Carros que duraram pouco no Brasil: relembre 10 modelos
Por diferentes motivos, como planejamento errado, posicionamento equivocado de preços ou canibalização dentro da gama, esses modelos tiveram vida curta
Por diferentes motivos, como planejamento errado, posicionamento equivocado de preços ou canibalização dentro da gama, esses modelos tiveram vida curta
Eles tiveram uma passagem quase meteórica pelo Brasil. São sedãs, SUVs, hatches e até stations-wagons que não vingaram mais do que quatro anos de vendas no mercado nacional. Os motivos são diversos: desde planejamento errado por parte das marcas, posicionamento equivocado de preços ou até canibalização dentro da própria linha. Mas o fato é que todos esses carros duraram pouco. Conheça 10 modelos que não esquentaram espaço na vitrine da concessionária.
Lançamento: setembro 1999
Despedida: setembro 2003
O jeitão diferente, especialmente pelas futuristas lanternas com filetes horizontais, não foram o suficiente para manter o hatch médio de quatro portas no Brasil – o de duas portas era o Bravo, que só viria a ser fabricado anos depois por aqui, em outra geração. Um dos pecados foi ser lançado com o motor 1.6 16V do Palio, ainda por cima menos potente, com 99 cv.
Tinha bom espaço interno, posição de dirigir ergonômica, mas o câmbio de curso longo e o volante de diâmetro grande não condiziam com a proposta. A esportividade deu um alento com a versão HGT com o 1.8 16V de 132 cv. O último suspiro foi a entrada do 1.6 Corsa Lunga de 106 cv em 2001, mas a Fiat encerrou sua produção em Betim dois anos depois.
Lançamento: março de 2009
Despedida: 2010
A passagem do estiloso cupê-cabriolet foi quase tão rápida quanto o tempo que a capota levava para recolher. Exageros à parte, começou a ser importado de Portugal em 2009 – em uma súbita leva de lançamentos da Volkswagen, que incluiu Passat CC e Tiguan. Tinha desempenho garantido pelo motor 2.0 turbo de 200 cv com a caixa automatizada de dupla embreagem e seis marchas.
Feito sobre a plataforma do Golf de quinta geração (um dos que não foram vendidos no Brasil), vinha bem equipado, mas vendeu apenas 118 unidades em cerca de um ano. Não teve jeito: acabou entrando para o rol de carros que duraram pouco.
Lançamento: outubro de 2010
Despedida: fevereiro de 2014
O sedã médio-grande retornou em sua sexta geração ao mercado brasileiro, mas não vingou nem quatro anos. Vinha da Coreia do Sul pelas mãos do Grupo Caoa (importador oficial da marca) com motor 2.4 quatro cilindros de 182 cv e aquele recheio para enaltecer o custo/benefício.
Tinha assistente à partida em rampas, faróis de xenônio, chave presencial, banco do motorista com ajustes elétricos e teto panorâmico. A chegada do novo Azera, com um V6 de 270 cv, tirou a razão de existir do Sonata, que se despediu (de novo) do Brasil no início de 2014.
Lançamento: agosto de 2014
Despedida: 2015
Subcompacto de marca chinesa, com cara simpática inspirada num panda, montado no Uruguai e vendido por menos de R$ 30 mil. Quem embarcou nessa em 2014 não deve ter ficado muito feliz. Menos de um ano depois o GC2 deixava de ser vendido no país. Para piorar, o Grupo Gandini – que também cuida da Kia por aqui – suspendeu as operações em 2016.
A culpa foi para o dólar alto e o Inovar Auto. Em 2018, a empresa anunciou o fim das atividades da Geely no país. O carrinho usava motor 1.0 de 68 cv e não vendeu nem mil unidades no tempo curto de vida. Curiosamente, a Geely é dona da Volvo.
Lançamento: março de 2009
Despedida: março de 2013
A fábrica de Santa ISabel, em Córdoba, na Argentina, precisava de ocupação quando o Clio já dava sinais de cansaço. A marca francesa, então, bolou o Symbol, uma releitura do Clio Sedan, só que com vontade de ser “premium”. Era vendido com motor 1.6 16V de 115/110 cv e ainda no ano de lançamento recebeu versões com o 1.6 8V de 95/92 cv.
Gozou até de certo sucesso no início e chegou a ser visto com frequência como táxi, mas isso não impediu que ele se tornasse um dos carros franceses que duraram pouco. Ganhou até série limitada Connection, porém o acabamento ruim e a chegada de outros sedãs espaçosos complicou a vida do modelo.
Lançamento: maio de 2012
Despedida: setembro de 2014
Com visual ousado e plataforma moderna, o Sonic começou a ser importado em 2012 da Coreia do Sul nas configurações hatch e sedã para brigar entre os compactos premium. Tinha conjunto mecânico elogiável, com o motor 1.6 16V de 120 cv e transmissão automática de seis marchas ou manual de cinco.
No ano seguinte, a linha 2014 já tinha cidadania mexicana, mas os preços não baixaram muito. A fama de mecânica cara e a chegada de modelos como Onix e Cobalt acabaram roubando vendas. A linha vendeu menos de 5 mil unidades no seu ano de despedida.
Lançamento: março de 2013
Despedida: 2015
A Dodge sempre teve uma relação problemática com o mercado brasileiro. Veio e foi embora diversas vezes, com histórias diferentes. A última da marca foi com o Durango, que chegou importado dos Estados Unidos com sete lugares, motor V6 Pentastar de 286 cv e tração 4×4. Custava acima de R$ 180 mil e era bem equipado, com direito a duas telinhas de fábrica para a criançada no banco da segunda fila.
O último ato antes do adeus foi a adoção do câmbio automático de oito velocidades no lugar da criticada e confusa caixa de cinco marchas. A chegada de SUVs mais baratos e modernos sentenciou o fim de importação do Durango. Além disso, a Chrysler, dona da marca e já sob gestão Fiat pela FCA, estava focando em fazer os SUVs Renegade e Compass no Brasil.
Lançamento: novembro de 2013
Despedida: 2014
O sofisticado sedã médio-grande esbanjava conforto. A quinta geração foi trazida dos Estados Unidos com boa lista de equipamentos, suavidade no rodar, acerto dinâmico surpreendente e espaço de sobra. O motor 2.5 de 182 cv emprestava desempenho bastante instigante para um três-volumes classudo.
O problema foi encarar rivais como Ford Fusion, Honda Accord e Hyundai Sonata, com propostas mais modernas e maior tradição no segmento. Consequentemente, o Altima é praticamente o campeão da fugacidade entre os carros que duraram pouco: permaneceu menos de um ano sendo vendido no Brasil.
Lançamento: junho de 2012
Despedida: 2014
Outro sedã médio-grande, começou a ser importado da França para agregar a imagem de requinte à marca e com a difícil tarefa de beliscar consumidores de modelos de luxo. Predicados neste sentido não faltavam ao confortável sedã. Tinha espaço de sobra, acabamento sofisticado e itens de série bacanas.
Entre os equipamentos, head-up display colorido com indicador de setas do GPS, ar-condicionado com quatro zonas, assistente de estacionamento automático, faróis bixênon e bancos dianteiros elétricos. Pelo visto, não conseguiu convencer nem os consumidores das marcas premium, nem os de rivais como Fusion e Accord.
Lançamento: maio de 2015
Despedida: 2018
Por um momento o Brasil acreditou que as peruas estavam longe da extinção. Mas o intuito de perpetuar a espécie por aqui durou pouco mais de três anos. Sobre a plataforma da sétima geração do médio, a Golf Variant começou a ser vendida em meados de 2015 com motor 1.4 TSI de 140 cv, câmbio de dupla embreagem DSG e a mesma solidez de construção do hatch. Ainda vinha com preços competitivos e o propulsor passou a ser flex em 2016.
Não bastou para se manter no mercado. Logo após a reestilização de junho de 2018, a Golf Variant teve a importação interrompida do México. Hoje, station-wagon abaixo de R$ 100 mil no país, só se você for frotista e gostar muito da Fiat Weekend.
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Eu tava querendo comprar um Sonic Sedan, mais depois de ver a notícia não quero mais.