Chery New QQ: contradições e surpresas
O QQ, na versão topo de linha, traz curiosidades na nova geração, como apenas rádio com mp3 e entrada USB e regulagem elétrica de facho de faro
O QQ, na versão topo de linha, traz curiosidades na nova geração, como apenas rádio com mp3 e entrada USB e regulagem elétrica de facho de faro
O QQ, na versão topo de linha, traz curiosidades na nova geração, como apenas rádio com mp3 e entrada USB e regulagem elétrica de facho de farol. Além de retrovisores com acionamento elétrico, vidros com um toque na descida também nas portas traseiras e luz diurna na parte inferior do para-choques dianteiro, onde ficam normalmente os auxiliares de neblina. Curiosamente, ela se apaga se baixos estiverem ligados. Direção leve tem assistência hidráulica, que tira potência do motor e tem manutenção mais cara em relação à elétrica.
As linhas da carroceria do subcompacto da Chery são harmônicas na dianteira e traseira, com destaque para faróis e lanternas enormes sem serem desproporcionais em relação ao pouco comprimento de 3,56 metros. Porém, a silhueta do carro se altera completamente quando observado de lado. O New QQ tem uma elevação na parte central da carroceria, que parece espichada visualmente, para cair em seguida no sentido da traseira. E, óbvio, é alto por dentro. Esbarrar a cabeça no teto é privilégio de ocupante com estatura bem elevada. Entrar ou sair do carro é fácil. Ponto em ergonomia perdido com comandos dos vidros dianteiros e traseiros posicionados indevidamente no console central. Economia no projeto. E entre eles, está uma tomada de 12 volts.
No banco traseiro há dois apoios de cabeça, apesar de o carro estar homologado para cinco ocupantes. Na prática, o conforto é para duas pessoas, com bom espaço para as pernas. Segurança das crianças foi lembrada com dois pontos de fixação Isofix. Porta-malas é minúsculo e tampa traseira de vidro, pequena. Tarefa ingrata é tirar o estepe temporário lá de dentro. Praticidade foi esquecida.
O painel central é de plástico duro, mas tem aparência convincente para o segmento – e até superior a modelos mais caros. Outra curiosidade é o porta-objetos central na parte superior do painel. De pouca utilidade, pois objetos podem cair e atrapalhar o motorista. Mais: tem formato que se assemelha a frigideira. A posição de dirigir agrada, com comandos de vidros e faróis nas pequenas alavancas. O quadro de instrumentos é digital, com velocímetro, conta-giros e indicador de nível de combustível. Porta-luvas sem tampa é uma pequena fresta no lado direito do painel. Coluna de direção não tem regulagens. Pedais não ficam na posição ideal.
Ao ligar o QQ, percebe-se a vibração do pequeno e eficiente motor de três cilindros. Acima de 4.000 rpm emite zunido semelhante aos carrinhos de brinquedo de fricção. Mas responde rápido aos comandos e eleva a rotação rapidamente. Engates do câmbio são leves, com engates bem definidos, mas a alavanca tem curso longo. A direção é leve em manobra e muito direta em velocidade mais alta. Ao menor movimento muda a trajetória do carro – e retorna rapidamente ao centro depois das curvas de quarteirão. O diâmetro de giro pequeno (9,5 metros) é suficiente para manobrar bem em espaço limitado. Suspensão não é desconfortável em piso irregular. Ruídos no habitáculo não são exagerados e os bons ângulos de ataque e saída evitam que o QQ esbarre em rampas.
É um destaque. O QQ anda bem em qualquer situação pelo baixo peso (935 kg) e relações de transmissão curtas na primeira e na segunda marcha. Por isso, sai fácil da inércia, arranca em subida com ar ligado e por aí vai. O fabricante insiste que se trata de carro urbano, sem vocação para estrada. Acima de 100 km/h fica vulnerável às forças laterais. Pode-se rodar na estrada respeitando as limitações. Pedal de freio não é imediato, com curso maior, mas acostuma-se logo. Visibilidade é boa e retrovisores são grandes. Se a palheta do limpador do vidro é simples, spray do lavador espalha melhor a água. Muito bom.
O New QQ tem garantia total de três anos sem limite de quilometragem. Reforçando a confiança no produto, a Chery traz curiosidades. Amortecedores garantidos por um ano ou 40 mil quilômetros rodados; embreagem por seis meses ou 10 mil quilômetros, correia dentada por 12 meses ou 40 mil quilômetros. E motor tem o mesmo tempo de garantia do carro, sem limite de quilometragem. O QQ é o legítimo urbano por vocação. Ainda não foi submetido ao teste de impacto do Latin NCAP para saber o nível de segurança da carroceria. O preço sugerido da versão testada, a ACT, é de R$ 32.290.
Fotos: Marlos Ney Vidal
Motor: três cilindros em linha, 998cm³ de cilindrada, flex, 75 cv (etanol)/74 cv (gasolina) de potência a 6.000 rpm e 10,1 kgfm (e)/9,7 (g) de torque a 4.500 rpm
Transmissão: tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas
Direção: tipo pinhão e cremalheira com assistência hidráulica
Freios: disco na dianteira, e tambor na traseira
Suspensão: dianteira, independente, do tipo McPherson, barra estabilizadora; traseira, eixo rígido
Rodas/pneus: 5×14”de liga leve/175/65R14
Peso: 936 kg
Carga útil (passageiros+ bagagem): 375 kg
Dimensões: 3,56 m de comprimento;1,6 m de largura; 1,52 m de altura e 2,34 m de entre-eixos
Altura do solo: 13 cm; ângulo de ataque/saída/rampa: 21°/29°/22°
Porta-malas: 160 litros
Tanque de combustível: 35 litros
Velocidade máxima: 150 km/h (e/g)
Consumo (km/l): cidade – 12,9 (g)/8,9 (e); estrada – 14,4 (g)/9,9 (e)
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