Carros que saíram de linha em 2019 (e você nem notou)

Listamos 5 modelos que andavam tão esquecidos pelos consumidores que saíram de cena e praticamente não foram notados

chery new qq
Por Alexandre Carneiro
Publicado em 19/01/2020 às 10h28
Atualizado em 11/08/2022 às 16h27

Para um automóvel, deixar de ser fabricado pode ser um ato solene. Há modelos, inclusive, que ganham séries especiais de despedida, tamanha é a aceitação mercadológica. Para outros, o fim é bem mais melancólico: esquecidos ainda em “vida”, eles se retiram sem que os consumidores sequer percebam. Este listão é sobre eles: enumeramos 7 carros que saíram de linha e você, possivelmente, nem notou.

Veículos de marcas premium ou que têm pequena participação no mercado não foram incluídos. A relação inclui apenas modelos de fabricantes generalistas, nacionais ou fabricados em países com acordo comercial de importação para o Brasil.

Carros que saíram de linha em 2019 e nem foram notados:

1. Mitsubishi Lancer

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O Lancer era o sedã médio mais antiquado do Brasil. Lançado mundialmente em 2007, chegou ao país apenas em 2011, importado do Japão. Em 2014, começou a ser fabricado em Catalão (GO). Desde então, permaneceu sem atualizações ou aperfeiçoamentos relevantes.

Sem fôlego para encarar concorrentes mais jovens, o Lancer viu sua participação no mercado cair ano após ano. Em 2019, apenas 1.353 unidades foram comercializadas. A produção foi encerrada ainda naquele ano, mas a Mitsubishi só confirmou tal informação neste mês, pois ainda existiam veículos em estoque.

2. Chery QQ

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Apesar de ter sido o automóvel mais barato do país, o QQ nunca foi exatamente um sucesso. O subcompacto chegou ao Brasil em 2011, importado da China, quando a Chery ainda dava os primeiros passos no mercado nacional. A segunda geração apareceu em 2015 e foi nacionalizada em 2016. Naquele ano, a marca asiática inaugurou sua fábrica em Jacareí (SP).

Porém, a crise econômica e uma mudança no padrão de consumo de veículos impediram que as vendas do hatch decolassem.  A unidade industrial e as operações da marca acabaram sendo vendidas ao Grupo Caoa, que passou a focar em modelos mais sofisticados. Deslocado dentro da gama atual, o QQ foi descontinuado. Em nove anos, o modelo teve cerca de 33 mil unidades emplacadas.

3. Peugeot 308

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O mercado argentino ainda tem espaço para hatches médios (Foto: Peugeot | Divulgação)

Outro que nunca teve participação muito relevante no mercado brasileiro é o Peugeot 308. O hatch começou a ser vendido por aqui em 2012 e passou por uma reestilização em 2015. Contudo, em vendas, sempre ficou muito atrás de Volkswagen Golf e Ford Focus, os medalhões da categoria.

A míngua do segmento de hatches médios, que perdeu espaço para os SUVs compactos, foi o tiro de misericórdia para o 308. Somadas, as vendas dos dois últimos anos sequer chegam a 1.000 unidades.

4. Peugeot 408

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Três motores 1.6 completamente distintos são oferecidos: o aspirado, o THP e o turbodiesel (Foto: Peugeot | Divulgação)

A situação do Peugeot 408 não foi mais fácil que a do “irmão” 308. Ele chegou cerca de um ano antes, em 2011, e também foi reestilizado em 2015. Não raro, o modelo segurava a lanterna do segmento de sedãs médios, principalmente nos últimos tempos.

Após essas experiências malsucedidas com hatches e sedãs, a Peugeot decidiu entrar de cabeça na onda dos SUVs. Os dois carros médios da marca francesa saíram de linha juntos, em fevereiro de 2019. Em 2018, seu último ano “cheio” no mercado, o 408 emplacou apenas 739 exemplares.

5. Volkswagen Golf Variant

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Do ponto de vista técnico, nunca faltaram atributos à Golf Variant. Porém, a eficiência do conjunto mecânico, o bom acabamento e o generoso porta-malas de 605 litros não foram capazes de atrair compradores. Lançada em 2015, a perua deixou o mercado já em 2019. A carreira curta é decorrente das baixas vendas: foram 503 unidades emplacadas em 2018, seu último ano “cheio”.

A retirada de cena do modelo marcou o fim das peruas médias no Brasil: todos os carros desse segmento saíram de linha. Agora, só são oferecidos modelos de marcas premium, com preços bem mais elevados. Consequência, mais uma vez, da ascensão dos SUVs. A própria Volkswagen aponta o T-Cross como sucessor indireto da Golf Variant.

Fotos de divulgação 

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11 Comentários
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Fernando Costa 17 de outubro de 2020

Prezados ,
O que não me entra na cabeça e a necessidade de se lançar tantos e tantos modelos e versões de veículos todos os anos, isso realmente só pode ter haver com a ganancia do “mercado”. Pergunto , qual a necessidade dessa centena de modelos enfiados goela abaixo no consumidor ? bastaria um aperfeiçoamento ao longo dos anos e a inclusão das novas tecnologias e inovações descobertas .
Tambem não estou querendo dizer que temos que ficar engessados, parados no tempo e na historia, mas vocês já pararam pra pensar que muitos modelos nem se quer são vistos nas ruas ? Grande abraço a todos e parabéns Boris !!!!

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Gabriel 20 de janeiro de 2020

Golf e Focus figuraram no pódio, mas a liderança sempre ou quase sempre pertenceu ao Cruze Hatch/Sport6, isso ocorre desde seu lançamento, que foi próximo ao do 308 citado na matéria.

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Eduardo Henrique de Lima 20 de janeiro de 2020

SUV. Na tradução livre: Veículo Utilitário de porta de Shopping. Nada mais é que um hatch anabolizado de porta-malas pequeno, suspensão elevada e rodas de liga-leve aro 16″, dependendo do modelo! Não vejo graça nesses SUVs da atualidade! Carros sem graças e que só combina com madames dondocas que se acham as donas do trânsito, ou para marmanjos se acharem o galanteador de pênis grande. Uma pena que o segmento de hatchs médios e veículos peruas foi extintos por causa dessa modinha de SUVs. E quando esse segmento passar? O que as montadoras vão inventar? Vão trazer de volta o segmento de hatchs médios e peruas? Eu duvido!

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Fábio Freitas 20 de janeiro de 2020

Também tenho um Lancer e repúdio toda e qualquer tentativa de manipulação de mercado através de aquisição de SUV’S. Para mim, são modismos que, infelizmente, os consumidores menos avisados se convertem, mesmo sem precisarem destes tipos de veículos e, ao menos saberem para que uso se destinam. Modinha pura. Respeito quem goste e necessita de um. Infelizmente, o mercado está empurrando o consumidor para este tipo de veículo, acabando com todos os sedãs. É uma tendência e modismo mundial. Lamentável!!

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FABIO RADICCHI BELOTTO 20 de janeiro de 2020

Falar que um tcross veio para substituir uma golf Variant é vergonhoso. Ainda bem que peguei a minha e vou usar até desmontar

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Hélio Gomes 20 de janeiro de 2020

Tenho um Lancer, uma pena tirarem ele de linha, é um carro ótimo, motor e potência incrível. Bastasse dar uma atualizada nele ao longo desses anos que ainda estaria na lista dos sedãs médios mas acho que dormiram no ponto, tudo por focarem em caminhonetes e suvs. E já se foram embora então do Brasil o Colt, o Eclipse e agora o Lancer, qual será o próximo ?

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Leandro 20 de janeiro de 2020

Lancer saiu de linha faz MUITO tempo, ele foi mantido apenas no Brasil…

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Fábio Freitas 19 de janeiro de 2020

Mais uma vez, a Mitsubishi não valoriza os seus carros, deixando-os entregues a sua própria sorte, em um mercado voraz, repleto de carros interessantes e cada vez mais tecnológicos. Bastava, nestes 12 anos de vida do Lancer, fazer duas ou três atualizações ou facelifits, além de trazer mais novidades tecnológicas para continuar a se manter no mercado, aproveitando-se de sua fama e seus bons atributos. Parece que ela própria não acredita em seus produtos. Desse jeito, a Pajero, que outrora já foi objeto de desejo de muitos, irá pelo mesmo caminho. Uma pena e meus pêsames para a Mitsubishi.

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Tiago José dos Santos 19 de janeiro de 2020

Eu gosto tanto do Lancer que pena ter saído de linha.

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RAFAEL RONCADA 19 de janeiro de 2020

Só uma correção, o Mitsubishi Lancer NUNCA teve motor flex, somente a gasolina…

AutoPapo
Alexandre Carneiro 19 de janeiro de 2020

Olá, Rafael.
Você tem razão, realmente houve um engano. A matéria já foi corrigida.
Obrigado e abraço!

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