagem à capital fluminense e ex-capital federal. O Rio de Janeiro é famoso em todo o planeta devido à bela geografia, que inclui praias, montanhas e lagos.
Produzido entre 1973 e 1982, o Volkswagen Brasilia era uma espécie de Fusca modernizado. Afinal, unia o conhecido motor traseiro 1.600 a ar com uma carroceria mais espaçosa. Durante os quase 10 anos em que esteve no mercado, sempre situou-se entre os automóveis mais vendidos do país.
Curioso notar que, apesar de ter sido batizado para homenagear a capital federal, projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e inaugurada durante o governo de Juscelino Kubtscheck, em 1960, o carro da Volkswagen não tem acento no nome. No caso da cidade, escreve-se ‘Brasília’.
Outro dos carros da Volkswagen batizados com nomes de cidades brasileiras é a Parati. Projetada com base no Gol, a perua teve uma longa trajetória, que vai de 1982 até 2012. Embora o fabricante e também alguns consumidores considerem a existência de quatro gerações, a rigor existiram apenas duas: as demais foram reestilizações, e não novos projetos.
Neste caso, a alcunha faz referência a um município no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, famoso pelas praias e pelo patrimônio histórico. Curiosamente, consta que a Volkswagen cogitou utilizar o nome de outra cidade na mesma região e batizar a perua de Angra. No entanto, desistiu para evitar associações com as polêmicas usinas nucleares lá construídas.
A Chevrolet também já se inspirou no território nacional para dar nomes aos seus carros. Um dos exemplos mais famosos é a Marajó, perua da linha Chevette. Fabricada entre 1980 e 1989, conquistou uma parcela do público graças, principalmente, à tração traseira, embora suas vendas tenham sido tímidas.
Originalmente, Marajó é o nome de uma ilha fluviomarítima situada na foz do Rio Amazonas, no Estado do Pará. O local é conhecido pelas criações de búfalos, pela natureza tropical (em parte conservada por unidades de proteção ambiental) e pelo Carimbó, estilo musical típico da região.
Duas coincidências: a escolha de localidades do litoral carioca para dar nome a carros e a quantidade peruas a recebê-los. Agora, trata-se da station wagon derivada do Chevrolet Kadett, lançada para substituir justamente a Marajó. O batismo, claro, reverencia a praia mais famosa do Rio de Janeiro e, provavelmente, de todo o Brasil.
Quer saber de outra coincidência, dessa vez envolvendo a Marajó? Assim como ela, a Ipanema também não fez grande sucesso, apesar de ter bons atributos técnicos. Lançada em 1989, poucos meses após o Kadett, saiu de linha em 1997, cerca de um ano antes do hatch.
Durante o breve período em que operou no Brasil, a empresa francesa Simca conseguiu homenagear o país. Fez isso com o sedã Alvorada, nome do palácio que funciona como residência oficial do presidente da república.
A linha Simca era composta, na essência, por apenas um modelo: um grande sedã que, tanto na França quanto no Brasil foi chamado de Chambord. Porém, em vez de desenvolver versões, o fabricante rebatizava o modelo para posicioná-lo em outras faixas de preço. Assim existiram os esportivos Tufão e Rallye e o luxuoso Présidence. Por sua vez, o Alvorada era o modelo básico da gama e só foi produzido em 1963.
Sugestivo: depois do Alvorada, veio o Esplanada. Enquanto Alvorada é um Palácio, a Esplanada dos Ministérios é um dos pontos mais importantes do Eixo Monumental, em Brasília, onde estão reunidas as pastas do governo federal.
No segundo semestre de 1966, a Chrysler adquiriu as operações da Simca no Brasil. Em novembro daquele ano, já lançou o Esplanada, que na verdade era só um novo nome para o já conhecido sedã da marca francesa. Ele trazia uma reestilização e alguns aperfeiçoamentos técnicos. Durou de 1966 a 1969, quando a empresa lançou um produto próprio: o Dart.
Embora compartilhasse exatamente a mesma carroceria com o sedã Aero, o Itamaraty era vendido pela Willys Overland como um produto a parte. Para diferenciá-lo e posicioná-lo em uma faixa superior de mercado, o fabricante dava a ele acabamento mais luxuoso, motor mais potente (3.0 de seis cilindros, ante 2.6 com igual arquitetura) e lanternas traseiras exclusivas, entre outros detalhes.
O nome, Itamaraty, é uma homenagem à sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, localizada em Brasília. O prédio, cujo projeto é do arquiteto Oscar Niemeyer, é considerado uma das obras primas da arquitetura moderna brasileira.
Nos anos 60, a Willys Overland, então uma das maiores fabricantes de carros do país, recorreu mais de uma vez a localidades famosas para dar nome a eles. Além do Itamaraty, houve ainda o Interlagos, nome de um bairro de um autódromo na cidade de São Paulo. Tudo a ver, afinal, tratava-se de um veículo esportivo.
Embora a Willys fosse uma empresa estadunidense, apenas parte de seus produtos tinha origem na matriz. Os compactos Gornini e Dauphine eram projetos da Renault, fabricados sob licença. Esse era o caso também do Interlagos, que na França é conhecido como Alpine A110.
Lembra-se da Pantanal? Trata-se de uma picape com a mesma mecânica do jipe T4. Assim como ele, a caminhonete tinha motor a diesel e tração 4×4. Mas sua história é breve e muito conturbada: devido a um problema no chassi, que podia simplesmente trincar e quebrar, o fabricante decidiu recomprar as cerca de 100 unidades vendidas. Isso aconteceu em 2007, quando a Troller já havia sido encampada pela Ford. No ano anterior, porém, a marca, ainda na posição de autônoma, já havia encerrado a produção do modelo.
Aliás, todas as pouquíssimas unidades fabricadas datam de 2006, único ano de produção. Consta que alguns proprietários quiseram manter seus veículos e concordaram em assinar um termo de responsabilidade. Convenhamos: o complexo do Pantanal, que se estende pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, bem que merecia uma homenagem melhor…
Provavelmente não havia denominação mais apropriada para a linha de elétricos da Gurgel que Itaipu. Os nomes desses carros fazem deferência, claro, à usina binacional, inaugurada em 1982 para gerar energia para o Brasil e o Paraguai.
O Gurgel Itaipu foi apresentado em 1974, quando a usina ainda estava em fase de projeto. Era um minicarro de propulsão totalmente elétrica, o primeiro desse tipo desenvolvido na América do Sul. Ele não foi apenas um protótipo, mas acabou abrindo caminho para o E-400, um utilitário elétrico, que foi fabricado em série, embora em pequena quantidade, entre 1981 e 1982. Majoritariamente, foi utilizado por frotas governamentais.
Temas indígenas eram recorrentes fontes de inspiração para a Gurgel na hora de dar nomes a seus carros. O primeiro foi o Xavante, lançado nos anos 1970. Em 1985, chegou o Carajás, um jipe de grandes dimensões e motor dianteiro.
Apesar do histórico da Gurgel com tribos indígenas, o jipão remete também a Eldorado doa Carajás, um município no Estado do Pará. Até porque, em meados dos anos 80, aquela localidade recebia atenção de todo o país devido à exploração de ouro na Serra Pelada.
Outro Gurgel que uniu o útil ao agradável foi o X-12 Tocantins. Ao mesmo tempo, honrava a tradição de nomes indígenas do fabricante e reverenciava o mais jovem Estado brasileiro, criado em 1988, exatamente um ano antes do lançamento do veículo.
O Tocantins era uma evolução do X-12, um jipinho com motor traseiro refrigerado a ar de origem Volkswagen. A trajetória do modelo começou em 1976 e foi até 1995, quando a Gurgel encerrou suas atividades.
Bônus para quem sentiu falta de algum veículo na lista: enumeramos também alguns carros cujos nomes parecem ter sido inspirados em lugares do Brasil, mas, na verdade, têm outros significados. Veja só:
Há quem pense que o nome da antiga picape compacta da Ford provenha da região dos Pampas, no Rio Grande do Sul. Mas não é o caso: a referência da empresa era o cavalo pampa, uma raça brasileira caracterizada pela pelagem malhada. Fazia sentido, afinal, a caminhonete era baseada no Corcel, modelo cuja alcunha também remete aos equinos.
A Pampa teve uma longa trajetória: começou a ser produzida em 1982 e só saiu de linha em 1997. Até hoje, é a picape compacta de maior aceitação da Ford no mercado brasileiro. Sua sucessora, a Courier, não fez tanto sucesso.
A falta de uma única letra pode fazer enorme diferença. A Chevrolet Amazona que o diga: seu nome é sinônimo de “mulher que monta a cavalo”, segundo o dicionário Michaelis. Não a confunda, portanto, com Estado do Amazonas (com ‘s’), na Região Norte do país.
O início das atividades da Chevrolet no Brasil foi marcada pela fabricação de veículos multiuso. A linha era composta pela picape 3.100 e o furgão Corisco, além do utilitário Amazona, cuja produção foi de 1959 a 1964.
A dupla de carros esportivos da Volkswagen tem nomes polêmicos. É que existe uma versão de que o batismo deles seria uma homenagem ao Estado de São Paulo, onde está localizada uma das fábricas da empresa. Ocorre que a explicação oficial da marca alemã na época do lançamento foi outra: as letras SP seriam as iniciais de Sport Prototype.
Ambos os modelos compartilhavam a mesma carroceria, mas tinham diferenças no motor e no interior. O SP1 era equipado com uma unidade 1.6 refrigerada a ar e tinha o habitáculo um pouco mais simples. Já o SP2 dispunha de propulsor 1.7 e era mais sofisticado.
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E o Ford Del Rey?
Não podia faltar pois o próprio representante da Ford foi presentear o município de São João del-Rei. Tem até foto de 1981 na entrega do carro para o Prefeito Octávio Neves. Estamos a procura dele, pois foi vendido. Quem souber do paradeiro dele *
Faltou o Escort Guarujá.
Ei! Cadê o Chevrolet Bel air?!
Não Sabia que o Chevrolet Marajó,Ipanema e Amazona Existiam! Kkkkk
Alexandre Carneiro, parabéns pelo artigo maravilhoso e muito esclarecedor, nunca pensei em encontrar um artigo sobre carros que tratasse da toponímia (nomes de lugares) nacional com tanta leveza, sem termos muito técnicos, objetivo. Vou citar você em u artigo que pretendo escrever sobre essa relação dos nomes, dos significados dos nomes de carros com o nosso País, nossa cultura, nossa Toponímia.
Faltou o FIAT Panorama
e o del Rey?
Cadê o Escort Guarujá?
Ia comentar isso mesmo.
Poderá constar ainda o bravo Bandeirante, da Toyota. Trata-se de município catarinense e também denomina o homem que desbravou o Brasil. Aliás, este foi o homenageado pelo inesquecível jipe!
Olá, Ornilo.
No caso do jipe da Toyota, a referência não é o município, e sim os exploradores do território nacional. Tem muita lógica, pois, assim como eles, o veículo 4×4 deveria desbravar locais pouco conhecidos e de difícil acesso. Só valeria a pena citá-lo entre os últimos modelos do listão, que parecem homenagear alguns locais, mas, na verdade, foram batizados seguindo outros critérios.
Abraço e obrigado por comentar.
Alvorada, Itamarati, esplanada também não municípios e aí qual explicação?
Faltou o Belcar Rio 1967 Vemag.
Caro Geraldo,
É uma boa lembrança, mas Rio é o nome da série especial, enquanto o nosso listão é sobre nomes de carros, que, nesse caso, segue sendo Belcar.
Abraço e obrigado por comentar.
Artur vc tá certo
Esplanada, alvorada, Itamarati também não são cidades